Jonathan Humberto
Seu sorriso é viga que sustenta ilusório sentimento;
Mas, és ao mesmo tempo o labirinto que impulsiona à perdição.
CONFUSÃO
Vejo,
Um mundo tão pequeno quando todos o dizem grande;
Distancias tão curtas quando a dizem longas;
Tudo tão claro quando dizem tão obscuro;
Portanto, tenho um universo inteiro em minhas mãos, mas não o posso pegar.
Estamos,
Aproximadamente distantes;
Alegremente deprimidos;
Interativamente coagidos;
Energicamente ofegantes.
Parece que falamos sem falar;
Vemos sem ver;
Sentimos sem sentir;
Lemos sem ler;
Agimos sem agir;
Ainda, copulamos sem amar e amamos sem sentir, sequer, tocar.
Nossas bocas entoam palavras que não tem sentido;
Nossos olhos veem fatos que não correspondem a si;
Nossos beijos já não tem mais afetos;
Nossos tatos não sentem o toque;
Nossos ouvidos tampouco ouve;
Embaraçoso isso;
Nossos sentidos já não tem sentidos.
Por quê desprezamos os vivos mas consagramos e adoramo-os quando mortos?
É preciso morrer para ser amado ou viver sob a penitência de ser odiado?
És o maestro de minha sinfonia;
Sob a direção de sua batuta;
Acompanha meu corpo a melodia;
Que de sua imagem desfruta.
Os acórdãos que em mim imprime;
Que sucumbem sob sua brandura:
Perece o atroz espírito;
Para um afável apraz.
Vencestes minhas defesas;
Armado de um sereno sorriso;
Desarmastes-me;
Com um olhar felícito.
E o rojão de minha orquestra;
Rumam os tambores;
De minha cardíaca sinfonia;
Total descontrole.
Estais esculpida na minha psiqué;
Cravada entre meus átrios;
Marcado em meus pensamentos;
Alojada em meus braços.
Minha inquebrável resistência;
Quebrou-se ao seus toques;
Meu inabalável império solitário;
Abalou-se aos seus encantos.
Meus reinos sombrios fadados de escuridão;
Agora regozijam sua luz;
Minha farta terra desolada;
Aflora ao seu aroma.
Meu inferno desabrocha plantio,
numa terra infértil de vida.
Meus demônios já não suportam,
espreitam seu céu, seu paraíso.
Ao fim e ao cabo dessa canção;
Suspirarei!
Quê sintonia! Quê harmonia! Sequestrou meu ar, minharespiração