Um casal que se ocupa, não se preocupa.
De amores eternos que tem fim
Espero não ter um só se quer
Minha pupila dilata
No teu mamilo deleito
Num piscar de olhos tudo passa
Recordo você, deitada, em meu peito
Quis eu um dia não sentir nada
Tanto quis que agora sinto muito:
sinto muito
Fumei as pontas e os inteiros. Traguei meus sonhos e desesperos.
quando todo amor
não cabe no peito
é infarto ou paixão?
O sentimento que alimento deveria morrer de fome.
Saudade é algo que sinto muito.
Mas no sentido de lamentar tê-la.
Eu sou o cara, já dizia minha coroa
Não vou morrer na praia, agarrei a proa
Cujo como marujo fujo sujo
Me lanço manso no mar e danço
Tomei um porre
De você e da cachaça
O da pinga já passou
O de você nunca passa
Ponho-me em meu lugar
A saber que a distância
É a instância do presente
Direito somente a calar
O moinho há muito girou
Tudo mudou,
Inclusive o que se sente
Como se agasalha
O frio na barriga?
Eu e ela somos pontos finais esperando mais um ponto para sermos reticências: juntos.
Não lembro de ter tido amores, não no plural.
Se doar vem do verbo doer?
Nada se perde, nada se cria, tudo vira poesia.
Minha mãe
Sempre guerreira
Teve de aguentar
Meu parto do ventre e
Meu parto de casa
E ainda sorri
Eu: baseado em atos banais.
Do amor fui vítima, nunca o culpado. Talvez cúmplice, mas nunca aliado. Quando tentei matá-lo, fui assassinado.
Quem dera que entre nós
Ainda houvessem nós
um dia fui de me orgulhar
outro dia fui de mergulhar
hoje em dia só me afogo
serei teu
onde você estiver
porque te é amar
é ser eu
se ela soubesse que é por ela que escrevo
se ela soubesse que é pra ela que escrevo
valeria os versos vivê-los?
valeria universos eu tê-los?
Trago o amor
Fico doente
Por dentro
Bebia minhas lágrimas
Sentia o gosto do mar
Sempre que ia chorar