J. Freitas

Eu sou meu problema. Quero ser minha solução. Como?

Aí eu finjo que não tenho coração. Que a vida é assim esse prato raso onde a menor quantidade de sentimento transborda e fenece. Sou o protagonista dessa tragédia. Sou também o diretor. O próximo ato começa quando eu quiser.

Nem só de gotas d'água se faz a chuva. Às vezes, lágrimas. Às vezes, lembranças. A chuva é aquilo que cada um vê.

Um dia de amor ou cem anos de felicidade. Há diferença?

Se um dia eu conseguir ser indiferente, talvez, eu deixe de ser tão diferente aos olhos de terceiros. Pelo sim e pelo não, a opinião do primeiro aqui ainda é a que importa.

O controle que não tenho da minha vida, perdi para a tensão. Antes tivesse eu prestado atenção quando me disseram: calma!

O que importa é o agora. Sem o presente, não há passado que se sustente, nem futuro iminente.

Me chame de fraco ou o que for, mas eu me apego mesmo. Sinto falta, choro, rio. E em meio ao rio de lágrimas sorrio de lembrar de quem eu quero ao meu lado. Me chame de fraco, mas não haja como se não expressar emoções fizesse de você alguém mais forte.

De amores não correspondidos tenho um jardim inteiro.

Quando não iluminadas pelo sol, estrelas são apenas pedras errantes no espaço. Assim sendo, seja o sol da pedra de alguém. Permita que sua pedra seja iluminada por outro sol. O importante é manter o céu estrelado.

A grama do vizinho costuma ser mais verde porque você perde tempo regando-a. Experimente regar a sua.

Algumas vezes é crucial que fiquemos tristes para aprendermos a dar valor à felicidade.

Vejo a vingança como uma fila de dominós: um derrubando o outro até que a fila acaba sem dominó algum em pé. Cabe a você pôr a mão para preservar nem que seja apenas um antes que seja tarde.

Depois da tempestade vem a bonança. Quero mais. Prefiro uma tempestade de bonanças.

A vida não é problemática, é desafiadora. Problemático é você.

Não sou escritor, menos ainda poeta. A vida é o poeta. Sou sua humilde poesia.

-Uma coisa é amor, outra coisa é amor.
-Amor é a mesma coisa que amor, ora.
-Nem sempre.
-Amor é amor e ponto final.
-Amor não tem ponto final. No máximo uma vírgula.

Um dia um menino cego encontrou com um menino egoísta. Foram amigos por bastante tempo, só que um não entendia o outro. Também pudera! Um tinha coração, o outro, a si mesmo. Quem era o cego no fim das contas?

Ande sempre na linha e perderá a inovação das diversas formas. Ande sem rumo, por caminhos diversos e jamais encontrará a linha certa do seu destino. A decisão é sua.

Ou amo ou penso. Os dois? Dispenso.

E hoje é tanto tempo gasto em ferir, que a cura torna-se quase impossível.

Se meu passado sequer sonhasse com meu presente, meu futuro nem existiria. Mas expectativas estão sujeitas à aprovação ou reprovação. A vida é assim.

Vejo na fotografia
a certeza de que um dia
os dias não tinham tanta importância.
Viver era antes um prazer que uma ânsia.

Vejo no espelho,
no fundo de meus olhos vermelhos
o que me fizera tal ânsia
por dar aos dias tamanha importância.

Vejo na pele
cravadas as alegrias
daqueles mesmos dias
que ela hoje repele.

Vejo e anoiteço
e assim, pareço
não dar importância.
Mas o faço... e com que ânsia

O importante é a alegria. O resto, a gente providencia.

O ferro só é útil quando frio. Enquanto quente, é escorregadio e impreciso. O mesmo vale para a cabeça.