José Paulo Santos
Viver mais e melhor é viver com menos, muito menos.
Aprende a ser mais e a ter menos.
Luta mais por Ser e Menos por Ter.
Caríssimos Pais, agora já entendem o que é ficar fechado todos os dias com 20 ou 30 crianças e jovens dentro de uma sala de aulas? Imaginem a quarentena dos Professores, ao longo de todo o ano...
Aprendam a respeitar OS PROFESSORES!
Enquanto colocarmos o Amor num estádio inatingível, certamente não o atingiremos. O Amor reside na nossa serenidade em aceitá-lo, na forma mais simples e sem qualquer exigência.
Acreditar nisto é já amar...
Desafio qualquer político a não mais se referir à economia como estando em perigo, num momento tão duro e fatal para a humanidade.
A economia recupera-se, mas nenhum político poderá alguma vez recuperar a vida dos seus cidadãos.
Falemos, isso sim, com veemência,
em ECONOMIA DE VIDAS HUMANAS.
SOLIDÁRIOS & SOLITÁRIOS
Se ainda não leram o “Fenómeno Humano” do jesuíta e filósofo francês Pierre Chardin (1881-1955), recomendo vivamente. Teilhard de Chardin foi uma “persona non grata”, na sua época, tendo sido ostracizado pela Igreja, de um lado, e pela Ciência, do outro, e acabando por ser submetido ao exílio na China.
Só mais tarde, com João Paulo II, Bento XVI e, mais recentemente, pelo Papa Francisco, é que a sua obra foi reconhecida e citada.
Deixo-vos descobrir livremente o autor e a sua obra. Apenas desejo realçar uma simples e curta frase da sua autoria: “a alma humana é feita para não estar sozinha.”
De facto, não viemos a este mundo para nos sentirmos sós. Viemos, tal como todos os seres humanos, com uma força invisível que nos une. Uma certa magia grandiosa nos liga, nos prende e nos vincula. No fundo, acabamos por não estarmos sós. Como podemos sentir-nos sós, quando conhecemos o caminho similar e tão profundo da condição humana?
Hoje, com a pandemia que assola o mundo, sentimos que essa força tão viva, tão acesa e tão frágil está presente.
Cada vez estamos mais próximos uns dos outros, porque um mesmo desígnio anda a planar sobre as nossas almas. E cada vez mais sentimos a necessidade do calor humano, do abraço, do beijo, do olhar, do diálogo, da compreensão e da solidariedade de todos. Sentimos a necessidade profunda de dar e de receber, não de bens materiais, mas sim de afetos, de amor, de vida!
Hoje, começamos este caminho individual e global; esta aventura de nunca nos sentirmos sós, mas de nos sentirmos UNOS, mais do que nunca. Mais do que nunca!
A todos, os meus votos de uma encantadora caminhada, cheia de alegria e de esperança, nas vossas almas nunca sós.
2020, José Paulo Santos
#COVID19
Enquanto o amanhã não vem
Vem ser hoje sem o amanhã
E depois do hoje
Se amanhã houver
Sê o agora apenas.
Toda a simplicidade só é entendida,vivenciada e, por fim, tornada num estado de alma, apenas quando toda a complexidade tiver sido experimentada ao limite.
O discurso político é sempre uma hipocrisia, formatado em protocolos desenhados pela mentira e construídos pela demagogia.
E o povinho néscio engole o texto escatológico, porque a ementa parece-lhe cheirar bem. Ó gentinha...
Os calafrios da incoerência
Que prazer é ler um texto coeso e coerente. Viaja-se dentro dele como se passa por uma seara de trigo embalada pelo vento suave e quente. Seguimos pelos seus caminhos com confiança e alegria, sabendo que o seu autor nos propõe uma rota de leitura com unidade, com harmonia e lógica profundas. Um prazer!
Ora, o mesmo se passa com o ser humano, melhor dizendo, com as pessoas. Como se escrevem as pessoas?
Quando "leio" as pessoas, espero delas essas mesmas características que procuro nos textos: coerência e coesão. O oposto incomoda-me, irrita-me, arrasta a desconfiança e provoca-me calafrios, frios, frios.
É suposto que um texto, por esses mesmos princípios de beleza, de encanto e de equilíbrio, me causem admiração, desejo, orgulho e imensa vontade de saborear cada sílaba, palavra e frase.
E as pessoas? Que textos são as pessoas? Tanta gramática, tanta sintaxe, tanto vocabulário por fazer e refazer e aperfeiçoar!
Exijo que a prosódia se eleve. Quero que a grafia, a entoação, a pontuação, a acentuação se desenvolvam com princípio, meio e fim, numa edição única, esbelta, matura e profunda da Alma e que seja o mais belo texto que jamais terei lido em alguém!
E assim, acredita, já no aconchego do meu outono, entre o crepitar de uma lareira reminiscente e um sóbrio despertar de alma, prometo ler e saborear o Ser que trazes até mim, essa obra humana que soubeste escrever.
Há muito que deixei de perder tempo com quem não aprendeu a crescer. Creio que descobri esse caminho antes do muro dos 50. Sim, bem antes mesmo. Obriguei-me ao recolhimento, ao silêncio e à escuta atenta do que em mim é valioso e mais precioso.
Fiz viagens e profundas escavações pelas entranhas ocultas e obscuras que obnubilavam o discernimento, a essência. Tantos pântanos e lamaçais!
Agora, basta. Quero a verdade e a dignidade. Quero a minha paz e este aperfeiçoamento da consciência. Exijo de mim uma maior e rasgada clareza de espírito para uma relação mais íntegra e sã comigo próprio, mesmo que, para essa meta, deva abandonar caminhos e pessoas que nunca, mas nunca seguirão esse trajeto evolutivo para a sabedoria e a melhor força interior que possamos realmente alcançar: O AMOR.
Não existe possibilidade de diálogo com pessoas que faltam ao respeito por si mesmas. O diálogo pressupõe escuta, respeito, maturidade e extrema inteligência cognitiva e emocional. São raras estas pessoas. Escutar o que o outro sente e diz é um direito e um dever que nos assiste, que devemos executar em cada gesto e comportamento nosso. É falta de respeito não nos escutarmos com verdade e profundidade. Se somos incapazes de realizar este estado de espírito e forma de viver em paz connosco, como poderemos respeitar os outros, desse mesmo modo?
Contra a ignorância atrevida
A inteligência e a sabedoria não se astrevem
Porque é inútil e é um cansaço de vida.
Quando demasiadamente falas sobre o que fazes
Quando procuras saber sobre o que os outros fazem
Mas pouco ou nada dizes sobre o que és
Ou nada sabes sobre os que os outros são
Prepara-te para saber que não te conheces
E acumulas fraqueza e escuridão na tua autoconstrução.
Vende-se um Poeta
Na feira das quincalharias
Entre perdidas velharias
Poeta agrilhoado
Homem amordaçado
Outrora gladiador
Apaixonado e sonhador
Ali sem corpo
Ali já louco
Sem estrelas no olhar
Magro na palavra
Mago sem magia
Esquelético no semblante
Viajante do inferno de Dante
Ali em leilão
Ali sem paixão
Torso nu sem alma
Já não clama
Já não ama
Já não é poema
Vende-se
A quem o reclama.
É paradoxal
Constatar o desamor pela Poesia
Quando a Humanidade
Sem ela morreria:
— Tanta música se perderia
Quanta vida seria maldade
E eu sem ela nada seria.