Julio Cupes
Ser poeta
Ser poeta é escrever sem tinta
Ler sem nada escrito
Falar sem abrir a boca
Compreender os silêncios
É viajar na loucura
Andar na ignorância
Viver na sabedoria
Sendo amigo de tolos
É morrer sem morte
Viver sem vida
É sofrer sem dor
E celebrar sem alegria
É roubar a dor alheia
É Espalhar alegria
É compartilhar a vida
É ser o tácito grito das palavras
Sou de ninguém
Venho do céu
Venho da terra
Venho do ventre
Venho de cá e acolá
Sou de Deus
Sou entre demônios
Sou o que sou entre os Homens
Sou de todos eles
Venho da África
Venho também da Ásia
Venho da Europa
Venho desta raça
Sou preto
Sou branco
Sou mestiço
Sou todas raças
Santa pecadora
A sombra que nasce,
no deserto a água que jorra,
a capulana pela madrugada,
A princesa analfabeta
governa pelos conselhos dos indoutos,
é a capela que todos aconchega,
Fez-se gente, a deusa
que com lagrimas rega
o jardim dos amores proibidos,
erradicou-os do ermo,,,
Minha Geração
Sou o cego que vê
O mudo que fala
O surdo que ouve,
Somos doutores analfabetos
Artistas sem arte
Governantes sem coração,
Sou o rico que vive na miséria
Refem na sua própria terra
Um escravo do sistema,
Sou um jovem sem identidade
Que busca as aparências e não virtudes
Marionete da mídia e da internete,
Sou a criança com futuro incerto
Vítima da ambição egoísta
Uma nação em desalento.
Insônias
Acabaram se as pernas do sonho
Gemeu, foi de pesadelo.
Ate rompeu se a Alma,
Entusiástico explicava doutor ,
Imaginação e ciência
Precisa se de cérebro para estas sapiências
Aprender é dedicação,
Formação é superação,
O diploma é o orgulho parental.
Choveu o sol
Fumigou os meus pés descalços
Desceu à chuva e regou os sonhos
Expectativa alheia
Um sonho em rejeição
Devolva me o meu amado
Dele só quero mais um abraço.
Até Quando
As dores eram seculares
A cura quase instantânea
Prosseguiu apesar dos falares
Não respondia, apenas engolia
Escondia se no riso
E perdia o sorriso,
Não mais chorava
Ninguém se importava
A mudez do olhar
Revelava lágrimas por derramar
A face, o que todos queriam ser
No coração, o que ninguém quer ter
Foi submissa até quando ...
Chorou para restaurar o sorriso
Por fim decidiu ser feliz
Descobriu que poderia ser o que decidir ser.
Nasceu o rei
É Festa
O menino nos foi dado
O rei, nasceu.
Veio não para reinar
Veio para de si mesmo nos servir ,
Dele e a ele come
O faminto que não quer mais passar fome ,
É Festa
Alegrar-me é o que farei ,
Este pão e vinho são inesgotáveis.
Cantos ao rei
Louvores sejam para sempre
O cordeiro para redenção
O poder para a ressurreição
Fonte de águas eternas ,
Jubilemos
Os portões estão reabertos,
O rei é conosco.
A ladra
No calor daquele beijo
houve o absoluto enlace das almas,
no olhar ardente
revelou-se o sacrilégio,
de volúpia vestiu-se a santa.
O ecoar das palavras por aqueles lábios
era poesia declamados por anjos,
a canção que viaja no silêncio
com o som de espada de um titã
cura para meu aflito coração.
Não é amor, não é obsessão.
não há certo nem errado,
roubou-me ela o coração.
É a curiosidade de conhece-la
o desejo de tê-la e possui-la.
Mais vale sofrer a dor da mágoa do amor do que, viver a agonia de nunca ter amado por me do de ser magoado.
A vida é cheia de incógnitas, algumas delas revelam-se bem desagradaveis, para continuar precisa estar determinado a vencer.
Se deixássemos de competir e comparar a nossa vida com a dos outros e apreciar a nossa pelo que ela é, e o que temos veríamos que não somos tão pobres assim, seríamos mais felizes e menos invejosos.
Tem se a tendência de se investir em tudo menos na educação, mas tudo está tão mau assim porcausa da educação deficiente.
A morte é um grande mistério
Examinada desde o início dos tempos
E sem sucesso
É o grande adversário
Porque o tempo é que é inimigo
É sem escrúpulos, só leva os bons
Os que estão doutro lado já sabem da verdade
Rancoroso!
E deixam-nos a nossa sorte,
Por aquela gota de sangue
Meu irmão, vão te exigir muito bem
Nem é sobre ser inteligente
Inocente ou não, degolam refém
Coisas da terra
É Tradição é cultura
Se é sensato não discuta
Quer te safar? Sacrifica.
Confude-se alegria com felicidade:
Alegria é bem estar com os outros
A felicidade é bem estar consigo mesmo independentemente do que os outros façam ou digam.