Jô Farias
Com minhas loucuras
Já nem raciocino
E desajuizadamente ando a gargalhar
Sem motivo aparente
O motivo é de quem sente.
O caminho é o mesmo
E os passos diferentes
Uns caminham devagar
outros apressadamente
o caminho tem vida
na terra batida
Hora encontro
Hora partida
Quando meu desencarne acontecer:
Favor não me enviar rosas...
Prefiro flores do campo, mas que elas fiquem no campo e no Jardim..
Quando meu desencarne acontecer:
Me diga adeus em silêncio
Quando meu desencarne acontecer:
Não me exponha nas redes sociais
Sinto muito, mas não sinto mais nada.
Permito-me no divã
devo falar do que atormenta
livros que não li
fotos que não fiz
vezes que sorri
do ressentimento
da decepção
das palavras ditas
benditas as que não falei
a gota que faltava eu expulsei
Sinto falta
Da expressão "não troque o dia pela noite"
Do "cuidado ao atravessar as ruas, os carros voam no asfalto"
Sinto saudade do cheiro do jasmim do teu jardim.
Escute mamãe, tem muita saudade em mim.
O sol vai escondendo-se sem pressa
Nada muda além de nós
E ainda que os olhos fechem
Sou sol adormecer.
E ficamos em casa para conseguir acabar com a Pandemia, que quer acabar com a população.
(...) Quando criança, o mais alto grau do castigo, era o confinamento: "Fica em casa e pensa no que você fez!" , em voz alta, minha mãe falava... Ecoava por toda casa. Não brincar na pracinha, me levava ao mais profundo sentimento de tristeza.
Estamos de castigo pelo que fizemos ou não fizemos...
Não temos certeza de quanto tempo vai durar...
Não sabemos quantos vão entender.
Em confinamento ou não, precisamos entender que não somos diferentes!
Muito mais do que possuir e consumir,
precisamos de empatia!!!
Que ela ecoe para sempre!