Jossana Rocha

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Toda poeta tem um cemitério particular, dos poemas compostos, vividos (ou não), desvalidos, arquivados, esquecidos. Quando vividos, eram alegres, lidos, compartilhados, admirados, entregues, para então serem guardados… Certas poesias têm amor, desamor, dor(sua causa mortis). Começam com um encanto, para morrer num desencanto. Ao contrário de qualquer outro fim, a poesia é teimosa, inquieta, sagaz. Ao mínimo sinal de chuva e luz, desperta-se das profundezas de seu estado, e renasce ainda mais bela e florida, para ser entregue a novos amores, novas vidas. Assim, a imortal poesia teima em eternizar-se, ate que haja um último ser capaz de amar, ou os dois últimos seres da Terra. Só assim, como não houver nenhum coração para habitar, dar-se-á por satisfeita e findará, eternamente morrerá.

Inserida por Jossana_Rocha

Seio que não posso curá-lo, sei que não tenho como salvá-lo, nem ao menos entregar-te tudo que guardei para ti. Não me deixas nem sequer tentar, não me permites aproximar-me. Amo-te à distância, simplesmente não consigo achar o caminho de volta, e “desamá-lo”. Tenho uma forte necessidade de cuidar-te, em silêncio, sem incomodá-lo, apenas dar-te o meu colo, meus afagos, o meu amor. Vou seguindo os teus sinais, para senti-lo, cometendo severos erros, só para estar por perto. Meu amor, sim, não tenho dúvidas do que sinto, abra seus olhos para mim, venha em minha direção para que eu te abrace. Perdoe-me os destemperos(sei que não foram poucos), para caminhar comigo, como amantes e amigos, para finalmente sermos um… deixe-me entrar…

Inserida por Jossana_Rocha

Cabem a nós, somente, o empenho e a capacidade de reconhecermos nossas próprias necessidades, fraquezas, defeitos e qualidades. É na nossa capacidade de resiliência que entendemos acerca da importância de buscarmos a compreensão e o aprendizado que teremos em cada etapa de nossas vidas. A priore, somos seres mutáveis, nos acomodando às circunstâncias por medo, por proteção, pois, sabemos que é impossível sair ilesos nos processos de metamorfose que a vida às vezes nos obriga a passar. Trata-se da “dor insuportável da mudança”, poucos se submetem a ela, por não terem coragem de enfrentá-la, ficando presos às suas “celas particulares”. Por outro lado, é libertador ver suas próprias asas nascendo, isso confunde-nos e nos faz pensar qual “Ícaro”, que temos total liberdade para voarmos próximo ao sol. Triste ilusão, pois, somos seres frágeis, incapazes de quase tudo, principalmente de alcançarmos por nós mesmos, a nossa própria felicidade. Falsa liberdade, é aquela sem Deus, causa-nos a “dor da queimadura do sol” e a triste sensação que nossos próprios insanos ímpetos nos causam. Não fujamos da metamorfose, ela é sim libertadora, porém, reconheçamos nossos limites, até onde podemos ir, e a partir de onde, devemos simplesmente descansar e nos deixar ser levados pelos braços do pai.

Inserida por Jossana_Rocha

La fora que nos deparamos com as nossas vontades.
Na “caverna” é sombrio, há medo e frio.
Respirar o ar de fora é libertador, amadurecer nossas “(in)verdades”.
Às vezes “lá dentro”, nos prendemos por algo que há muito tempo já não é nem mais nosso.
Enquanto a vida chama, lá fora, por novas conquistas, sonhos, e batalhas para serem travadas, e quem sabe até vencidas.
Sei que não é fácil sair “de dentro”, pois, cada um tem seu tempo de recompor-se, e o de parecer que permanecer ali, quieto, imerso em pensamentos, será melhor, pois, traz uma falsa sensação de paz. Amigo(a), eu já estive lá, e, no fundo, eu sabia que precisava sair quanto antes. Enquanto ainda restassem sonhos dentro de mim.
Acabei de sair da “caverna” das minhas dores, ainda não sei nem ao certo para aonde ir, porém, só a possibilidade de sentir algo, que nem ao menos percebo o que é, já é libertador…
Porque o sentir é tudo! É quando saímos da prisão de nossos medos, frustrações e derrotas e finalmente conseguimos entrar de nós mesmo, para viver o que ainda está lá, latente.

Inserida por Jossana_Rocha

A minha melhor versão é livre, mas só aprenderá a voar, quando aprender a amar. Precisa olhar para os lados, sentir o que o outro sente. O meu melhor desempenho, eu não tive naquele dia em que brilhei, mas foram nos momentos em que dei tudo de mim, ainda que o meu tudo não fosse nada para o outro. O meu melhor sorriso foi aquele que tentou fazer alguém sorrir. Os meus mais preciosos passos sempre serão em direção ao aflito, por vezes só para estar ao lado, calado, respeitando a sua dor. Quanto às minhas palavras(ou até discursos), precisam ir de encontro à mente, à angústia de alguém, em forma de encorajamento. Às vezes é difícil sermos o que podemos ser de melhor, ressignificando a vida com atitudes reais, nos despindo do nosso ego, que coloca uma “venda” em nossos olhos. Pois, os nossos olhos tendem a ver o nosso reflexo no do outro, e não a profundidade de quem está tentando nos passar algo através do olhar. Sou o pior dos seres quando me percebo grande, pois, nunca evoluiremos o bastante a ponto de alcançar essa grandiosidade. A minha melhor versão é cheia de “boas intenções”, mas ainda não aprendeu a amar.

Inserida por Jossana_Rocha

Minha reflexão é uma queixa, uma queixa a mim, por essa auto-estima, (ou pela falta dela). Por nunca ter realmente me amado, me visto, admirado.
Por acordar todos os dias sem enamorar-me de mim, sem esforçar-me por manter erguidos meus ombros ao andar.
Eu nunca me amei, por isso hoje entendo a minha surdez diante do meu coração que gritava, (e ainda grita).
Se olhe, se admire, cresça, evolua, se encante com o seu próprio sorriso, entenda mulher, você é bela, especial...
Gritos de um coração desesperado, tentando libertar-me de mim, dos meus traumas, da minha falta de amor próprio, de um eterno sabotar de minhas qualidades.
Hoje busco como um objetivo perceber-me flôr, em meio a um caos interior, enxergar-me bela, como uma constante batalha que preciso travar e sair plena dela, inteira, renovada e poderosa, para não mais queixar-me de mim. E sim, amar-me.

Inserida por Jossana_Rocha

Tudo o que realmente queremos, é um ambiente de paz dentro da alma.

Uma sensação de sossego, aonde os medos fiquem guardados quietos, sem incomodar.

Tudo que nos tire dessa calmaria, nos constrange e desequilibra.

Por vezes, aparentamos sermos fortes, decididos, donos de si. O nosso verdadeiro eu nos alerta, que se ultrapassarmos as nossas próprias limitações, não seremos, mas nós mesmos ali.

Até as pessoas mais aventureiras, buscam paz em suas proezas.

Os intrépidos, a buscam no satisfazer de seus anseios.

Os introvertidos, recolhem-se ao abrigo de seus próprios pensamentos.

Infelizmente nem todos a encontram, mas o importante é entender que isso é viver, uma eterna busca por nós mesmos.

Inserida por Jossana_Rocha

O amor é feito para ser eterno, porém, sem que queiramos… Quando menos esperamos, o perdemos… Não se pode segurar um amor que quer partir. Sempre são claros os sinais, deixemo-lo ir. Percebemos que amamos sozinhos, quando o encantamento é nosso apenas. Quando não vemos brilho em um olhar, que já nem é mais correspondido. Os sorrisos compartilhados não acabam em doce ou caliente beijo. Os planos ecoam vazios, porque o outro não lhe passa confiança. Seus esforços unilaterais, lhe cansam, pois, sozinho ninguém vive um amor. O amor é dinâmico e energizante, se lhe paralisa, se lhe estagna, se lhe angustia, já acabou. Muitos passam anos, vidas, convivendo com um pseudo amor. Que lhe tira os sonhos, e esvazia suas vidas. É triste e intensa a dor de perder o “amor da sua vida”,
e infelizmente, só nos resta o recomeçar de uma nova história… Porque lutamos com bravura até as nossas forças esgotarem… Só deixamos ir, quando percebemos que a muito já nem era mais amor…

Inserida por Jossana_Rocha

Tão importante quanto o amor-próprio, é o respeitar-se a si mesmo. No fundo, sabemos, que sempre existe uma voz interior que nos diz exatamente o que ela quer que façamos naquele dia. Em uns ela nos instiga a sair, viver, interagir. Em outros momentos tudo que precisamos é de um pouco de solitude. Ouvir essa voz é fundamental para um dia de paz. Tem dias que simplesmente não sabemos o porquê de estarmos aqui, tendo a estranha sensação que não pertencemos a nada, mesmo em meio a outros, nos sentimos sós. Em outros acordamos distribuindo abraços, porque o simples fato de estarmos aqui, é o suficiente para sermos gratos. Na verdade, nunca estamos sozinhos, essa “bipolaridade” é própria do ser humano. Quando finalmente entendemos isso não nos cobramos tanto! Aprender e entender tudo isso é uma parte difícil do processo. Compreender que devemos nos cuidar e autoconhecer para estarmos bem em qualquer um desses dias.

Inserida por Jossana_Rocha

Penso que somos exatamente como o mar, em suas variações, em suas inconstâncias, no vai e vem das suas ondas, em sua impetuosidade e braveza ou até no controle cronológico de suas marés. O mar tem um céu com Deus tão perto e em sabemos que nunca o perdemos, mesmo quando não o merecemos ter. Tem tantos segredos em suas profundezas, e muitos deles jamais serão conhecidos pelo homem. Apesar de sua profundidade e beleza, nem todos desejam mergulhar para conhecê-lo. O som de suas águas trazem calmaria, uma das melhores “músicas” que já ouvi, na perfeita conexão do mar com o nosso interior. Somos imensos e limitados feito o mar. Navegando com os nossos sonhos, tentando chegar a salvos a um cais, a um lugar seguro. Em resumo, somos o próprio mar, metaforicamente falando, não há diferença alguma, necessitamos de luz, em qualquer hora do dia. Alguns têm o próprio pôr-do-sol em si em forma de sorriso. Outros, são maresias, em forma de serenidade e dança.

Inserida por Jossana_Rocha

Às vezes o amor é um vazio, quieto, guardado, velado. Nem todo amor tem que ser entregue ao destinatário, e não é culpa do outro não querer vivenciá-lo. No entanto, para ser eterno e revelado, é preciso que ambos o queiram, que o sintam, que o abracem. Alguns amores passarão por sua vida, e não poderás fazer nada, só intensamente desejá-lo, suas mãos atadas e no peito, saudade. É amor inesperado, incontrolável, chega e toma os nossos sentidos. Não há nada a ser feito, só unilateralmente senti-lo… O estranho desse sentimento, que não é alimentado, é o fato de não nos provocar dor, só causar um vazio, uma falta… Tu só precisas ficar quieto, inerte, sem cobranças e nem expectativas, por dias, meses, anos, talvez. Até que por desencanto, passe.

Inserida por Jossana_Rocha

O autoconhecimento não é uma busca, trata-se de uma forma de viver. É como se precisássemos de várias vidas para absorver tanta vivência na simplicidade de um quotidiano. Todavia, temos uma apenas, daí a intensidade e pressa em viver, aprender, evoluir, sentir. Tem a ver com a conexão, que se tem através das relações, com o outro, com o ambiente, com o modo de olhar a vida. É um dia a dia vivido intensamente, que não tem a ver só com fazer muitas coisas novas, e sim conectar-se com profundidade com uma simples brisa que se sinta, com o sorriso de alguém que você ama, fechar os olhos quando estamos a sós e agradecer pela vida. Tem a ver também, com não julgar ao outro e nem a si mesmo e ter paciência com as suas limitações, trate-as com carinho, pois, a superação delas será fundamental nesse processo. Infinitamente entender que a nossa mente é um solo fértil, e o tipo de semente que cairá nela definirá o nosso crescimento e a aquisição diária do tão sonhado autoconhecimento.

Inserida por Jossana_Rocha

Nenhuma vida nunca foi um mar de rosas, sempre há algo ou várias situações, que ocorrem em algum momento da nossa jornada que nos tira o ânimo, a força, o amor-próprio, a paz de espírito. A maioria de nós tem marcas tão profundas que nos causam não a paralisação dos nossos órgãos, mas a paralisação da nossa alma.
Quando a alma paralisa, as emoções adormecem, nós perdemos a fé no outro, pois dentro de nós todos os nossos sentimentos estão anestesiados. É uma dor muda e que nos emudece. São as aflições da alma, que estagnam a nossa existência. É um subconsciente que deseja um pouco de luz, ar, umidade, e novamente desejar viver.

Inserida por Jossana_Rocha

Não sou de forçar as coisas, mas com você eu estiquei a corda toda, ela arrebentou e eu caí. E apesar de todos esses esforços equivocados e desnecessários, de alguém bobo, inexperiente perante a vida, você nem ao menos sabe quem sou. Nunca pude mostrar-lhe. Entendo que não posso mais juntar o “leite derramado”, pelo menos entendi que não se força nada. Não tenho o seu amor, mas entendi que só preciso ser eu e nada mais.

Inserida por Jossana_Rocha

Somos…
A roseira, a rosa e os espinhos do que plantamos.
Crenças, idealizações. Experiências e aprendizagens.
Somos…
Todo aquele amor maternal de outrora, e os nossos traumas vividos, eternizados durante a infância.
O despertar de um “amor eterno” e o sangrar pela dor que um dia ele nos trará.
Somos…
Todo o arsenal de braveza, revide e revolta da juventude e a maturidade do apenas observar, silenciar e seguir.
A euforia e a incerteza de uma infinidade de sonhos, e o afunilar para os essenciais e singulares.
Somos…
As nossas fraquezas e desistências, e a força inexplicável de um constante continuar.
Plenitude ou nada. Depende da curva, da estrada.

Inserida por Jossana_Rocha

Um amigo é colo, abraço e acolhida, perto ou distante o amor é grande.
Se puder, carrega no colo e leva pelo caminho melhor.
Tira tempo, tira compreensão do bolso, e tira o remédio em forma de escutar.
Um amigo é doçura e afago, porém, também é sinceridade e serenidade.
Tem horas que brinca, tem horas que ralha, um tempo precioso dedicado a você.
Valorizar o amigo, como uma joia, das mais preciosas que se pode ter.
A vida sem eles é triste. Sei, são poucos os que persistem, mas são os necessários para se ter.
Um amigo é como um tempero na vida, é bênção, presente.

Inserida por Jossana_Rocha

Só quem escreve sabe o peso de cada palavra. Da ficção, à realidade sempre há um pouco de si, de suas verdades. Fora o imensurável prazer, quando se percebe, que apesar das diferenças, somos tão iguais, pois, o que se escreve também se encaixa no necessitar de outro alguém. Não importa se amadores, consagrados ou só por passatempo. Escrever sempre será o ato de derramar-se, porque não se pode conter a tempestade de palavras que se tem na alma. Há varias maneiras de expressar-se, e através delas busca-se a liberdade. Na escrita, nada difere, cada palavra desacorrenta, é como um aplanar suave sobre os nossos sonhos, e uma brisa que se sente quando conseguimos fugir do que nos aprisiona. Escrever sem dúvida também é um ato de coragem, pois, nem todos aceitam se expor. É quando se transforma o “eu” em palavras, desnuda-se alma, e você está ali em cada ideologia, crença, poesia, escrito, ficção, em cada linha, em cada pensamento.
Ainda que pareça vão cada palavra, sua missão é rara, é dádiva. O segredo é sempre utilizar das armas que tem, para o bem. Utilizar-se da escrita para mover o próximo para o novo, para seguir sempre em frente e ver a vida de forma realista e consistente.
Escrever é um ato de libertar-se, a mesmo tempo em que se alforria outras mentes.

Inserida por Jossana_Rocha

És uma estranha dama que reviveu…
Vejo-te e me encanto com seu tímido, mas sincero sorriso.
És a estranheza personificada, tens uma alma leve, uma mente livre, porém, carregas o peso de tudo que desconheces.
Não sabes ao menos o porquê vives. Tu te autoconheces somente agora, já livre.
És doçura, mas também és dura. Tens a franqueza como falha e virtude.
Dificilmente apaixona-te. Porém, tua entrega é insana quando amas.
Respiras intensamente a vida, queres tudo, menos a inércia de não ter vivido. No entanto, não avanças, não tens o menor jeito para entrar na dança.
Tudo para ela é novo e diferente. Como se por um século tivesse dormido, e acordado atordoada em um mundo novo, louco, sem juízo.
O que fazer estranha dama? Apegue-se à sua essência… sinta o ar, o sol e as flores, e sim, admire-se do novo, de suas ‘nuances’ e cores. Só não fuja de si, nunca se desencontre.
Você é tudo que já viveu, apenas se aprimore e cresça. Hás de encontrar o caminho das pedras…

Inserida por Jossana_Rocha

Sei que mora em mim, uma poesia.
Tímida, magoada, vazia.
Tem tempo que não a vejo…
Mas sei, está lá…
Queria muito escrevê-la.
Preenchê-la com a minha alma.
Ela simplesmente se esconde.
Sei, está lá…
Contarei o ocorrido, foi numa tarde fria…
Ela estava lá, radiante, linda, intrépida, falante!
A pobrezinha, pronta para ser escrita…
Foi, traiçoeiramente ferida.
Daquele dia em diante, procurou o fundo do meu ser.
Escondeu-se, emudecida, sem ver sentido em ser escrita.
Desde esse dia a procuro, reviro-me pelo avesso.
Ele disse-me certa vez, que não vê sentido em suas próprias palavras.
Porque quando se perde o amor, perde-se o ânimo e a graça.
Somos tomados, pela dor e a falta…
Ontem procurei por ela, vasculhei cada cantinho de mim. E nada.
Encontrei um bilhetinho, que me deixou franca e gentilmente…
“Só saio por amor. Do mais puro e verdadeiro. Não vale ser escondido, metade ou
não-correspondido. Se queres escrever-me, desencante-se, cure-se e ame, pois bem se sabe que com solidão, medo e dor, jamais escreverás um doce poema de amor”.

Inserida por Jossana_Rocha

⁠A minha essência, minha cor e sabor...
Minhas vivências e o esmagar na dor...
Vinho, sim, o puro vinho é o que sou...
Esse é o líquido que a minha alma derrama.
Sou processo na vinha, toda a vida.
Um eterno fermentar de sonhos,
no amadurecer de minha alma.
E sempre, sempre após esmagarem-me,
uma, duas, três,todas às vezes,
já no costume de ser,
ao final de tudo e sempre,vinho,
puro, suave, intenso.
Porque é só o que sei ser,
esmagada, fermentada, armazenada.
Sou esse processo toda a vida,
vinha, uva, intenso vinho.
Até aqui, nessa intensa idade.

Inserida por Jossana_Rocha

⁠Que não lhe falte a saudade, as lembranças e a antiga alegria.
Mas que lhe brotem novas flores na alma, nascidas nos canteiros feitos de passado…
Nascerá nesse encanto de jardim florido, tanto amor e novos sorrisos.
Entendo que lhe foge o ar, quando as perdas renascem daninhas.
Então, com um fechar de olhar, faça dos raios de sol um atalho para vida!
Se te visses com os meus olhos, verias a força e a capacidade gritante de teu ser… Tens um riacho no olhar, que mesmo em meio às correntezas de tua angústia, transmites paz.
És natureza viva! Inclusive és deserto. Quando te afastas.
Sei que aí ficas absorto, por dias, preso, no vazio (ou nos excessos da tua mente).
Precisas reencontrar-te, amar-te. Então, rego-te em pensamento e aro à distância em teu solo.
Fecho em prece os meus olhos, lanço em ti sonho, ânimo e motivação em forma de semente.
Que não demorem e brotem, as flores de teu belo sorriso.
Que as sementes de amor dos que te amam,
transformem o teu deserto em novos planos.
Até o teu vazio, assustar-se-á ao preencher-se com tanta vida!
Que não lhe falte a saudade, as lembranças da antiga alegria.
Mas que lhe brotem novas flores de risos, riachos de vitórias, um reflorestar de força, a brisa e a intensidade de um grande amor, e o constante anoitecer e amanhecer com sonhos na alma…

Inserida por Jossana_Rocha

⁠Aprendi a sonhar e não consigo acordar.
Nem quero, preciso deles, dos sonhos…
Aprendi a seguir, e não consigo parar.
Preciso dela, da estrada.
Tenho mergulhado em mim, e não consigo sair.
Nem devo, preciso conhecer-me, ouvir-me.
Hoje dei-me um abraço, e não consigo soltar-me.
Eu nunca mais me deixarei,
preciso sentir-me, amar-me.
Tenho sido egoísta, e tenho gostado.
Preciso de cuidados, para depois cuidar.
Eu e o passado, não estamos mais de mãos dadas. Precisava deixá-lo,
impedia-me a caminhada, pesava.
Tenho traçado metas,
nas folhas dos meus pensamentos.
Estavam em branco, amareladas, hoje renovadas.
Buscado forças em quem
nunca me abandonou apesar das falhas.
O sorriso de Deus é tudo.
Que saudade d’Ele eu estava!

Inserida por Jossana_Rocha

⁠A minha dor vem dela, da lágrima represada na minha alma.
Não consigo chorá-la, essa lágrima cortante.
És insana, és de amor, és de saudade e dor.
Uma lágrima platônica, que vive do desejo do seu beijo.
Que em mim chora internamente, diuturnamente.
A brisa que vem daí, traz o seu perfume e desprezo.
Quero que chores de mim, que me deixes.
Derrame-se lágrima insana, esquece-te deste drama.
Busco a leveza de não sentir.
Quando me sufocas, trazes à memória o mais belo sorriso.
És lágrima sem juízo. Penso que derramar-te,
livraria-me da dor, de um tão sonhado e renegado amor.
Liberte-me lágrima, simplesmente saia.
E leves as memórias, as não vividas histórias.
Faze-mes ter o ar, seguir um novo rumo.
Libere o meu sorriso.
Se desencanta e derrama.
sua lágrima sem juízo.

Inserida por Jossana_Rocha

⁠Não nasci para este insulto, de joguinhos de sedução.
Atrapalho-me com palavras, atitudes e estratégias.
E se disso depender, abro mão de quem eu amar.
Só sei cuidar, ser romance. Declarar-me incessantemente…
Não sei fingir indiferença, morrerei sem aprender.
Se amo, quero que saibam.
Sou das antigas, quando simplesmente se amava.
Procurando formas de ver a pessoa amada.
Um jeito bobo de ser, mas é o que sou.
Boba, apaixonada, dedicada, entregue.
É essa quem sou, nunca darei meio amor.

Inserida por Jossana_Rocha

Estávamos assim, frente a frente,
Eu e o meu eu lírico,
foi um intrigante discussão...
Há tempos que ele me cobra,
me intimida, incomoda.
Sua primeira pergunta...
Que tal transformar a dor em flor?
Eu cego, no meu ego, franzi a testa e respondi...
Não consigo falar, sem a mim observar.
Só sei falar de mim,
da minha própria dor, do meu desamor...
Meu eu lírico, triste, decepcionado,
Colocou-me contra a parede e propôs-me um desafio...
Tente, ao menos tente, seja o que vier na mente.
Aprenda a flutuar, ao escrever sejas tudo. Permita-se.
Antes que eu lhe perguntasse, nem mesmo deixou que eu falasse,
Transportou-me de mim mesma, a ser outras coisas,
a ter outros olhares. Olhe em volta! Veja os versos!
Dos poetas que admiras. Eu, o eu lírico, sempre estou.
Num poema sejas flor, no outro, um gato
ou qualquer outro bicho…
Seja uma dama recatada…
Em outro uma amante debochada…
Fale como se fosses um nobre Cavalheiro,
ou quem sabe sejas, um bêbado na estrada…
Criança, adulto ou idade avançada,
liberte-se e escreva sobre tudo!
Seja o que desejares, o que na escrita te inspirares!
Na natureza sejas tudo!
Fogo, água, ar, tempestade!
Sinta e seja todos os sentimentos,
para uma escrita intensa, fundamentada.
Fale de fé, com cuidado e respeito,
fale do bem e fale do mal.⁠
Eu já sem fôlego, entusiasmada e o eu lírico?
Não parava, pois, era infinito o seu ser,
e queria a minha escrita ampliada!
Enquanto ele falava, eu fechava os olhos
e tudo imaginava.
Desejando que ele nunca mais se calasse.
E segui caminhado na imaginação da minha estrada,
passando por eles, todos os personagens,
que na caminho me esperavam.
À medida que eu andava, percebi,
eu e o eu lírico éramos um,
ele era tudoo que eu internamente desejava.
E todos os meus futuros poemas,
há tempos moravam em mim.

Inserida por Jossana_Rocha