Janiara de Lima Medeiros
O cabelo pode não estar na moda, mas neste universo cheio de fakes e fantasias que deturpam a realidade, a palavra de um homem é uma das suas maiores riquezas.
Muitos homens são ambiciosos por riquezas materiais mas não pelo imaterial. Desconsideram o valor da autoanálise e a grandeza da humildade para mudar de pensamentos e atitudes, conforme necessário.
Hoje é dia de "fervo" no Rio de Janeiro: final de feriadão, carnaval, sol, praia, bebida gelada e animação.
Eu aqui, separando doações... eu sei que o pouco que consigo distribuir não vai resolver os problemas que afligem nosso redor: covid, desastre em Petrópolis, guerra na Ucrânia, entre outras tantas guerras que nos são anônimas e fragilizam, enfraquecem e desfalecem homens com ou sem fé em Deus.
Indiferença, individualismo, ambição, irresponsabilidades... consequências de um mundo selvagem em que a racionalidade humana é orquestrada pelo instinto animal de "sobvida": sob a vida do outro.
Postei numa página pública nesta semana um curto diálogo, resultado da reflexão sobre a selvageria do mundo e que posso ser perdoada por acreditar que o mal triunfará no final. Mas, que mal? Que final? Também não seria egoísmo entender que minha linha de pensamento é real. De qual realidade? Sob qual perspectiva de verdade? As verdades são temporais. Por isso até receio achar que possa estar certa. É muito ruim pensar demais... quando publiquei meu primeiro livro, meu pastor já me aconselhara sobre as questões político-filosóficas: podemos controlá-las ou sermos dominados nesta luta em que o maior inimigo está nas nossas mentes. Então a minha disciplina diária é manter a fé acima da política (social) e da filosofia (individual) e, desta forma, não acionar o gatilho que desencadeia uma nova crise do meu transtorno do espectro do autismo. Entender que, embora em grau leve, não sou normal levou algum tempo. Mas aceitar que o que me paralisa fisicamente esquenta muito a minha mente é paradoxal.
Portanto, exercer a fé significa controlar o que há na fronteira entre o consciente e o inconsciente.
"Não pare de lutar" foi a mensagem que tocou no meu coração: "Nunca falte a vocês o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. (Romanos 12:11-12)"
Foi quando lembrei-me de Ludmila Ferber e sua canção "Nunca pare de lutar" gravada anos antes de ter seu câncer diagnosticado, em 2018. Teve uma vida digna, ética e seguiu os valores cristãos. Em 2019 sua fé consolidou forças para gravar "Um novo começo". Sua missão nesta terra terminou em 2022. E uma das riquezas que nos deixou além de suas realizações como humana, mulher, real, foram suas poesias em forma de canção. Melodias que aquecem alma, trazem força ao coração cansado e a mensagem de eternidade com o nosso Criador. Não tenho medo de morrer.
Ludmila foi uma boa pessoa como tantos que passaram por este mundo em suas diferentes terras, culturas, religiões e saberes. Então acredito que há homens bons. Mas há os maus: os que mantém o ciclo dos fins e dos recomeços porque são atraídos pela ganância e seus corações corruptíveis podem não admitir, mas estão envolvidos numa grande conspiração. Só que são estes os envolvidos que estão no poder e perpetuam o câncer social.
Se estou fantasiando? Não creio. Os pensadores não são aqueles que revelam a ilusão de algumas verdades, mas os que sugerem a verdade das ilusões. Por isso acredito que Jesus foi, de fato, o maior pensador e agradeço pela herança que deixou à humanidade.
Não sou cristã temendo ir para o inferno. Tento viver esses ensinamentos porque acredito que conduzem à uma vida melhor. No entanto, busco não me guiar pela religiosidade mas pela espiritualidade em que preconiza “o temor ao Senhor como princípio à Sabedoria”.
Tenho receio de não conseguir deixar nada de aproveitável para os que ficarem, pelo tempo em que ficarem por aqui. Afinal "quod in vita facimus, in aeternum resonat" - o que fazemos em vida ecoa pela eternidade (Maximus, O Gladiador).
Tenho sede de conhecimento, de reler a vida por meio do pensamento crítico, da inquietação à pesquisa e da disseminação do conhecimento.
Viver intensamente é motivar-se com desafios e ser realizador(a). Do contrário, é sobreviver como um viajante num barco à deriva em um grande oceano...
Se você tem um "amigo" que se aborrece com sua mágoa, não tenta compreender seu ponto de vista e ignora seu sentimento... repense se é realmente amizade....
"Amigo (a)" não deve ser um adjetivo empregado aleatoriamente, mas um título de honra pra quem recebe por consideração, que vem do coração.
Qual o sentido disso tudo?
Mas pra hoje só preciso ouvir o silêncio, acomodar-me no escuro, relaxar e não buscar entender a pobreza do antagonismo que me choca.
Se há algo que temo, resume-se no sociopatas que, de tão doentios, acreditam que somente eles são corretos e sãos. São envolventes e muito perigosos para os que não se deixam enganar por suas doces vozes.
os covardes se protegem. Não por confiarem uns nos outros, mas por saberem que a qualquer momento a sorte acaba e a lança afiada chega sem dor. Portanto, entre eles, enquanto não houver melhor moeda de troca, há chance de sobrevida postergando a dor.
mais confiável é o semblante inexpressivo que não desperdiça aplausos, do que o sorriso sedutor que, em nome da vaidade e da ganância, contagia desarmonia e articula o desamor.
Eu sou Janiara, filha da terra, descendente tupi-guarani, como vocês.
Eu sou Janiara, filha do sol , prima da lua, como vocês, que se materializa aqui no Brasil.
Daqui a pouco volto pra terra e misturo com o mar. No mar do Brasil.
Senhoras e Senhores, bom dia.
Após ser surpreendida com este honroso convite para participação de tão ilustre evento como homenageada pelas pesquisas e obras publicadas na área da Educação, solicito permissão aos convidados e agraciados nas outras áreas de atuação a fim de manifestar-me com um agradecimento particular: ao respeitado professor Marcos, Presidente deste Grupo empresarial e as suas empresas parceiras. Relembrando o grande filósofo, orador e escritor romano Marco Túlio Cícero que dizia “nenhum dever é mais importante que a gratidão”, faço nesta atmosfera de reconhecimentos o meu agradecimento pela homenagem prestada.
A honra deste momento enche-me de orgulho porque resgata minha história de vida e de formação profissional em que, de alguma forma, todas as instituições presentes contribuíram para a construção e organização do pensamento crítico a respeito, principalmente, das categorias Trabalho e Educação, que norteiam a teia de relacionamentos nas diversas áreas de atuação desde o início da humanidade.
Acredito no princípio educativo do trabalho por meio do qual estamos sujeitos todos os homens sociais aprisionados ou não a diversas ideologias. Sonho em podermos, por meio da Educação integral, que possamos transformar perspectivas ao contribuir à formação do sujeito rico em pensar e em dialogar com nossa história a fim de contribuir com a projeção construtiva do nosso futuro.
Se me perguntam se sou contra o capital, respondo que “-de forma alguma! gosto e necessito dele para satisfazer desde as mais simples alegrias!”. No entanto, enquanto educadora, ressalto que simplesmente cumpro a missão de servir e lutar em favor da educação democrática e emancipatória, contrária a sua “alienação” (ao capital).
Quero finalizar dizendo que concretizo aqui a busca pelo respeito às diferenças, que inclui as divergentes formas de pensar, de ser, de ter, de trabalhar e de sonhar. E, desta forma, manifesto minha crença na democracia por meio da qual o exercício da cidadania é oportunizado de maneira igualitária e, portanto, ratifico a importância de que compreendamos a distinção entre a “Formação para o Trabalho x Formação para a Vida: Do princípio educativo dotrabalhoà educação emancipatória*”
Muito obrigada!
10 de março de 2023,
Janiara de Lima Medeiros – Prof Jani.
Enquanto educadora, ressalto que simplesmente cumpro a missão de servir e lutar em favor da educação democrática e emancipatória, contrária a sua “alienação” ao capital.
Cada pérola é única e expressa a experiência particular da metamorfose da vida: enriquecida pela provação dos "atritos", enriquecem nossa visão e adornam nosso coração.