Atenção quando falo
Mais ainda quando calo
Me lembro como se fosse ontem: todos os dias.
Não sei se o mundo dá voltas ou dá idas.
Morri no passado. Me enterro lentamente em lembranças. Me velo sem murmúrio. Infungível tristeza que detenho, e por ela sou consolado.
Sinto-me cada vez mais vivo sempre que não penso se estou.
Só se nasce uma vez, e se morre várias nesse processo.
A causa de qualquer morte é viver.
Quando não souber o que calar, fale.
tudo aquilo que não foi dito
morreu ou matou
quando a voz perde o efeito
percebemos que tudo é feito
de silêncio
Um dia escreverei um poema imortal
E com a força da saudade serei ressuscitado
Sempre que me lerem
se eu fosse quem eu quis ser
não seria quem sou hoje
ainda estou decidindo se isso
é bom ou ruim
Passou da hora de sermos nós. Que sejamos laços.
Se acaso encontrar quem eu fui, em alguma memória sua, por aí, me abrace, com braços de saudade, pois no presente não sou mais quem espera tal afeto.
É longo o caminho até lugar algum.
Seu endereço é o lado esquerdo de um peito.
Gritei meu silêncio para todos ouvirem na cidade: era um poema em forma de saudade.
Não me cabe no peito o que me entala na garganta.
Ser eu é ser tão ressecado.
O único lugar que tu me cabe, é onde não mais arde: numa fria saudade.
Um dia hei de lamentar ter te conhecido
Agora só lamento não ter te convencido: a ficar.
Todos meus dias duram meses, passados. São vinte e quatro horas de saudade.
Escrevo para espantar os anjos de dentro de mim. Meus demônios levo-os guardados até o fim.
decidida
sabe que não sabe
o que quer.
alto poder de síntese:
uma mulher de
loucas palavras