Joel Sousa
Se existem escolhas erradas, eu só as descobrirei depois de sair lesado delas. A vida é doce a dar-las, mas super-massiva a demonstrar-las.
Sê meigo a julgar-me, tal como tu, não sou perfeito, cometo erros, desisto, e vivo sempre na ilusão de um mundo bom
Não estou a espera ver as estrelas a brilharem para mim todas as noites, não estou a espera de encontrar o amor em cada esquina, não estou a espera que as pessoas se auto transformem no que não são. Sinceramente, a única coisa que espero, é ter sabedoria para compreender e aceitar este mundo de malucos.
Este mundo ensinou me que a verdade nem sempre está onde nos queremos, e que a verdade, nem sempre é o melhor de se ouvir. Alias, a verdade nos dias de hoje, traz consigo o medo.
Antes de desabrochar o meu primeiro cabelo grisalho. Temerei o relógio, dono da minha vida. Tempo cruel, imperdoável, leva-me o sorriso e ainda me pede as lágrimas. Cobra-me o ar. E regista cada passo. E não devolve todo o meu esforço. Talvez seja eu, castigado pelos meus pensamentos, que não enxergo o mundo, ou talvez seja abençoado pela transparência da verdade.
Não sou perfeito, sou detentor de inúmeros defeitos, e admiro quem me admira. Sou abençoado pela vida, destruído pelo meu próprio caos. Vivo a vida ao limite, e acredito no limite de tempo.
Não te aches superior a ninguém, todos tivemos o mesmo direito de viver, ninguém nasceu para ser superior. O destino será para todos o mesmo.
Haverão dias de pranto e sol, haverão dias de jubilo e chuva, haverão dias que nem dias serão considerados. Segundos que passarão num instante e minutos tão rápidos como segundos. Fará tempo que o sentimento fluirá em forma de gotas de orvalho pelo rosto, e o sol surgirá como sorriso. Felizardo de quem desfruta o sentir mais que exprimir.
Sinto-me preso, preso a mim próprio, ao meu próprio pensar. Sinto-me preso de sentir, e as vezes preso de respirar. Sinto-me preso de conhecer, de viver, sinto-me limitado a um espaço sentimental pequeno e incompreendido. Sinto-me diferente, anormal, esquisito. Sinto-me único pela negativa, a margem de um mundo, onde todos sentem, mas ninguém quer sentir. Sinto que o preto veio substituir a cor, e nem a caneta da vida escreve nas entrelinhas. Sinto pedras no caminhar, e sem espaço para as guardar. Cabeça pesada de nenhum problema e corpo fraco, desmotivado. Sinto ter tudo e não aproveitar nada. Sinto-me a existir, mas não a viver, e sem vontade de viver...