JANAÍNA ARAÚJO
Nunca aprisione seus sonhos, seus desejos, as experiências que a vida pode lhe proporcionar são inigualáveis e inesquecíveis. O que você viveu hoje, nunca mais viverá igual, cada momento é único, seja bom ou ruim, ViVa! E Não Olhe Para Trás...
Eu vivia muito bem no meu interior. Ao desabrochar, fui atingida por um golpe fatal no peito; era melhor ter morrido dentro de mim.
Não volto mais.....
Possivelmente nunca mais nos veremos...e o tempo vai tratar de me apagar das tuas lembranças...
Março 2017
As minhas flores não tem alma, não tem vida, já não há mais cheiro e nem cor. São flores que na primavera estão murchas no jardim da vida.
14 de Maio 2017
ESPECTADORA
Eu poderia passar anos aqui... deitada na cama, frente ao ecrã. Da janela do meu quarto vejo a vida passar breve, sempre direta e nunca espera. Eu aqui deitada, o mundo lá fora e nada mais. O silêncio no meu espaço me faz ouvir apenas o ruído ao digitar, também consigo ouvir meus pensamentos. O quarto não parece vazio, apenas silencioso, até um certo momento, é quando perco a concentração. Algo me atrapalha, nesse instante volto meus olhos para janela; meus ouvidos captam sons em meio ao silêncio, posso ouvir delicados assobios, que saem como melodia, algo doce e suave. Congelo por um momento! Na tentativa de ouvir e sentir a pureza de um som tão singelo, porém grandioso; fui tomada por um êxtase e absorvia uma paz interna. Então, me dei conta que o aparelho já estava no chão, não dei importância. Continuei a ouvir aquela cantata. Eu não enxergava o ser, apenas o som que emitia, não havia imagem apenas notas... até que ao elevar meus olhos, eles vislumbraram a imagem que dançava aquela melodia. Eram brancas e cheias de formas, em um grandioso palco azul céu, repletas de formosura. Pude observa que estavam sempre no mesmo ritmo, acompanhando o coral de sons que me despertou. A valsa continuava, ou seria um tango? Eu fitei meus olhos nas dançarinas brancas, notei que se moviam mais rápido. Quando voltei o olhar já eram outras formas brancas, que se tornavam uma imensidão de faces e gestos, mas o palco continuava o mesmo. O som seguia no ritmo do princípio, os autores ou seriam intérpretes, pareciam não cansar. Fiquei ali parada, apreciando toda aquela magia de movimentos. Quando me dei conta, tudo parou! O silêncio se fez presente, a garganta estava seca. Quando me recompus, pude perceber que em minha volta só restava o meu eu, no meu espaço. E assim, como em um estado de transe, tudo não passou de um vasto... cochilo da tarde
JANAÍNA ARAÚJO
(Inspirado em Luan Batista)
Tudo muda, o ontem já passou...
O hoje já é o amanhã! Passaram-se dias, noites, semanas e anos...
O tempo levou o cheiro, sorrisos e abraços, a paisagem foi se modificando e outras belezas se mostraram, alguns rostos desfizeram-se, mas a ausência se fez presente, em um pedaço de vida que o tempo transformou, mais que o sol ainda volta para irradiar lembranças, que não serão esquecidas nem nessa vida, nem em outra.
Tudo é tão rápido, tão passageiro, a vida está em constante modificação, e não adianta pegar carona com o tempo, pois, este é traiçoeiro, não passará na hora marcada do teu lembrar, do teu esperar, e quando ele passar estejas apegado verdadeiramente com corações, emoções, sentimentos bons e verdadeiros, pois, só assim chegará no amanhã, com o lembrar e o sentir da presença de algo ou alguém, que o tempo já levou, mais que ainda aqui se faz presente.
Janaína Maria Araújo
Comentário 28/05/2020
Janaína Maria Araújo
Quando fiz esse poema, eu quis retratar um pouco sobre essa jornada do tempo, ao passar pela vida, morte, saudade e pelas lembranças. De como o tempo é importante, e só nos damos conta quando paramos, pois, acreditamos e vivemos um tempo irreal, ao pensar que o tempo pode parar e esperar, quando assim quisermos. Mas só hoje, diante das adversidades, compreendemos o valor que o tempo tem; o valor de um abraço, de um afeto, de um carinho, de um caminhar, de encontrar pessoas e vivenciar momentos, de esquecer um pouco de estar em frente ao ecrã e vivenciar o hoje, o agora. Hoje conseguimos parar, conseguimos observar e perceber as modificações do espaço a nossa volta, e sentir... Sentir falta de algo ou alguém, sentir falta e “perceber a presença”, sentir o vento no rosto, sentir o sol, sentir o toque, o afago, sentir necessidade de aproveitar mais a vida e não perde mais tempo.
Por isso acredito que, o tempo é tão importante quanto a vida. A vida só é valorizada e vivenciada quando paramos para pensar no tempo, sobre o que fizemos com ele, qual o tempo em que nós realmente a vivenciamos, e se a vivenciamos de fato, ou só passamos pela vida, sem realmente existe, pelo menos dentro da gente. Tem um vídeo de Leandro Karnal, que ele diz a seguinte frase: “ Tem dois dias na vida, um é quando você nasce (um dia importante), o segundo dia mais importante, é o porquê você existe no mundo, esse é o seu segundo nascimento, e se você não conseguiu responder ainda por que você vive...’’
Essa fala de Leandro Karnal, me fez refletir sobre esse momento no qual estamos passando, de como nossa vida é curta, e o que estamos fazendo dela. Será que, realmente estamos nos apegando a sentimentos bons e verdadeiros, será que temos um olhar afetuoso ao próximo, o que eu estou deixando de bom para o mundo, qual é minha contribuição. A gente de repente, se pega pensando no ser e no existir de fato, do que realmente é importante, o que vale a pena. Tantas coisas que talvez queríamos fazer e não fizemos, quantos momentos e segundos perdidos…tantas pessoas que gostaríamos de falar e não falamos, quantos abraços ficaram para trás, quantos olhares perdidos, quantos gestos despercebidos. Quantas vezes deixamos de falar o quanto gostamos de alguém.... Nesse momento de isolamento social, percebemos que o tempo não parou, pois, só agora encontramos tempo para o tempo.