José Mauro de Toledo
... o autoconhecimento
é mais voluptuoso dos afrodisíacos
aguçando nossa relevância e obstinações...
Remediando ocasionais e não menos vexatórias crises de impotência geradas
por toda ansiedade e desprazeres
do instinto!
No prodigioso
universo das coisas simples, ao nos dispormos em vivê-las - aos olhos dos
quepouco compreendem - corremos
o risco de sermos taxadoscomo
pessoas extravagantes
e exigentes!
E o que podemos
pressupor de uma justiça que abdicou de sua natural serventia
à nação; e se transformar num
temerário criadouro de atrocidades?
O viver
não se sustenta preso
a morbidez das unanimidades
ou despropositais aceitações...
O viver unicamente prospera sob o resguardo de toda qualidade
e solidez dos nossos
propósitos!
O tempo
das frugalidades plurais se foi...
Porquanto será toda relevância
e singularidadedo eu nos pondo
a caminho do necessário;
e, sobretudo, respaldos pelo
mais vertical dos fundamentos:
a Verdade!
Nunca digas
de uma só vez tudo
aquilo que sabes...
Cuides unicamente em bem
dizero que necessário
destina-se a cada
momento!
Ser próspero
é possibilitar que o outro igualmente
exista;e livre, siga sua estrada;
viva suas desimpedidas verdades;
escreva sua respeitável história!
Sobretudo porque, o senso próspero
se revela imune aos insidiosos
estatutos e às amarras
da manipulação!
Nenhuma realidade
naturalmente estabelecida
podeser abruptamente refeita,
diz o escritor Philip Roth...
Logo, aceite-a quando e como vier;
considerando que sempre serávocê
e não essa realidade que
serevelaa tua frente,o objeto
a serpasso a passo
transformado!
Não existe
nenhuma outra razão
que justifique o sentido da vida
que não seja o aperfeiçoamento
do espírito!
E não apenas pela possibilidade
de acessoe reconhecimento de toda
relevânciado viver, mas
de percebê-losendo pouco a pouco
despertoe desdobrado
em si mesmo!
Não existe perfeição
sem os sopros espontâneos da
caridade, observou Jesus, o Cristo!
Pois todo êxito alcançado deve transbordarcom um benefício, legitimando-te frenteao
primordialda vida:
a reciprocidade!
Acreditar
em algo sobrenatural e causador
de todos os nossos infortúnios
e vícios, é o mesmo que desacreditar
que o homem, por si só, já é suficientemente capaz de produzir
todo bem e toda maldade que
ambicione!
E mesmo os bons sentimentos
necessitam de continuadas
e bem-dispostas doses de frequência...
É importante visitá-los e exercitá-los
com certa constância,para que
não percam sua luminosa consistência!
... ora vivemos
o mais retórico e tirânico
dos apocalipses...
Onde os incapazes de rebater
o argumento, esforçam-se em aniquilar quem
argumenta!
... no sempre compensador,
embora dispendioso caminhar
consagrado a cada espírito,
não existirá um
mais aplicado mestre
ou eminente juiz,
que não seja ele
mesmo!
Um escrito,
antes de tudo, é um gesto de colaboração
entre quem o lê e sobre aquilo que ele, respeitoso, esteja lendo...
No melhor cenário, um testemunho,
um inestimável aceno à reciprocidade,
como nenhum outro já
experimentado!
Não apenas tente
resolver o que ora te aflige, constrange...
Busque as causas!
O que pode ser feito
diferente!
... a aplicada
busca pelo autoconhecimento,
não só reacenderá virtudes
anteriormente adquiridas...
Mas, sobretudo, nos agraciando
com novas competências
e oportunidades nessaintérmina
ciência do Ser
e de ser!
... no digamos
ousado reconhecimento
sobre quem se é,
um primeiro registro
do nosso
amadurecimento!
... na licitude da dúvida
todas as chaves descerrando
as portas do conhecimento!
Unicamente duvidar, porém,
a trama obtusa e amarga
que as mantêm
fechadas!
E nesses dias
reconhecidamente agitados,
intolerantes, optar pela Verdade
não condecorará ninguém...
A não ser, ocasionalmente, provocar
uma incômoda sensação de
abandono!
Na extraordinária
energia do trabalho o único meio
capaz de fazer com que
a vida - nossas vidas - a cada
momentose supere,
transcenda... E sobretudo,
nos aperfeiçoe!