Jorge Ferreira dos Santos
Sorriso!
Que sorriso donairoso;
Encanta o sorriso meu;
É condão belo garboso;
Sorriso assim majestoso;
Faz sorrir Anjos no Céu;
Ri de forma natural;
Faz um favor a ti própria;
Sorrir é original;
A tristeza é melancólica;
Diria que é uma cópia;
Do que na vida vai mal.
A nossa Nação
Ó Portugal doce sátira!
Perto do mar plantado!
Estás a caminho do fim!
Do que foi a tua pátria!
Só nos resta agora um estado!
Que nos rouba a ti e a mim!
Por onde andei neste mundo!
Toda a vida trabalhei!
Deixei muita ponta solta!
Sinto agora bem profundo!
Que não mais as unirei!
Sem uma grande revolta!
Com cravos se ludibriou!
Um povo inocente e pobre!
Em cantigas de embalar!
Quanto ouro se desviou!
Do inteligente ao nobre!
Estudaram pra nos roubar!
Minha voz de raiva treme!
Quando nessa gente penso!
Distribuindo o que é nosso!
Para se manter no leme!
Deste barco podre imenso!
Aguentar mais! já não posso!
O mar que vidas ceifou!
Em prol da nossa riqueza!
Afoga agora os afoitos!
Triste sonho que passou!
Se afogasse a safadeza!
E os retorcesse em oitos!
Plos sonhos que nos roubou!
O cobre, a conta gotas!
Que nos vem parar à mão!
Vem da Europa à tonelada!
Pra engordar certas tropas!
Distribui-se plo ladrão!
O honesto não leva nada!
E o povo tem de pagar!
Porque o querer não é poder!
Sem ter o pilim na mão!
Pra quem menos trabalhar!
Ganha quem menos fizer!
Pode quem for mais ladrão!
Da América com sua frota!
Nos chega a inspiração!
Cada Estado é colossal!
O mesmo faz a Europa!
Com cagadelas de mosca!
Como a Grécia e Portugal!
A Justiça! ó justicice!
Outrora nos deu orgulho!
Aos justos também servia!
Serve agora a malandrice!
Minada pelo gorgulho!
A safar quem não devia!
O pobre mama! cansado!
Numa teta bem magrinha!
Em favor dos comilões!
Engorda-se o engravatado!
Aos funcionários do Estado!
Distribuem-se os milhões!
Junta-te a mim Zé povinho!
Faz da minha a tua voz!
Não para ganhar a guerra!
Agarra-te a um ancinho!
Rebenta a casca de noz!
De quem rouba a nossa Terra!
A minha vida não é roda-viva;
Tal é vivida não sei se é vida;
O meu grande amor não sofre não sente;
Tão perdido estou e só tristemente.
Que desalento tê-la tão sofrida;
A alegria de vez em quando se sente;
Neste tormento o qual é a minha vida;
A vida que estou a viver me mente.
Eu sou como o vento
Que uiva que ri
Fazes parte de mim
Eu não faço de ti
Sou sonho acabado
Que nem começou
Sou amor marcado
Mal nasceu e murchou
Sou alma penada
Vagueando na noite
O bem que queria
Só me deu açoite
Sou tinta de choco
Camuflo a razão
Manchando de preto
O meu coração
Sou leito de rio
Que não sai dali
Fazes parte de mim
Eu não faço de ti
Que vida!
Tão vago é o sentido, desta vida;
Que me intriga, o não saber, ou nada ser;
De saber, que saber, a nada leva.
Quanta desta vida, nos é perdida;
Por quanto, se nos é imposto aprender;
Plo ter, que te transforma, o sol em treva.
Má sorte
Nego a sorte, de não ter o que não tive;
Quanta revolta, do quanto que não vivi;
Sempre de mim, bendita dor se escondeu;
Arrasto o porte, plo chão onde não estive;
Findo da vida, porquanto não existi;
Achar tentando, o que nunca se perdeu.
Mentira!
Toda a gente já mentiu mais que uma vez na vida. A gente mente por: Amor, Desafio, Traição, Compaixão, Raiva, Desilusão, Ambição...
O mais importante não é ter mentido, é refletir se valeu a pena!
Sonho meu!
Nunca tal flor existira no meu jardim;
Da menina dos meus olhos é senhora;
Nunca soube dos seus sonhos onde mora;
Sonhei desperto tê-la um dia só pra mim;
Está tão perto a anos luz estou seguro;
Do seu calor sinto o inverno frio e só;
Num desconforto que arrepia e que dá dó;
Sol gelado extraviado seco e duro.
Aventureiro o sonho a sonhar nos mente;
Que o sonho controla a vida sem contenção;
Desta vida obstruída pla desilusão;
Sonho pérfido infausto que extingue a gente.
A vida é como um sonho;
Que esvoaça entre os dedos;
É um flash que passou;
Ainda ontem era o dono;
Da juventude sem medos;
E hoje tudo mudou...
E Deus existe?
Se Deus realmente existe! É o ser mais maquiavélico que jamais existiu, senão vejamos:
Criou o Homem e a Mulher, que não se entendem; Homem forte, Mulher frágil; Homem cheio de desejos sexuais, Mulher cheia de desejos materiais. O Homem satisfaz de sobra (com muitas sobras a mais) a mulher sexualmente, mas não materialmente. No que é que isto pode resultar?
Guerra!!!
Põe-se então a pergunta!
Que é que Ele pensa? Que somos marionetes?
A resposta que Ele não dá!
Somos mesmo!
E não vejo solução para as Guerras no mundo! Porque as Guerras começam dentro de nossas casas...
Desafio Deus! (se é que existe, o que duvido) a dar-me uma explicação!!!
Revolta!!!
Como nos dizia o nosso querido e saudoso amigo, Zeca Afonso. -"Eles comem tudo e não deixam nada!"... Como ele estava enganado! Finou-se sem se ter apercebido da dimensão! dos COMILÕES! que vieram depois daqueles a que se referia! Que se revezam e ainda lá se encontram!!!
Existo!
Existo sem vislumbrar sentido;
Convicto de algo mais ter, merecer;
Meu eco não anima o meu querer;
Algo carece meu, ser devido.
Amor nutro o espírito fraternal;
Anima, sustenta este meu lenho;
Me falta o que me move o engenho;
Refreado este meu lado animal.
Pária dor, me tenho em abundância;
Em falta a dor, retornante, voraz;
Do calor que gela e me não apraz;
Do viver que sinto repugnância.
Querer não evita esta ansiedade;
Me possui, implacável e me dói;
Necessito do mal, que me destrói;
Que meu não será, só por vontade.
Teu Nome
Que lindo nome é o teu
Sonhando por ele chamo
Por teu amor eu imploro
Sonho um dia ser meu
Deixo de te chamar se te Amo
E de te Amar se te Adoro
Hoje!!!
Hoje sofri
A pior desilusão de minha vida!
Hoje eu vi
Como esta vida, a minha destroçou!
Hoje perdi
Toda a esperança de ser feliz!
Porque hoje me dei conta
Que o meu tempo passou!
Tive um sonho lindo!
Que acordado desfrutei
E no sono me enlevou!
Hoje ao acordar constatei
Que tudo não passou de um sonho
E como tal terminou!
Foi-se de mim toda a esperança
Me abandonou sem ter dó!
Hoje eu me apercebi
Que o meu futuro
Tem uma designação muito simples
Ficar só!!!
Sem poder sequer
Me dar ao luxo de sonhar
O sonho que não é meu
Porque hoje descobri
Que este sonho não é o teu
Como pude acreditar?
Que uma flor assim tão bela
Tão jovem e inteligente
De mim se iria agradar?
Até hoje tive esperança
Que não fosse tão perfeita
Até um pouquinho feia
Pr`alimentar minha luz
Tão ténue e tão rarefeita
Triste ilusão esta minha
Estou completamente perdido
Numa revolução de emoções
Contraditórias
A minha guerra terminou
Sem glórias!
Estou triste!
Como a triste noite escura
Sem uma réstea de luar!
Sem o brilho de uma estrela
Que atenue o meu pesar!
Sinto-me uma coisa inerte
Uma enorme bola de chumbo
Sem encosta pra rolar!
Sinto-me um enorme rio
Com o rumo invertido
Que a inércia não faz subir
E acaba destruído!
Sem sonho sem confiança
Nem estrela pra seguir
Sou partícula sem esperança
Sem destino aonde ir.
"Meu Sol"
Eu sou como a cobra
Flor, ou caracol
Pra sobreviver
Necessito de sol
Sem sol não existo!
Desisto sou mudo
Definho sem sol
Plo meu sol sou tudo!
Nesta escuridão
Não sei o caminho
Sem ver o seu brilho
Me perco sozinho
Sem "ti" não sou nada
Sem sol! sem saída!
Sem partir sem chegada!
Meu sol! minha vida!
Não se trabalha hoje?
Que linda voz, que expressão!
Que toldou o meu juízo;
Única frase entre nós;
Sem beijo, sem situação;
Só o desejo sem riso;
Apenas lhe ouvi a voz!
Dos olhos mal vi a cor!
Que são lindos constatei;
Só fugazmente me olhou;
Sinto que lhe tenho amor;
Esta flor que encontrei;
E tanto me perturbou!
Sei que tu não és perfeita!
Não existe a perfeição;
Nem aspiro que o sejas;
Quero só ver de que és feita;
Mexer com o teu coração;
Dos sonhos ser quem almejas!
Será amor?
Que outra coisa seria?
Dúvidas tantas me assolam;
Uma se vai, outra vem;
Renasce uma em cada dia;
E todas elas me enrolam;
Mal maior me não havia;
Nem os sonhos me consolam!
És o bem que me destrói!
És o mal que tanto queria;
Linda flor do meu jardim;
Quero-te tanto que dói;
Que jardineiro seria!
Pra te ter ao pé de mim!
Meus Amores
Quanto amor será benvindo!
Sofredor em tempo algum!
Bons momentos um por um!
Se contam sem tempo findo!
Loucos amores em declive!
Só aquele nada lhe ganha!
Sentimento que se entranha!
De quantos viver se vive!
Nesta vida se emaranha!
Duvido seja vencida!
A força que lhe dá vida!
Fogo pungente se assanha!
Podes sofrer de tal dor!
Se sofreste logo existes!
O clamor de cenas tristes!
Reverso do mal é senhor!
Um filho! como se adora!
Mais que tudo nesta vida!
Em cada segundo é sentida!
A força que nos devora!
Óh que belo sentimento!
Que poder tão puro e firme!
Não se altera como o tempo!
Nada há mais sublime!
Que pena!
Sinto pena, de quem pena;
Só de pensar arrepia;
Comparando à leucemia;
Minha dor é tão pequena.
Doutras tantas comparada;
Que de amor não sofre apenas;
Outros males, me fazem penas;
Qual Poena castigada.
Rejeito a dilação menor;
Sonho vão, se vai de cena;
Dor dos outros, sinto pena;
Desta minha, só sinto a dor.
“Sol”
Hoje eu vi nascer o “Sol”
Mais belo que nunca e radioso!
Só porque te vi!
Quando te vejo, fico assim!
Como um pato bravo!
Feliz! Dengoso!
Bruxinha linda
Bruxinha sou e adivinho
Não desejo ir plo cano
Pra longe de mim a lama
Não me perco por carinho
Pois raramente me engano
Quem quero levar pra cama
Gelada me encolho e tremo
Sol lindo que me aquecia
És tão raro e tão denso
Mas nem o gelado extremo
Deixa a minha mente fria
Pra calar tudo o que penso