John Wesley

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⁠A salvação não é algo distante, é uma coisa presente, uma bênção da qual, pela livre misericórdia de Deus, você agora possui.

John Wesley
The Scripture Way of Salvation (1765).

⁠Comecei a orar com todas as minhas forças por aqueles que tiveram de uma maneira especial, rancorosamente me usado e perseguido.

Deve-se notar cuidadosamente que a fé que não traz arrependimento, amor e todas as boas obras, não é aquela fé certa e viva, mas uma fé morta e diabólica.

John Wesley
Senhor, salva-me! (2020)

⁠Esses são os traidores tanto de Deus quanto do homem. Esses não são outros do que os primogênitos de satanás; os filhos mais velhos de Apollyon, o Destruidor. Esses estão muito acima da categoria dos degoladores comuns; já que eles são assassinos das almas dos homens. Eles estão continuamente povoando os reinos da noite; e quando eles seguirem as pobres almas que eles destruíram, o inferno se moverá nas profundezas para encontrá-los na sua vinda!

Sermão do Monte, Parte XII.

⁠Pode-se dizer que a oração é o folego da nossa vida espiritual.

O lazer e eu nos separamos, e nunca mais nos encontraremos, senão quando eu parar de trabalhar, deixando de viver.

⁠Os termos da aceitação do homem caído são arrependimento e fé. Arrependei-vos e crede no Evangelho!

⁠Em todos os momentos, ó Senhor, necessito dos méritos da Tua morte.

Cartas a "Srta. March" (IV, 208).

⁠O Reino do Céu e o Reino de Deus são expressões sinônimas.

Notas: "Mateus 3:2"

⁠Conheça a sua doença! Conheça a sua cura! Você nasceu em pecado, portanto, deve nascer de novo, nascer de Deus.

John Wesley
The Works of the Reverend John Wesley (1831).

⁠John Wesley explicando a depravação total: “Aqui está o chibolete”: “O homem por natureza, é repleto de todo tipo de maldade? É vazio de todo tipo de bem? É totalmente caído? Sua alma está totalmente corrompida? Ou, para voltar ao texto, é toda imaginação dos pensamentos de seu coração só má continuamente? Admita isso, e até aqui você é um cristão. Negue isso, e você ainda é um pagão”.

⁠A falta que mais prevalece entre os Metodistas é o serem eles muitos exteriorizados em religião. Nós nos esquecemos continuamente de que o Reino de Deus está dentro de nós, e de que o nosso princípio fundamental é que somos salvos pela fé, alcançando toda a santidade interior, não pelas obras nem por qualquer coisa externa.

Cartas "A John Valton", (V, 289).

⁠Oh! Quão livremente Deus ama o mundo! Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu pelos ímpios. Quando estávamos mortos em nossos pecados, Deus nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós. E quão livremente com Ele, Ele dá todas as coisas! Verdadeiramente, a GRAÇA LIVRE é tudo em todos!

⁠A santidade e a felicidade reunidas uma à outra, são às vezes chamadas nos escritos inspirados de "o Reino de Deus", como o foi por nosso Senhor no texto, e às vezes de "o Reino do Céu". Chama-se o Reino de Deus, porque é o fruto imediato do reinado de Deus na alma.

Sermões: "O Caminho do Reino", 1, 12-13 (S, 1, 154-55).

⁠A todos os que têm a religião de Jesus Cristo é impossível escondê-la. Nosso Senhor tornou isto claro através de uma dupla comparação: "Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte", Vós, cristãos, "sois a luz do mundo" quanto aos vossos sentimentos e ações. A vossa santidade vos torna tão visíveis quanto o sol ao meio-dia. Como não podeis sair do mundo, assim não podeis ficar nele sem serdes vistos por toda a humanidade. Não podeis fugir dos homens; e enquanto estais no meio deles, é-vos impossível esconder a vossa humanidade e mansidão e as outras disposições a que aspirais, para serdes perfeitos como vosso Pai que está nos céus é perfeito.

Sermões: "Sobre o Sermão do Monte: IV", 11,2, 4 (S,I, 388-89).

⁠O amor não pode ser escondido assim como a luz, e menos ainda quando ele brilha nas ações, quando vós o exercitais nas obras de beneficência de toda espécie. Pensar em ocultar-se uma grande cidade; sim, assim como não se pode ocultar uma cidade construída sobre um monte, assim não se pode fazê-lo com aquele que é zeloso, santo e ativo no amor a Deus e ao próximo.

Sermões: "Sobre o Sermão do Monte: IV", 11,2, 4 (S,I, 388-89).

⁠Méritos humanos? Todas as bênçãos que Deus concedeu aos homens são de Sua mera graça, generosidade ou favor, seu favor gratuito é imerecido, não tendo o homem como reivindicar a menor de Suas misericórdias. Salvation By Faith, pg 91.

⁠Dedique a primeira hora da manhã para orar em lugar privado e ler ordenadamente as Escrituras.

⁠Como é a Sua majestade assim é a Sua misericórdia.

"A predestinação calmamente considerada", 84 (X, 256).

⁠(Deus) não odeia a qualquer das coisas feitas por Ele.

Sermões: "Sobre a vida sem Deus", 14-15 (J, VII, 353-54).

O NOVO NASCIMENTO
John Wesley – reduzido e adaptado
P 1
“Importa-vos nascer outra vez”. (João 3.7)
1. SE QUAISQUER doutrinas, dentro do círculo do cristianismo, podem ser propriamente chamadas “fundamentais”, estas serão, sem dúvida, duas: a doutrina da justificação e a do novo nascimento: a primeira relacionando-se com a grande obra que Deus faz por nós, perdoando nossos pecados; a última, referindo se à grande Obra que Deus opera em nós, renovando-nos a natureza decaída.
Procuraremos responder a estas três perguntas:
Primeiro – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento? Segundo – Como podemos nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento? E, terceiro – Para que devemos nascer de novo? Para que fim isto é necessário?
Vejamos então em primeiro lugar – Por que precisamos nascer de novo? Qual é o fundamento da doutrina do novo nascimento?
Seu fundamento remonta tão longe e tão profundamente como à criação do mundo. Na descrição bíblica desse evento lemos: “E Deus”, o Deus Trino, “disse: façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança”.
Assim Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn 1.26,27) ; não meramente à sua imagem natural, um retrato de sua imortalidade; um ser espiritual, dotado de entendimento, liberdade de vontade e vários afetos; não meramente à sua imagem política, o governador deste mundo inferior, tendo “domínio sobre os peixes do mar e sobre toda a terra”; mas principalmente à sua imagem moral que, no dizer do apóstolo, é “justiça e verdadeira santidade” (Ef 4.24). Segundo essa imagem o homem foi feito. “Deus é amor”: conseqüentemente, o homem, ao ser criado, estava cheio de amor, que era o único moto de todas as suas disposições, pensamentos, palavras e atos. Deus é cheio de justiça, misericórdia e verdade: assim era o homem ao sair das mãos de seu Criador. Deus é imaculada pureza: e assim era o homem no começo: puro de toda mancha pecaminosa; de outro modo Deus não o teria achado, assim como todas as demais obras de suas mãos, como algo “muito bom” (Gn 1.31).
Bom, não podia o homem ter sido, se não fosse limpo de pecado e cheio de Justiça e verdadeira santidade. Porque não há meio termo: se supusermos que uma pessoa inteligente não ame a Deus, e não seja justa e santa, necessariamente temos que supor que essa pessoa não seja boa de modo nenhum, e ainda menos “muito boa”.
2. Mas, embora tivesse sido o homem feito à imagem de Deus, ele não foi feito, todavia, imutável. Foi criado com capacidade de permanecer de pé, e, no entanto, também sujeito a cair. E isto o próprio Deus lhe deu a conhecer e fez-lhe para tal propósito uma solene advertência. Não obstante, o homem não permaneceu em glória; caiu de sua alta condição.
Ele “comeu da árvore a respeito da qual o Senhor lhe havia recomendado, dizendo: tu não comerás dela”. Por esse ato voluntário de desobediência a seu Criador, por essa franca rebelião contra seu Soberano, o homem abertamente declarou que não mais queria que Deus o governasse; que desejava ser governado pela sua própria vontade, e não pela vontade daquele que o criara; e que não pretendia buscar sua felicidade em Deus, mas no mundo, nas obras de suas mãos.
Ora, Deus lhe havia dito antes: “No dia em que comeres” daquele fruto, “certamente morrerás”. E a palavra do Senhor não pode falhar. Conseqüentemente, naquele dia ele morreu: morreu para Deus – a mais tremenda de todas as mortes. Perdeu a vida de Deus: foi separado de Deus – e sua vida espiritual consistia precisamente nessa união.
O corpo morre quando se separa da alma; morre a alma quando se separa de Deus. Mas essa separação de Deus Adão a experimentou no dia, na hora em que comeu do fruto proibido. E disso deu, prova imediata, mostrando pela sua conduta que o amor de Deus estava extinto em sua alma, a qual se encontrava agora “afastada da vida de Deus”. Em troca, estava agora sob o temor servil, de modo que fugiu da presença do Senhor.
Sim, tampouco conservou o conhecimento daquele que enche o céu e a terra, porque tentou “esconder-se do Senhor Deus em meio das árvores do jardim” (Gn 3.8): desta forma havia ele perdido tanto o conhecimento como o amor de Deus, sem os quais a imagem de Deus não podia subsistir. Ele foi privado desta imagem e ao mesmo tempo se tornou ímpio e infeliz. Em lugar da imagem de Deus, revestiu-se de orgulho e obstinação, verdadeira imagem do diabo; e de apetites e desejos sensuais, à semelhança dos Brutos que perecem.
3. Se se disser: Mas aquela advertência que Deus deu a Adão – No dia em que comeres dela, certamente morrerás, refere-se à morte temporal, e somente a esta, isto é, à morte do corpo” – responder-se-á de pronto: Afirmar isto é franca e palpavelmente tratar a Deus como mentiroso; asseverar que o Deus da verdade positivamente afirmava uma coisa contrária à verdade. Porque é evidente que Adão não morreu naquele sentido, ou seja fisicamente, “no dia em que comeu do fruto”. Adão viveu, no sentido oposto a essa morte, por mais de novecentos anos. Assim, a expressão não pode ser entendida como morte corporal, sem que se ofenda a veracidade de Deus. Deve, portanto, ser entendida como morte espiritual, como a perda da vida e da imagem de Deus.
4. E em Adão todos morreram, toda a espécie humana, todos os filhos dos homens que então estavam nos lombos de Adão. A conseqüência natural disso é que todo descendente seu vem ao mundo espiritualmente morto, morto para Deus, totalmente morto – em pecados; inteiramente vazio da vida de Deus; destituído da imagem de Deus, de toda aquela justiça e santidade com que Adão fora criado. Em lugar disto, todo homem nascido no mundo traz agora a imagem do diabo, no orgulho e na obstinação; a imagem do animal, em apetites e desejos sensuais.
Este é, pois, o fundamento do novo nascimento – a completa corrupção de nossa natureza. Daí é quê resulta que, sendo nascidos em pecado, precisamos “nascer de novo”. Daí a necessidade de nascer do Espírito de Deus todo aquele que tenha nascido de mulher.
1. Mas, como pode o homem nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento?
Esta é a segunda questão – e questão da mais alta relevância que se possa imaginar.
E isto veremos a partir da segunda parte que será apresentada a seguir.

O NOVO NASCIMENTO
John Wesley – reduzido e adaptado
P 2
Como pode o homem nascer de novo? Qual é a natureza do novo nascimento?
Nosso Senhor disse a Nicodemos: “O vento sopra onde quer” – não pelo teu poder ou sabedoria, “e ouves sua voz” – estás absolutamente certo, acima de qualquer dúvida, de que ele sopra; “mas não podes dizer de onde vem, nem para onde vai” – o modo preciso por que ele começa e termina, ergue-se e acalma-se, nenhum homem pode dizê-lo. “Assim é todo que é nascido do Espírito”: podes estar tão absolutamente certo do fato, como do soprar do vento; mas o modo preciso por que isso se faz, como o Espírito Santo opera na alma, nem tu, nem o mais sábio dos filhos dos homens, será capaz de explicar.
3. Entretanto, podemos dar um esquema claro e bíblico da natureza do novo nascimento. Isto satisfará a todo homem razoável, que somente deseje a salvação de sua alma. A expressão “nascer outra vez” não foi usada pela primeira vez por nosso Senhor em sua conversa com Nicodemos: era bem conhecida antes daquele tempo, e estava em uso comum entre os judeus ao tempo em que nosso Senhor apareceu no meio deles. Quando um pagão adulto se convencia de que a religião dos judeus era do Senhor e desejava unir-se a ela, era costume primeiro batizá-lo, antes que fosse admitido à circuncisão. E quando era batizado dizia-se ter nascido outra vez o que queria dizer que, o que antes era filho do diabo, era agora adotado na família de Deus e contado como um de seus filhos. Portanto, essa expressão, que Nicodemos, sendo “mestre em Israel”, devia ter bem compreendido, nosso Senhor emprega em conversa com ele; somente a emprega num sentido mais forte do que estava acostumado a ouvi-la. E esta podia ser a razão da pergunta: “Como pode ser isto?” O fato não se pode verificar literalmente: o homem não pode “entrar outra vez no ventre de sua mãe e nascer”; mas o fato pode verificar-se espiritualmente: o homem pode nascer de cima, nascer de Deus, nascer do Espírito, o que tem analogia muito próxima com o nascimento natural.
4. Antes de a criancinha nascer neste mundo, ela tem olhos, mas não vê; tem ouvidos, mas não ouve. Faz uso muito imperfeito de qualquer outro sentido. Não tem conhecimento de qualquer coisa do mundo nem tem qualquer entendimento natural. A forma de existência que ela tem então podemos dar o nome de vida. Somente depois de nascido é que podemos dizer que o homem começa a viver. Porque, tão logo nasce, começa a ver a luz e os objetos com os quais esteja em contato. Então se lhe abrem os ouvidos e ouve os sons que sucessivamente batem sobre eles. Ao mesmo tempo todos os outros órgãos dos sentidos começam a exercitar-se no campo apropriado a cada um. Ele próprio respira e vive de maneira totalmente diversa da vida que tivera até então. Como o paralelo exatamente se verifica em todos esses exemplos! Enquanto o homem se encontra no estado meramente natural, antes que seja nascido de Deus, possui, em sentido espiritual, olhos, e não vê; um espesso véu impenetrável está sobre eles. Possui ouvidos, mas, não ouve; é profundamente surdo a tudo o que mais lhe interessa ouvir. Seus demais sentidos espirituais estão anulados e é o mesmo que se os não tivesse. Daí não ter conhecimento de Deus, nenhum contato com Ele: o homem natural não se relaciona com Deus de modo nenhum. Não tem verdadeiro conhecimento das coisas de Deus, nem das coisas espirituais ou eternas; por isso, embora seja um homem vivo, é um cristão morto. Logo, porém, que é nascido de Deus há uma total mudança em todos aqueles pormenores. Os “olhos de seu entendimento são abertos” (tal é a linguagem do grande apóstolo); e Aquele que no passado “mandou a luz resplandecer das trevas, brilhando em seu coração, ele vê a luz da glória de Deus”, seu glorioso amor, “na face de Jesus Cristo”. Seus ouvidos sendo abertos, é agora capaz de ouvir a voz interior de Deus, dizendo: “Tem bom ânimo; teus pecados são-te perdoados”; “vai e não peques mais”. Este é o sentido do que Deus fala em seu coração, embora, talvez, não naquelas mesmas palavras. Ele está pronto agora a ouvir seja o que for que seja do agrado “Daquele que ensina ao homem e lhe revela o conhecimento de tempos em tempos.
“Sente em seu coração”, “a poderosa operação do Espírito de Deus”, ou seja, o homem sente, percebe interiormente, as graças que o Espírito de Deus opera em seu coração. Sente, e fica cônscio da “paz que excede a toda compreensão”. Muitas vezes experimenta uma alegria em Deus que é “indizível e cheia de glória”. Sente “o amor de Deus derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe é dado”; e todos os seus sentidos espirituais são então exercitados em discernir o bem e o mal de ordem espiritual. Pelo uso deles, o homem diariamente cresce no conhecimento de Deus, de Jesus Cristo, a quem Ele enviou, e de todas as coisas pertinentes a seu reino interior. E agora pode propriamente dizer que vive: despertado por Deus mediante o Espírito, ele vive para Deus mediante Jesus Cristo. Vive a vida que o mundo não conhece, uma “vida que está: escondida com Cristo em Deus”. Deus está constantemente bafejando, por assim dizer, o espírito do homem, e este se acha respirando para Deus. A graça desce a seu coração e a oração e o louvor sobem ao céu: por este intercâmbio entre Deus e o homem, por esta comunhão com o Pai e o Filho, como por uma espécie de respiração espiritual, a vida de Deus se mantém na alma; e o filho de Deus cresce até chegar à “perfeita medida da estatura de Cristo”.
5. Daí manifestamente se ressalta qual seja a natureza do novo nascimento. É aquela grande mudança que Deus opera no espírito, quando Ele o chama para a vida, quando Ele o levanta da morte do pecado para a vida da justiça. É a mudança operada em todo o espírito pelo poderoso Espírito de Deus, quando ele é “criado de novo em Cristo Jesus”, quando é “renovado segundo a imagem de Deus, em justiça e verdadeira santidade”; quando o amor do mundo se muda em amor de Deus, o orgulho em humildade, a impetuosidade em mansidão; o ódio, a inveja, a malícia num sincero, terno e desinteressado amor a toda a humanidade. O novo nascimento é, numa palavra, aquela mudança pela qual a mente terrena, sensual e diabólica se transforma na “mente que havia em Cristo Jesus”. Esta é a natureza do novo nascimento: “assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

O NOVO NASCIMENTO
John Wesley – reduzido e adaptado
P 3
Respondamos agora à terceira pergunta. Para que fim é necessário nascer de novo? Mui facilmente se compreende que isto é necessário, primeiro, para a santidade.
E o que é a santidade, segundo os Oráculos de Deus?
Não é uma religião meramente exterior, um amontoado de obrigações externas, qualquer que seja o número delas e qualquer que seja a exatidão com que sejam cumpridas. Não: a santidade evangélica não é menos do que a imagem de Deus impressa sobre o coração; não é outra coisa senão toda a mente que havia em Cristo Jesus; consta de todos os afetos e disposições celestiais fundidos num só.
Implica um tal amor, contínuo e agradecido, Àquele que não nos ocultou seu Filho, seu Único Filho, de modo a tornar natural, de maneira imperativa, o amor a todos os filhos dos homens, à medida que nos enche “de coração misericordioso, ternura, doçura e longanimidade”.
É um tal amor de Deus que nos ensina a sermos inculpáveis em toda maneira de conversação; que nos habilita a apresentarmos nosso espíritos, nossas almas e nossos corpos, tudo que somos e tudo quanto temos, todos os nossos pensamentos, palavras e ações, como um contínuo sacrifício a Deus, aceitável através de Cristo Jesus. Ora, esta santidade não pode existir enquanto não formos renovados na imagem de nossa mente. Não pode começar na alma enquanto não for operada aquela mudança; até que, revestidos do poder do Altíssimo, formos tirados “das trevas para a luz, do poder de Satanás para o poder de Deus”, isto é, até que tenhamos nascido de novo; o que é, portanto, absolutamente necessário à santidade.
2. “sem santidade ninguém verá ao Senhor”, ninguém verá a face de Deus em glória. Em conseqüência, o novo nascimento é absolutamente necessário à eterna salvação. Tão desesperadamente mau e tão enganoso é o coração do homem, que eles podem se lisonjear na esperança de que possam viver em seus pecados, até chegarem ao último suspiro, e ainda depois viverem com Deus; e milhares realmente crêem que encontraram uma estrada larga que não leva à perdição. “Que perigo”, dizem eles, “pode correr a mulher, com aquele que é tão sem maldade e tão virtuoso? Que perigo há que homem tão honesto, de tão rigorosa moral, possa perder o céu; especialmente se, sobre e acima de tudo isso, freqüenta a igreja?” Um desses perguntará com toda a segurança: “Quê! não faço tanto bem como meu próximo?” Sim, tanto bem como teu próximo ímpio; tanto bem como teu próximo que morre em seus pecados! Na verdade, descereis todos ao abismo, ao mais profundo inferno! Todos vos reunireis no lago de fogo; no “lago de fogo que arde com enxofre”. Então, afinal, vereis (conceda-vos Deus que possais vê-la antes!) a falta que faz à glória a santidade, e, conseqüentemente, a falta do novo nascimento, uma vez que ninguém pode ser santo, a não ser que seja nascido de novo.
À luz de todas estas considerações, importa que digamos aos homens que eles devem nascer de novo?
“Não” – diz o homem zeloso – “isto não pode ser; como podes falar assim, descaridosamente, ao homem? Não já foi ele batizado nas águas? Não pode agora nascer outra vez!”
Não pode ele, nascer outra vez? Afirmas isto? Então ele não pode ser salvo. Embora seja tão velho quanto o era Nicodemos, “se não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Portanto, dizendo tu: “Ele não pode nascer de novo”, tu de fato o entregas à perdição. E onde agora está a falta de caridade? De meu lado ou do teu? Eu digo: ele precisa nascer outra vez e tornar-se deste modo herdeiro da salvação. Tu dizes: “Ele não pode nascer de novo”: e, se assim for, deve inevitavelmente perecer! Assim obstruis inteiramente seu caminho rumo à salvação, e o envias ao inferno por simples caridade!
Seja, pois, esta a oração contínua daqueles que não experimentaram aquela graça interior de Deus: “Senhor, adiciona esta a todas as tuas bênçãos: permita-me nascer de novo! Nega-me tudo quanto for de teu agrado negar-me, mas não me negues isto: permita-me ser nascido do alto! Retira-me o que quer que te pareça bem retirar-me – reputação, fortuna, amigos, saúde – e dá-me somente isto: ser nascido do Espírito, ser contado entre os filhos de Deus!
Permita-me nascer, não de semente corruptível, mas incorruptível, pela palavra de Deus, que vive e permanece para sempre; e então deixa-me diariamente crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!”

⁠Graça Divina: Ela é gratuita a todos aos quais ela é dada. Ela não depende de qualquer força ou mérito no homem, nem em nível algum, nem no todo, nem em parte. Ela não depende, em nenhum sentido, das boas obras ou justiça do receptor, nem de quaisquer coisas que ele (a) tenha feito ou quaisquer coisas que ele (a) seja. Ela não depende de esforços. Ela não depende de sua boca índole, desejos bons, propósitos bons e intenções boas, pois todos estes fluem da Graça Livre de Deus. John Wesley – “Free Grace”, IN, ED. Albert C. Outet. Nashville: ABINGDON, 1985. V.3, P.545.

⁠Quando você ver outra pessoa em pecado, isso não deve sair dos seus lábios, a não ser para a pessoa em questão. Só abra sua boca se for para ganhar seu irmão. Recuse-se a fazer das falhas ou faltas alheias assunto de conversa.

⁠Pode ser que o mundo não aprecie os Metodistas, mas o mundo não pode negar que morreram bem.

⁠É impossível ser misericordioso e ser invejoso. O amor é totalmente contrário a essa atitude.