JOANA DE OVIEDO
A MODA – ESSA TRANSGRESSORA DE OLHARES
Por Joana de Oviedo
Estive pensando! A moda transgride mas também regride.
Desde os tempos em que as roupas eram apenas para cobrir a nudez até tomar um ar de sofisticação nos corpetes, corseletes e anáguas para dar volumes abaixo dos quadris para mostrar um “popozão” que nem todas possuíam e, que toda essa “parafernalha” servia de lipoaspiração às mulheres das mais simples camadas sociais às mais vaidosas de um classe social mais elevada qualquer.
Não fosse Coco Chanel, libertar a mulher dos enlaces apertados dos corpetes, das cintas ligas e luvas, conquistando a liberdade dos vestidos mais leves e soltos e até mesmo à calça comprida, sendo Chanel a primeira mulher a usar essa peça que era exclusivamente masculina.
E atualmente a moda moderna que só é moderna nas passarelas, mas nas ruas, ela é insinuante, extravagante. É preciso mostrar “o belo” o que se “tem para mostrar”, nos mini-shortes ou calceletes jeans, onde a mulher com lipo e sem lipo deixa visível o que sonha estar belo, mas nem sempre.
Depois de uma longa história de moda eis que surgem as máscaras. Mascaras?
Mas onde ficarão os lábios vermelhos, as bocas carnudas, os rosto plastificados pelo botox e outras substâncias? Estarão embaixo das mascaras que , como no passado, as roupas eram para cobrir a nudez, de inicio, as máscaras talvez fiquem para completar o modelito, uma multidão de cores e modelos, com estampas animal print e também rendadas com forros de seda. Mas chegará um dia em que as gerações tirarão as máscaras de seus rostos, e por certo gritarão: Liberdade contra qualquer tipo de máscaras, mas alguém haverá de contar-lhes que a moda das mascaras foi influência de uma terrível pandemia que ousara a varrer a terça parte da terra. Quiçá, também as luvas serão arrancadas, porque por certo as luvas, em um futuro próximo também serão necessárias. Será proibido tocar nas pessoas.
Depois de uma longa história de moda eis que surgem as máscaras. Mascaras?
Mas onde ficarão os lábios vermelhos, as bocas carnudas, os rosto plastificados pelo botox e outras substâncias? Estarão embaixo das mascaras que , como no passado, as roupas eram para cobrir a nudez, de inicio, as máscaras talvez fiquem para completar o modelito, uma multidão de cores e modelos, com estampas animal print e também rendadas com forros de seda. Mas chegará um dia em que as gerações tirarão as máscaras de seus rostos, e por certo gritarão: Liberdade contra qualquer tipo de máscaras, mas alguém haverá de contar-lhes que a moda das mascaras foi influência de uma terrível pandemia que ousara a varrer a terça parte da terra.
DIAS ENUVIADOS
Se eu pudesse nos dias enuviados
Acender o sol para você viver.
Eu colocaria uma cor a mais, vibrante...
Não no sol mas na sua alma
E nos seu lábios um pouco do meu batom de cereja.
Deixa-me ser a criança que rabisca sua vida, colorida!
SILÊNCIO
Não diga nada!
Não fale...
Emudeça sua voz...
Quero ouvir as notas
Da canção que silente farfalha.
NÃO...
Não pare...
Não pare a música!
Se possível dance!
Deixe-a tocar assim:
displicentemente, fluente...
Deixe-a até o fim.
E se possível cante.
Deixe a vida: a musica!
Não pare... Não!
ADEUS
O que eu te fizera, amor
Para que me deixasses?
O que posso fazer para que voltasses?
Não pude rir tuas alegrias
Nem ao menos conhece-las
Por longos anos de dias.
Chorei as tuas tristezas
Que também não sei se seria
Nunca soube quem eras,
nunca tive certeza!
Fui feliz contigo.
Meu corpo fiz-te por abrigo
Mas não o quiseste por sua casa.
Fui alegria, melancolia, talvez!
Só sei que sou triste desde que
Tu partiste.
Nós nos amamos mais quando não apenas nos reconhecemos, porque é necessário conhecer a própria alma.
Ninguém há de esquecer o que conhece de mim,
E uma única pessoa se lembrará do que alguns
conhecem e do que apenas Ele sabe.
Não há rosas
Contemplo as flores no jardim
No jardim, embaixo da torre Eifell
E deparo com violetas cobertas de neves...
Não há rosas ainda nos pomos
Mas a esperança de que serão vermelhas
Sinto já o fogo das pétalas entrando pela janela
E um bilhete que transcende palavras de amor,
As violetas roxas inclinam-se com o vento
Como bailarinas segurando-se com os pés
O corpo que quer voar, sonhando ser borboleta
E um fio de esperança transcende o meu inútil
Amor e abro a janela para o inverno.
Mas não há rosas!
EU E O ESPELHO
Eu não sou ninguém
Nunca fui a loucura de nada,
Nem a sanidade também
Nem o início de um caminho
Ou mesmo a solidão da estrada...
Procurei-me por tanto tempo
e nada encontrei no velho espelho
É preciso rezar para me encontrar
E saber que existo seja lá em qualquer
tom e cor e lugar.
Eu sei, não sou nada além dessa loucura
De um espelho pendurado na parede
E a cada vez esse espelho envelhece
E outra face também em mim tece.
É preciso trocar-lhe a moldura!
ANTÍTESE
És o fogo que aquece minhas mãos
Quando me amas, à lareira!
Mas também o gelo que me queima na ausência.
Tal qual o fogo ateado à lenha, nas noites frias.
És o carvão que me tece um triste coração
Nos desenhos feitos na areia quando a tristeza
Me faz sentar à beira da estrada, sozinha.
Então me torno os olhos tristes do homem
Que buscou construir seu castelo, na solidão.
Sem a lareira e sem lenha no terreiro!
Rompi as ataduras da minha alma
para me encontrar com a sua
em algum tempo perplexo,
deconexo.
_____________________________
Ataduras rompi
encontrou-me a minha alma a ti.
côncava e convexa, mas desconexa!
QUIETUDE
Está tudo tão quieto!
Tão silente... É a vida da gente
que está se esvaindo na vida dos outros
que indo primeiro, preparando o terreiro.
Não temos escolhas
é a fila que anda
silenciosamente
para não acordar
os que jagem e dormem
na quietude da vida
sem despedida!
Tão silente... É a vida da gente!
O REGRESSO
E o regresso ficou para esse tempo
Onde o desalento mora
E a tristeza chora.
Não há canto algum
Que faz rir a alma
Nem rimas de poesias
Nessa calma.
Tudo cessou!
A maresia
Até o mar chorou
E a poesia entristeceu
Junto ao céu
Que apesar de ser seu
Aguardava para outro dia
Dia qualquer!
Não tão breve nem tão logo
Mas como a vida se atreve?
A poesia entristeceu!
Alguém de ti me roubou
Eras talvez o teu único diamante
Não sabias e nem te fizesse caso
Era eu o pó de pequeno brilhante
Como estilhaço de estrelas perdido
No firmamento sem identificação.
Onde está o povo? O nobre, o pobre. Trancafiados em seus palacios e nos casebres que hj se igualam. Portanto, não existem nobreza, nem pobreza. Mas ainda há algo que os diferenciam: onde se resguardam... E que no fim das contas tudo se resume em um teto. Pois de que vale o concreto, a arquitetura? Se nós não somos feitos desse material... Somos todos vulneráveis, bonecos plastificados... Alguns enfeitados, mas de que valem tais enfeites? Para quem iremos mostrar tais deleites? Enfim... Somos iguais, o que muda é a roupagem que ninguém mais para para olhar o desfile porque já ninguém pode andar na passarela e se exibir. De que valem os palacios? De que vale a prepotência des-humana ?
O ser humano inventou o amor
para não morrer de solidão,
por causa da sua incompetência
de não se sentir
auto-suficiente.
Eu sei que sou assim
A vida, a morte e o fim.
O fim que é o começo
Na vida que não conheço
Na morte o recomeço.
E vou vivendo,
de vida em vida
De morte em morte,
todos os dias.
De fim... Enfim!