Jean de la Bruyere
Já vi uma moça, uma linda moça, que dos treze aos vinte e dois anos sonhava em ser mulher e, daí por diante, desejava ser homem.
Enquanto os homens estiverem sujeitos a morrer, gostando de viver, os médicos serão metidos a ridículo e bem pagos.
Há apenas duas maneiras de obter sucesso neste mundo: pelas próprias habilidades ou pela incompetência alheia.
"...Só Existem três acontecimentos importantes na vida: nascer, viver e morrer... Não sentimos o primeiro... no viver, sofremos porque temos que morrer... ao morrer, geralmente, observamos que esquecemos de viver como se deveria VIVER..."
"O amor dispensa palavras, já que os olhos sabem falar uma língua muito mais convincente." (Jean de La Bruyère)
A mesma justeza de espírito que nos leva à escrever boas coisas, conduz-nos tambem à apreensão de que não sejam legitimamente boas para merecerem que as leiam.
Os tolos lêem um livro e não o entendem; os espíritos medíocres crêem entendê-lo perfeitamente; os grandes espíritos às vezes não o entendem por inteiro: acham obscuro o que é obscuro, como acham claro o que é claro; os espíritos afectados querem achar obscuro o que não o é, e não entender o que é muito intelegível.
O bem que acaba de fazer é um pouco menos sabido e conhecido pelos outros, na verdade; mas fez esse bem; que é que ele queria mais?
Há almas sujas, amassadas com lama e sujidade, tomadas pelo desejo de ganho e interesse, como as belas almas o são pelo da glória e da virtude: capazes de uma única volúpia, que é a de adquirir ou de não perder; ansiosas e ávidas pela décima prestação, a baixa dos preços, a queda do curso das moedas, mergulhadas e como que submersas nos contratos, títulos, pergaminhos. Gente dessa marca não é parente, nem amigo, nem concidadão, nem cristão, nem pode ser homem: é feita de dinheiro.