Joel Gonçalves

Palavras do meu pensamento.
Provenientes do meu coração.
Libertam o meu sentimento.
Atenuando o sofrimento.
Companhia nelas encontro...
Nos momentos de desolação.
Palavras que esperança dão.
A este amor que sofro na solidão.

Mágoa que provocastes.
Neste ser que emanava paz,
Alegria, Amor...
Obrigaste-me a fechar!
Deste-me a conhecer,
O valor da dor,
O valor da tristeza,
Das lágrimas,
Da solidão.
Não tenho nada para te agradecer!
Resta-me apenas ceder.
O perdão assumido,
Mas não esquecido.

Nas águas passadas, desenvolvem-se saudades, saudades que magoam, saudades que confortam, mas são essas saudades que fortalecem os nossos sentimentos.

Melodia mórbida, deprimente e consistente!
Acompanha-me desde sempre...
Nos momentos de solidão, tristeza e depressão.
Sons agudos que dela brotam,
Provocam-me lágrimas.
Lágrimas mortificantes.
Que não deixam de ser constantes.

Deixo-me abater...
Melodia que me constrange.
Corta-me a respiração.
Esventra-me o corpo,
Dissimula-me o rosto.
Sangue que some-se do meu ser.
Transforma-se num humor líquido.

Melodia que adia a felicidade,
Melodia que aproxima o desgosto.
Relebrando a saudade
Saudade do teu rosto.

Melodia bárbara e cruel.
Que extingue o meu ânimo.
Deixa-me sem poder...
Enfim...
Sinto-me a morrer.

Sob um manto de mistério, surges!
Conquistando o meu coração.
Que outrora, estava em profunda desilusão.
Destes tamanho alento!
A este sentimento de afeição.
Que perdia-se no tormento.
Nos momentos de solidão.

Contudo limitado foi o momento.
Momento de afecto...
Criastes uma realidade.
Disfarçada de ilusão.
Ilusão amargurada.
Que me fez voltar...
Para este lugar ermo.
Onde as lágrimas prevalecem,
E a tristeza impera.
Tristeza esta que me molesta.
Devido ao sentimento não correspondido.
Sentimento que me desespera.

"O maior pecado mortal é a própria existência do Homem e da Mulher."

Rodeado de objectos fúteis.
Sinto-me aprisionado!
Quero libertar este sentimento,
Não com palavras!
Já estou farto!
Quero liberta-lo com gestos,
Gestos de ternura, de paixão, de amor...
Gestos provenientes do meu coração.
Quando volto a mim...
Vejo-me novamente rodeado.
Rodeado por um materialismo inútil.
Será esta a minha prisão?
Prisão que contém o meu coração...
Onde sofro a verdadeira solidão.