Jorge Gomes da Mota

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⁠Não tire a paz dos outros; viva a tua.

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⁠A imparcialidade trás justiça; a parcialidade trás infortúnios ao parcial.

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⁠A calúnia trás infortúnios para ambos;
caluniado e caluniador.

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⁠Praticar injustiça é tal como jogar água suja para cima; além de cair de volta te suja todo.

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⁠O acusador narcisista age sempre com
doçura; agrada seus alvos para
depois destruí-los.

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⁠O tempo não tem amizade por mim;nunca me espera, nem volta para
que eu possa concertar meus erros.

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⁠Não posso dar tempo ao tempo; não tenho tempo.

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⁠Vejo no tempo a mão do criador;
perfeito, justo e fiel.

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⁠Quem encurta o caminho é você mesmo; ande devagar e alcançará seus
objetivos.

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⁠O tempo passa como o vento; ora trás calmaria, ora tempestade.

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⁠O tempo é justo; temos o mesmo
tempo.

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⁠Parado no tempo, no tempo parado.

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⁠CAVALO SOBERANO

Cavalo Soberano
Cavalo castanho
Onde tu estás?

Estava aqui
Estava ali
Estava acolá
Procurei-te aqui e lá.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo grisalho
Sai do orvalho
E vem para cá.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo pacato
Ás vezes ingrato
Pisava em mim.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo campeiro
Relincho cabreiro
Correndo pra lá e pra cá.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo ligeiro
Menino arteiro
Pulou o canteiro
E foi passear.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo moreno
De olhos pequenos
Me via de longe a ele chegar.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo ousado
Corria de lado
Com dentes cerrados
Ao ver o laço rodando no ar.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo humano rolando no chão
Descanso da lida
Descansa o peão
Cavalo sem era nem beira
Buscando a colheita em um carroção.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo aloprado
De cascos listrados
Correndo do tempo
No tempo parado.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo frenético não fica parado
Derruba o laço
E sai do curral
Olhando pra trás ele foge calado
Correndo deitado
Zombando de nós
Correndo ele sobe a ladeira
Pulando a porteira
Fazendo a poeira calar nossa voz.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo veloz
Correndo na estrada
Com carga pesada cuidando de nós
Era bonito de ver
A sua destreza e o seu proceder
Com cara tapada
As cordas amarradas
A crina voando de tanto correr.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Cavalo sabido
E bom companheiro
Além de matreiro
Ajuda o vaqueiro o gado tocar
Correndo ao lado
Vaqueiro deitado
No lombo arreado
Com laço armado
Quebrando cerrado
Querendo pegar o boi guzerá.
Cavalo Soberano onde tu estás?

Ah... Se eu pudesse no tempo voltar
Reencontrar-te correndo no pasto
Te dar um abraço
E me desculpar.
Cavalo Soberano onde tu estás?

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⁠LAGOA DA PRATA

Lagoa da prata
Na beira da mata
Molhando a estrada
Um homem pescando
Com a barra da calça dobrada
Andando descalço
Na margem molhada.

Lagoa da prata
Lugar de beleza sem igual
De águas azul cristal
Com margem larga
E uma pequena ilha no final.

Águas claras abundantes
Em meio ao cerrado extravagante
Abastece o Rêgo d’água no terreiro
Enche os rios
E mata a sede dos tropeiros.

Assim era a lagoa da prata
Hoje esquecida
Destruída
Deu lugar à plantação
Que secou as tuas águas
Fazendo rachar o chão
Acabando com a magia
Que tinha lá no meu sertão.

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PORTAL DO TEMPO

⁠Na beira da estrada
A cancela fechada
O portão na entrada
Marcando o tempo
Marcando o chão
Era bem grande
O grande portão.

De um lado passava o tempo
Do outro o tempo voltava
O grande portão
Marcava o tempo
Marcava o chão
E a nossa parada.

Era meio sombrio
Ás vezes frio
Misterioso no meio da estrada
Marcando a jornada
O vento soprando
A chuva molhando a sua fachada.

Misterioso portão
Controlava o tempo
Cortava o vento
Voltava o tempo
Brincando com a nossa imaginação
Acabou o grande portão.

O progresso chegou
A tecnologia avançou
O portão destruído
O tempo perdido
Num só se tornou.

O tempo mudado
Ficou do outro lado
Fechando a porta do mundo
encantado.

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⁠AMADO E O CÃO LEÃO

Um amigo de verdade
Não se pode desprezar
Falo do bom cão Leão
Que cansado de andar
Parou em nosso rancho
Querendo descansar.

Estava bem magro
Triste e machucado
Mas aos cuidados de Amado
Logo estava recuperado
E voltou a se alegrar.

Saíam juntos procurando por Sereno
Mas o pasto era pequeno
E assim viviam lá.

Ao lado deles
Também tinha o Lampião
Que era um pequeno cão
Pra acabar de completar.

Era assim que eles viviam lá
Correndo, brincando
E não paravam de sonhar
Viviam com alegria
Até o dia se acabar.

A vaca Cumbuca
Anunciava o amanhecer
O cavalo Sereno relinchava
A bicharada se alvoroçava
Esperando Amado aparecer.

E assim
Mais um dia começava
Lampião se espreguiçava
O cão Leão se levantava
Era mais um dia
No fim de uma longa jornada.

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⁠MUNDO NOVO

Foi no dia primeiro de janeiro
Do ano gêmeo
Já vou logo relatar
Um novo tempo chegou
Fazendo o mundo parar.

Tudo parecia combinado
Nós saímos do passado
Mas não tava preparado
Pra viver neste lugar.

Em fevereiro escolheu o carnaval
Pra trazer todo esse mal
Para nos atormentar.

Esse novo tempo
Trouxe como presente a pandemia
Mas não precisava tanta rebeldia
Pois já no primeiro dia
Entendemos que a vida
Tinha que mudar.

Muitos não quiseram acreditar
Inclusive o presidente
Que de forma intransigente
Incompetente
Inconsequente
Fez chacota da nossa gente
E fez o mal se espalhar.

A crise aumentou a fome da população
Famílias pobres vivendo do lixão
Recentemente eu mesmo vi na
televisão
Uma mulher pobre reclamando
Dando sua explicação:
– É daqui que eu como, bebo e visto,
não preciso mentir!

Vivemos um governo trapalhão
Pois o tal de capitão
Governando a nação
Deixou o povo se ferrar
E com leite condensado
Começou a governar.

Infelizmente o velho tempo findou
E o tempo novo acabou de chegar
Hoje temos que concordar
Em mudar os nossos hábitos
Viver distanciado
Presos em nosso lar.

Ah... Novo tempo
Tempo novo
Dá-me um tempo
Pois eu quero respirar
Á pouco tempo no passado
Num lugar bem sossegado
Vi o povo reclamar.

Daí pra frente
O culpado foi à gente
Que vivia indiferente
Sem querer se adaptar.

No mês de março a pandemia piorou
Já em abril a crise se agravou
Mesmo assim seguimos em frente
Acreditando num presidente
Que a crise amenizou:
– Não se distancie! Não use máscara! É
apenas uma gripezinha! Rá rá rá... blá
blá blá... Tá ok!

No fim do ano muitas mortes
acontecendo
Foi muito triste ver o povo todo
sofrendo
Vi muita gente enterrando seus
parentes
E o tal do presidente ao mundo
afirmando:
– E daí? Não sou coveiro, rá rá rá... Tá
ok!

Isso é revoltante
Mas tem gente que apoia
Acredita em conspiração:
“Vacina com chip”
“Vachina comunista”
“agrava aides”
E outras baboseiras mais
Dando ouvido ao capitão
Que com leite condensado
Sorri e zomba da nação.

Todos os dias
Passa na televisão
Milhares de mortes acontecendo
Esse é o preço que temos que pagar
Por causa de um governo
incompetente
Que diz pra nossa gente:
– Morra quem tiver que morrer, rá rá
rá...

A sua perversidade não tem fim
Não importa com a vida
Não preciso nem falar
Pois as tuas asneiras
Só estão a prejudicar
O trabalho da ciência
Para a cura encontrar.

Mas é com muita luta
Que os heróis da nação
Profissionais da saúde
Estão acima do capitão
Terminou o primeiro ano
Com boa atuação.

Com a esperança renovada
O povo se alegrava
Pois no braço
As primeiras doses
De vacina já entrava.

Os cientistas alertaram
Com muita preocupação
Mas, ignorantes
Não lhes deram atenção
Com a falta de empatia
Os hospitais enchia
Muitos morriam
Nos leitos
E no chão.

Com muito esforço
Chegamos ao ano 02
Foi bem pior que o primeiro
Com centenas de mortes
Afetando o mundo inteiro
É muito triste perguntar
Mas nós queremos saber
Oh insensível mandrião
Quanto vale a vida pra você?
Quanto vale capitão?

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⁠GUERRA INSANA

A guerra foi declarada
De um lado a força desenfreada
Exterminando inocentes
Alegando emboscada.

Do outro lado a resistência
Suportando a guerra armada
Sonhando com a paz
Na guerra não desejada.

Muitos jovens se alistando
Pra defender a pátria amada
De armas não entendem
Mas se jogam de almas lavadas
Se espalhando pelos campos
Com armas empunhadas.

As crianças assistindo
Toda aquela confusão
Teus pais fugindo
Para dar-lhes proteção
Atravessando as fronteiras
Em busca de outro chão.

Enquanto isso acontece
O agressor reaparece
Comendo frutas no salão
Sorrindo ele anuncia
Diante da televisão
Que o ataque continua
Até que haja rendição.

O mundo todo assistindo
De ataduras nas mãos
Pois não pode interferir
Sem que haja retaliação
Nova guerra pode surgir
E exterminar a população.

O agressor enlouquecido
Pode apertar o botão
E lançar bombas de grande destruição
Para a guerra se espalhar
Jogando nação contra nação.

O agressor não é humano
Não tem alma
Nem coração
Deve ser interditado
Tirar de circulação
Resgatando assim a paz
Trazendo mais união.

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A cada passo uma nova esperança.
A cada obstáculo a vontade de vencer.
A cada dia a certeza de que a luta não acabou.

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⁠De nada adianta portar a chave da tua prisão e não ter atitude para se libertar.

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⁠Contra os mentirosos e caluniadores use sua melhor arma, o silêncio.

⁠Aprenda a calar-te, voluntariamente, para não ter que falar compulsoriamente.

Inserida por jorge_gomes_da_mota

⁠É sábio aquele que fala através do silêncio.

⁠A chave do cárcere está em tuas mãos; porque não te libertas?

Inserida por jorge_gomes_da_mota

⁠Une-vos a todos aqueles que não medem esforços no combate às injustiças; lutem perseverantemente pela liberdade, pelo respeito a vida , por justiça e pela paz.