Jônatas Medeiros
Aprenda a não se rejeitar, assim você conseguira o equilíbrio necessário e a felicidade na medida, de certa forma, quem não se rejeita economiza com máscaras, ama com asas e curte com frescor o sabor de ser livre.
Às vezes penso em tantas coisas, sinto que minhas gavetas internas estão com seus sentimentos desordenados. A busca obsessiva pela organização não passa de um martírio, se torna chato, e pertinente. Fala o que pensa, adora uma balbúrdia e tocar no inflamado, apenas um ser totalmente desnorteado em léxico. As palavras pode manipular qualquer um. Somos manipuláveis.
Lambuzar com o seu beijo, tocar em sua pele, me deitar em seu corpo, gemer com precisão e sentir o prazer que só em você encontro. Debulhar por dentro, fazer do jeito que só nos sabemos, cumplicidade erótica tênue. Alguns sentimentos que só acontece entre mim e você. Palavras que não são promiscuas e nem assustadoras, apenas real.
E quem disse que o coração é sofredor? Que o coração ama?
A única jaula sentimental que temos é engavetada em alguma parte misteriosa de nosso fabuloso cérebro, amor nada mais é que combinações de: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, a serotonina e as endorfinas, todas presente em nossa cabecinha. Coração não sofre nem ama, fui enganado.
Na sua boca vibro.. Todas as sensações se tornam redundâncias, todo pensamento se transforma em poesias, palavras brincam com a magia de tornar tudo mais sereno, mórbido, morrendo para as esferas normalistas, vivendo para uma vida mais promiscua. Sensação de poder e passividade, de agressão e liberdade, sentimentos que só posso sentir te beijando, tenho obsessão por seus lábios, esdrúxulo porem necessário para minha sobrevivência, não posso defenestrar aquilo que quero só para mim. Descobri que se pode voar, não com asas, mas com pensamento e palavras.
A palavra é fugaz, é fragmentada, é miserável porém apaixonante, me sinto deslumbrado por ela, sou leigo, mas não consigo deixar de admira o seu poder sagaz e misterioso sobre mim, léxico é sedutor, erótico, curioso.. Meu ego fica inflamado com tanta persuasão, quero emergir em livros me tornar parte dele, quero ser uma palavra que translada, que é vista e gravada, estudada, admirada ou simplesmente ignorada. A linguagem limitada, atormentada, não consegue esclarecer os seus pacóvios trejeitos , é pragmático, belicoso, é um ténue entre o concreto e o abstrato, engoda com malicia e é pérfida. Não é de ninguém mas, pertence a todos.. Gostosa e misteriosa. Palavras.
O amor não tem gênero, muito menos ritmo. O amor não tem regras, não tem exceções. Simplesmente vai acontecendo.
A Língua de Sinais é uma poesia viva, com sentimentos intrínsecos que outra língua não consegue expressar, os movimentos são dançantes, os sinais flutuam em significados e imagens, o corpo percorre uma dimensão teatral em segundos, uma porção de suavidade e leveza. Essa língua não se aprende, se vive.
Serenos toques. Os traços marcantes e ilimitados. A fragrância do amor incondicional, o cheiro da liberdade presente entre eu e você. Frescor, porções de alegrias e movimentos sensuais. Clandestinos da paixão passageira que renasce todos os dias, sabor de vinho nas curvas do seu corpo. Pétalas de charme, beleza e sorriso.
Suas palavras me atingem como flecha ao alvo, seu olhar enrubescido que me intimida, sua forma de andar, seu jeito de agir, fico calado, pois minhas reações se limitam em pensamentos. Posso parecer frugal, mas enquanto olho para você imagino beijos selvagens e pegadas sensuais. Preso em meus desejos, preso em seu corpo, preso em minha mente. E você nem sabe
Sua fumaça que inala, faz meu corpo viajar, essa música soberana que me balança e faz meu corpo vibrar, mente que encontra outro mundo, outro álibi, nessas horas eu sei que não estamos sozinhos, temos outro mundo dentro de nós, é necessário uma ajuda para encontra-lo. Relaxar e voar.
De sorriso em sorriso vou conquistando o mundo, de palavra em palavra vou conquistando as minhas ideologias. Estou aqui para SER e não para TER.
Mais que um sinal, uma imagem, um sentido, uma luz. Não tenho apenas uma língua, tenho uma arte sólida em minhas mãos, uma majestade que se move suavemente, não tenho o que temer, os sinais são vivos. Depois de tantas lutas pelo direito de sinalizar, LIBRAS não se tornou apenas uma língua, mas sim uma expressão de conquista. Poesias não morrem. Libras: paixão da poesia entre as mãos.
No chuveiro enquanto a água cai o banho fica em segundo plano, sou levado pelas gotas, analiso, crio, e sonho. Meu momento, meu corpo, meus pensamentos, minha escuridão.
Entre sem bater e vá conquistando cada pedacinho deste momento que pertence apenas a você, já separei a loucura, a música MPB, o vinho e o poema que te darei. Vamos deixar fluir e acontecer, com toques mudos, sensação de arrepios dançaremos a coreografia do doce pecado.
Não adianta nocautear sentimentos. No fim tudo, exatamente tudo morre. A morte é o último parágrafo.
Ele queria viajar para outro mundo. Viajou. Gostou. Precisava voltar, voltou, mas permaneceu nos dois mundos, virou uma ambiguidade, vivia no real e na fantasia.