José de Alencar
A imaginação é um prisma brilhante, que reflete todas as cores que decompõem os menores átomos de luz, que faz cintilar um raio de pensamento por cada uma de suas facetas diáfanas.
O sorriso, é esta exalação da alma, que nos momentos de calma e tranqüilidade vem desabrochar nos lábios, e abrir-se como uma dessas flores silvestres que ao menor sopro desfolha.
O amor, porém, é contagioso, com especialidade na solidão, onde a alma tem necessidade de uma companheira, e quando de todo não a encontra, divide-se ela própria para ser duas: uma, esperança; outra, saudade.
O amor tem a crença ingênua da eternidade; quem o sente acredita sinceramente que ele não se extinguirá nunca.
O amor é mais do que uma paixão, é uma loucura; É o momento em que possui ou aquele em que se perde, é o objeto em que se ama.
A história de amor mais inocente começa com um olhar, passa ao sorriso, chega ao aperto de mãos às escondidas e acaba com um beijo e um sim.
O falseamento de certos princípios da moral, dissimulado pela educação e conveniências sociais, vai criando esses aleijões de homens de bem.
(Senhora)
Aurélia amava mais seu amor do que seu amante; era mais poeta do que mulher; preferia o ideal ao homem.
(Senhora)
Quando as nações atingem o escopo de uma perfeita e justa delegação da soberania, será então a democracia uma bela realidade.
A ofensa grosseira ou caleja a alma, se é infame, ou a indigna se ainda resta algum brio.