Jeocaz Lee-Meddi
Não nos podemos perder de nós mesmos quando amamos alguém. É como perdermos a direção da vida e haurirmos um ar letífero.
Não prometas nada que vá além da próxima primavera. Nenhuma fidelidade resiste à insatisfação humana, se assim o fosse, Adão estaria até hoje no Éden, fiel às promessas de Deus.
Se me pedem para que me descreva, sou como uma pintura de Van Gogh, bela e densa, definitiva e tensa.
Os meus extremos nunca me permitiu ser uma paisagem renascentista, não, a minha alma é uma paisagem de Van Gogh, bela, trêmula e com sede de viver a dor.
No ar o tempo mata a existência, mas também alivia a dor, o tempo concretiza todos os esquecimentos, os felizes e os de dor.
Sinto-me confortável em saber que faço parte da natureza, da sua renovação constante. Sinto-me menor como gênero humano ao ver-me apenas como um objectivo da natureza.
Nunca ofendas verbalmente o teu inimigo. Dói muito mais uma gentileza vociferada do que uma ofensa impensada.
Amigo é mais que família, é uma empatia consentida, uma cumplicidade além dos laços sanguíneos. É uma escolha feliz de alguém que pusemos ao nosso lado para trilharmos a vida!
Calo-me quando me perguntas quem sou, dar-te-ia as mais insinceras repostas, mas reflito no meu silêncio todas as minhas verdades!
Não te quero ver a face que não me é permitida ver. Siga com os teus segredos que não te fustigarei por não mos revelar. E não me serás menor pelos teus mistérios.
Quanto mais depressa for de encontro ao meu destino, menos tempo levarei para encontrar a minha alma.
Nunca é tarde para revelarmos com palavras, a luz que há no nosso coração. Nunca é tarde para as palavras gentis.
E como a vida corre em estações ...
Sorria como se todos os dias fosse verão! Se te agarras às alegrias, o vento armazena os teus sorrisos soltos para o inverno!
Todos precisamos ir ao fundo do fundo, para sabermos que o sabor do vazio é o passo seguinte para o conteúdo
O passado vai ficando longe a cada passo que damos em direção às ilusões, e o futuro torna-se um presente que não nos interessa mais.
Por que cobram aos poetas o desdém da musa? Musa é isto, nosso olhar sobre a pessoa errada que nos arranca a rima perfeita! Musa é a luz que inspira o sofrimento latente à procura das palavras mais belas. Musa é apenas os olhos acesos que nos deixa cegos ao mundo, passa, porque é inspiração, não amor, permanece porque vira a palavra registrada do poeta. E há quem ache Pigmalião piegas!
Há certas noites que me sinto por demais parte do gênero humano! E vem a vontade de abraçar a imperfeição que nos faz sublime. Insisto em querer o melhor dos que amo, mas vale dizer que não lhes renego um só defeito, e que amo a degeneração de Adão sem o Éden!
A minha lua é a de Garcia Lorca! Insana no céu! Endiabrada na cabeça! Minguante nas hesitações. Crescente nas obstinações. Escura nos medos. Plena nos sonhos e desejos!