Josué Drumond
A inveja era a protagonista
de um furor que só!
Era proibido tê-la.
fazê-la.
ao menos pensá-la.
Dizia-se nunca
terem...
Aquela que tivesse,
sobre ti,
estava feita a intriga.
Eram todas de índoles
incoercíveis.
Almas imaculadas.
bem-apessoadas.
Nos corredores,
nenhum cochicho.
No almoço,
boas conversas.
Nos grupos,
juras de amizade.
Mas era sábado,
após o escritório.
nos pagodes espetaculares.
o certame estava na arrumação,
no batom,
na bolsa,
no trejeito.
Na mesa
eram três,
a do meio se ausenta.
iria ao banheiro,
retocar a maquiagem.
Ficou sobre a mesa,
3 taças de dry martini,
meio maço de cigarro,
e 3 bolsas da melhor grife.
E claro...
Um murmúrio.
Sobre o que era,
talvez,
o vestido azul
mais tosco,
ultrapassado
e ralé
que as duas já viram.
De cara retocada,
a do meio retorna a mesa.
Olhos revirantes,
sorrisos que doem até os dentes.
Elogios insidiosos.
Uma cortesia divina.
Ficou tão alegre,
agradeceu pelo afago.
Ficou feliz,
por terem gostado...
do seu vestido azul...
Escrevi para ti.
citei Nelson,
ouvi Tom.
Percorri em palavras,
esmiucei os pensamentos,
revirei lembranças.
cheguei lá.
Mas o navegador travou,
reiniciei.
As palavras sumiram,
viraram nada.
Preferi assim,
talvez melhor depois.
Não sei o que houve,
Também não sei o que aconteceu entre nós dois,
não sei porque nos perdemos
e nos deixamos para depois.
“É isso que o presente é, um pouco insatisfatório, porque a vida é insatisfatória.” — Woody Allen.
A todo momento sentimos que estamos fazendo pouco, que não somos tudo aquilo que poderíamos ser, e que, o presente poderia representar a melhor versão do eu, pensada e idealizada por nós mesmos, no intrínseco do desejo humano.
Estamos tão abarrotados de obrigações e responsabilidades que esquecemos quem somos, por essência, por alma, e até, espírito, os quais traduzem os mais íntimos desejos básicos de prazer e de vivência, naturais a qualquer um no cotidiano.
Buscaremos sempre mais, mesmo que estejamos completos, ou até mesmo, quando nos sentirmos incompletos, exploraremos ambiciosamente as oportunidades de crescimento individual e de contentamento pessoal, nas diversas áreas da vida.
Escrevo porque acho a vida bonita. Bonita por ser insatisfatória, por ser incompleta e, acima de tudo... por ter presentes imperfeitos.
Nesses tempos incertos e tensos, ficarei sempre com a diplomacia, com a racionalidade e com a moderação. Se quero ser reconhecido algum dia por algo, que seja por pregar a compaixão aos ímpares e a paz aos pares. Aos antipáticos, paciência. A mim, humildade e perseverança.