Jean Réus
Acho que ganhei uma forte crítica. E a pessoa crítica não é mais do que alguém que se frusta quando não sai exatamente do jeito que ela espera de você, do jeito que ela quer, e eu não vou fazer a vontade de ninguém, tire seus rótulos de cima de mim, tire o personagem que criou na sua cabeça pra mim, eu não vou interpretar, não vou procurar a perfeição pra agradar olhares, eu não quero. eu quero ser eu, quero experimentar coisas novas, sem mesmices, e até mesmo ir na contra mão do padrão bonito que todo mundo busca.
Como em todo final de semana a gente procura um cantinho legal pra se divertir, e aquele era o local onde eu deveria está. Esperava me divertir como sempre, tomar umas doses de alegria, e sacudir a energia negativa que empreguinava em mim.
E foi exatamente o que aconteceu, mas não era um final de semana qualquer, era diferente dos outros. Ela estava lá, estava dançando em meio a outras dezenas de pessoas, mas eu só conseguia enxerga-la, como se o ambiente inteiro estivesse desfocado pra não ofuscar seu protagonismo. parecia está se divertindo bem mais que qualquer um ali.
Sabe, eu precisava me aproximar, talvez uma cantada, um papinho furado, um "Oi, adorei sua vibe, quer dançar?"
A terceira me parecia um boa primeira impressão, então cheguei, acompanhado de um sorriso como quem não quer nada além de só uma dança.
E ela em seguida respondeu: – Claro, porque não?
Então prosseguimos, dançavamos no intuito de esquecer por um instante a stressante semana que ambos temos em nossas rotinas.
Logo após conversamos, entre contos e sorrisos gostosos por quase 2 horas, tinha cachorros, um irmãozinho, achava os pais chatos, e procurava aventuras e fugir da sua realidade.
Eu recordo boa parte da conversa, estava sóbrio, afinal a bebida para mim nunca foi um estimulante para diversão, para entrar no clima. Já ela meio termo.
Confesso à vocês que desde que frequentei este local, aquelas foram às 2 horas mais gratificantes que estive com alguém.
Era inevitável não olha-la e pensar: Que pedacinho de céu. ela é como uma...
caixinha de bombons trufados na prateleira de bis.
E se a gente não quiser ser o amor da vida de ninguém, de não querer ferir o peito alheio, não morrer de ciúmes, nem criar expectativas encima de outro ser, de não sorrir ao receber mensagens, ouvir às músicas que adora com os dois auricular sem ter que partilhar, viajar pro interior sem ter que convidar e ficar com o celular fora de área sem se desesperar. Quem sabe ir para o litoral sem ter que pensar: preciso escrever nossos nomes na areia do mar.
É que eu tô querendo desapego, desfrutar do sol que brilha para mim, e sentir todas às coisas boas que meus olhos veem, sem pensar em tirar selfies.
Ser ciente dos meus atos sem descarregar a culpa em outro alguém.
Dormir no meu quarto, ou madrugar na rua.
Não dá satisfações, nem a onde está, a onde foi.
Eu tô achando que tudo isso é fase. quero vive-lá. seis meses, um ano, não sei.