Joice Soares
Aqui, aqui, aqui, eu estou bem aqui. Na verdade eu estive aqui o tempo todo, e você não quiz ver, mas agora outros olhos estão a me enxergar.
É incrível como tudo pode mudar com o tempo. As pessoas se mudam, cresce, muda de estilo, pensamentos e até de apelido. Mas eu não vou esquecer meu bem, dos nossos momentos, aquela sua calça jeans e como você ficava ao nela adentrar; do teu jeito e de como lhe chamava. Oh, adorável coração de pedra.
Hoje nenhuma palavra adiantaria. Eu não conseguiria explicar através da linguagem o que se passa aqui. Então, atenção para o meu silêncio.
Uma semana, um mês, um ano, quem sabe? Todas essas nomenclaturas que correspondem ao espaço/tempo não nos cabe. A eternidade nos interessa.
Que o significado da palavra saudade se perpetue, pois só ele saberá explicar o vazio deixado quando já não há a presença.
Sempre ví nos lírios uma transparência; algo relacionado a pureza, a fragilidade. As vezes penso que ha lírios dentro de mim.
Em uma tarde você conseguiu me proporcionar uma alegria tamanha que equivale a alegria que um ser humano pode sentir em uma semana.
E tudo se resume ao simples fato de estar com você. Não existe um lugar, uma pessoa, uma musica; não existe um momento, não existe nada além de você. E o meu dia se torna perfeito. Ha momentos em que nada precisa ser mencionado, e tudo se tornam tão claro, tão nítido. Voltar o tempo já não é possível. Nem imaginá-lo o seria. Você me transborda em alegria, em emoções. Existe um doce em mim que vem de você. É como se o seu Ser o alimentasse. Eu me derreto, e me absorvo, e me recomponho diante de você. Todos os lugares que olho agora vejo o teu sorriso. Todo som me faz lembrar a tua voz. As estrelas estão brigadas comigo, sabia? Eu parei de admirá-las desde o dia em que comecei a lhe observar. Elas estão com ciúmes de você. Qualquer dia desses te apresento o meu céu. Quero passear nele com você, viajar por entre as nuvens a procura do anjo de olhos azuis. Sabia que eu admiro um anjo de olhos azuis? Ele existe no meu imaginário. Comecei a admirá-lo quando percebi que a vida não é só preta e branca. E depois de você, comecei a perceber que a vida, além de Collor, é Bright. Você a torna assim. Assim pra mim.
Como não é o meu forte deixar transparecer o que não me acrescenta, recolho-me a um canto qualquer, a suavizar as lacunas fragilizadas. Parece não haver nada que me possa servir como remédio à amenizar esse conjunto de emoções destroçadas, por isso me calo e me recolho a um canto. Por não conseguir expressar; por para fora o que não me alimenta, resta-me escrever. Isso me medica. Já que a minha voz soa muda, meus dedos conseguem gritar por mim. Coloco num papel tudo o que tenho vontade de falar, tudo o que digo em silêncio. E a minha voz soa muda por entre os ouvidos surdos; os olhos cegos cansados de ver o que não deseja. De enxergar a distancias a margem do incompreensivo.
Se existe algo no qual eu deva saber me diga, não esconda, e não espere eu perguntar porque não o farei.
Que sentimento é esse que me faz perder o sentido das coisas? Não fui eu, mas era eu alí, naquela situação a qual me deparara. Sem sentido.
Quero no sentido de acrescentar valores que norteiam a órbita do amar, do respeitar, do sentir, do desejar, do querer junto...
Eu preciso de um abraço teu, pode ser dois, três, quantos puder, mas eu estou com fome de um abraço teu.
Fico me perguntando que rumo nossas vidas tomariam se aquele nosso velho encontro não acontecesse... A verdade que me vem desafia algumas teorias. Mas o fato é que: acredito - no passado, no presente e no futuro-, nessa coisa chamada 'sintonia'. E esta sim, pressupõe uma universalidade teórica.
A alegria de viver é tão resplandecente que me transbordo em flores. A essa vida, a esse nascer, todo o meu carinho e consideração.
Para quem tem namorado(a) - Um brinde a esse conjunto de emoções que norteiam o 'estar junto'. Para quem está solteiro(a) - Que seja eterna essa vontade de viver, sem se remeter a qualquer questionamento. Um brinde também, por estarmos sempre em nossa própria companhia.
Sabe quando a gente tem um objeto na estante que já não transmite mais a mesma beleza? Aquele objeto empoeirado, que fica ali na estante, contaminando os outros objetos, mas que não tiramos porque ele nos trás algumas lembranças de quando ainda não tinha poeira. Pois bem, quando a gente tira esse objeto empoeirado, a estante fica bem mais bonita. E a lembrança? - A lembrança? A lembrança não é objeto. A lembrança não é palpável.
Imagine como estaria a humanidade hoje, se todas as faltas não pudessem, de forma alguma, serem supridas. Imaginou? Agora imagine quão grande é a dor de não ter uma atenção voltada aquele a que nesse momento mais sente a sua falta. Imaginou? Agora corra aqui e me dê um abraço. O mais forte, o mais sincero, o mais generoso e diga-me, com palavras sutis, que estas sentindo a minha falta também. As vezes a gente só precisa de um abraço e mais nada.
O nosso tempo não existe. O que existe é a nossa cumplicidade, o nosso respeito, a nossa tolerância, dia após dia. Um, dois, três, quatro meses não é nada. Teremos uma vida inteira pela frente pra fazer valer todas as noites que passei e que fiz você passar acordado com o pensamento longe, se fazendo inevitáveis perguntas como: "O que ela pode estar fazendo agora?" "Será que pensa em mim?" Um dia eu lhe disse que havia muito amor em mim, mas que devido as várias pancadas que a vida me deu, esse amor se congelou. Que hoje existia uma geleira dentro de mim, mas que essa geleira iria sumir com o calor do amor que sentis por mim. Minha geleira pinga gotas de satisfação, de desejo e prazer, e tantas outras atribuições que encontrei nessa relação. Você é a contradição que eu gostei de ter. Obrigada por tudo.