João Carlos Marrão

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⁠Quando o assunto é ter preguiça, eu não tenho preguiça.

⁠Quando o peixe que você quer pegar surge no rio não adianta dar uma paulada com toda a força na água, isso só fará com que ele desapareça. Tenha paciência, observe o horário e onde ele costuma aparecer e vá devagar lhe alimentando com a própria isca que você pretende colocar no anzol.

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⁠Você é responsável apenas por parte do que eu sou, a outra parte sou por causa da sua irresponsabilidade.

Tem gente que nasceu assim: Sorrindo apenas com os limitados capítulos felizes de sua trajetória, mas chorando com as tristezas de todos que cruzam seu caminho.

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⁠A certeza do que se quer
Algumas aves fazem vôos migratórios de um continente a outro sem que nunca tenham feito a mesma viagem antes. Passam por centenas de paisagens, e avistam o mundo todo literalmente do céu. Como elas sabem qual é o seu destino, o local exato em meio a tantos lugares?
O lugar certo fica sempre depois do lugar errado. O Instinto da ave em saber qual não é o local correto é mais importante do que propriamente saber qual é o lugar certo, pois este embora ela possa ainda nunca ter visto, reconhecerá assim que enxergar pela primeira vez.
Na vida algumas coisas também são assim, a gente pode até não conhecer ainda, mas reconheceremos assim que virmos. Então não tem tanta importância se não sabemos direito o que queremos desde que tenhamos a certeza clara e absoluta do que não queremos

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As nuvens se movem de forma desordenada no céu.
Não seguem planos ,cronogramas,maestros ou agendas

Todos os dias o céu tem um espetáculo diferente!

⁠Os planos servem para nos inclinarmos em direções elevadas

⁠Quando deciframos os riscos da vida
O esboço dos nossos desejos passam a ser cuidadosamente rabiscados.

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⁠A noite

Pulando montanhas
Caindo em penhascos
Foge a noite com medo
Apressada com os sapos
Apagando estrelas
Se escondendo em buracos
Não gosta do dia!

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⁠Pensamento

Entre pulsos e impulsos
excito, hesito
e cito culpas
desculpas e versos
que retratam o universo inverso
em que vivo de olhos fechados
e sobrevivo de olhos abertos

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⁠Sou quem quero ser

O dia me borra o escuro me elucida
Chego em correntes partidas
Nadando ao nada entre portos e ilhas
Não conheço o norte ou a sorte
Dos caminhos que eu devo seguir
São apenas picadas na mata
Que não existem antes de mim
Assim sou eu.... quase livre
Preso apenas por uma única porta
Num quarto claro e sem sentido
Com mobílias de história apagada
Preso apenas por uma única porta
De onde quase fujo todo dia
Se não fosse a constante vigia
Da insensata sensatez

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⁠insônia

O sol me venda os olhos cegos
A lua me vende a sonhos mudos
o confuso fuso horário normal
Espaça o tempo de um jeito absurdo
Acordado me revira de sono
E de insônia me viro no escuro
ouvindo o vento bater na janela
afobado, correndo, inseguro
pedindo socorro e fugindo
de algum vulto uivando no muro


sonos curtos sonhos longos
visito lugares em algum além
onde tenho outra vida
em que nasci e cresci
e onde eu deito e durmo tão bem
que sonho que estou aqui

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O conhecimento soma certezas, mas multiplica as dúvidas⁠

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