Italo Marsili
O verdadeiro intelectual não está preocupado em vencer o debate, triunfar sobre o adversário e fazer sua opnião perdurar: ele quer mais é que a verdade vença, triunfe e perdure.
Se a sua profissão é desmerecer os outros e falar que tudo é fácil, sem nunca ter feito coisa nenhuma, seu nome é "vagabundo".
Você tá fazendo o melhor que pode? Se você não está fazendo o melhor que pode, a única coisa que te sobra é a sua auto imagem que você criou pra si mesmo. O ser humano desiste no início por que em regra tem medo da opinião pública.Conclua aquilo que começou, seja um ser humano que age.Começou, termina.
Olhe nos olhos do outro - adulto, criança, velho; não importa. E perceba haver ali toda uma eternidade, que não se deixa capturar e apreender num só relance e à qual você terá de se dedicar.
Se você não está disposto a sangrar é porque ainda não ama, e não ama porque está preso a esse desejo louco por segurança. Já o sujeito que tem um desejo louco pela força entra na droga do campo de batalha e se sangrar, sangrou. Dane-se. Recupera-se depois, faz uma sutura. E se morrer... bem, morreu. Foi-se fazendo e tinha de ser feito.É assim que se ama. Eis a poesia do amor. Qualquer porcaria que exclua isso o está impedindo de amar.
O amor não é um sentimento. Não se trata de algumas cócegas no peito ou lá embaixo. Os sentimentos e as cócegas e o friozinho na barriga são partes do relacionamento, e não sua substância. O amor de que falo aqui é a substância e estrutura da vida humana. O amor é o desejo de preservar a pessoa amada, e junto dela experimentar a eternidade. Com isto, recruta-se imediatamente no seu peito uma responsabilidade, e você faz de tudo para que o outro subsista. Para que ele permaneça e continue.
O sujeito que só pensa no corpо е em conseguir aquela barriga tanquinho, todo vaidosão, ao menos está fazendo menção a algo que é superior de fato; pois a beleza é superior à feiúra. É algo que acaba mas carrega algo de superior. Portanto, nesse sentido o fútil é muito superior ao cara desapegado do corpo.
Não se contente com a porcariazinha que você é. Você tem de olhar e dizer assim: "O outro não é obrigado a me amar, mas eu sou obrigado a amar o outro". Amar o outro de fato é ter parado com essa palhaçada de ficar olhando para si próprio.
Não se trata de escolher a pessoa certa; trata-se de fazer as coisas certas com a pessoa que se escolheu.
Uma vez que você tenha posto o seu "eu" de um lado e suas expectativas de outro, algo há de lhe ficar mais claro: na maior parte das vezes, não somos dignos de que as pessoas fiquem falando bem de nós. Não merecemos os confetes que tanto almejamos.
Nas ocasiões em que surge entre os cônjuges uma disputa de poder, não há outra solução: um dos dois terá de ceder. Essa é a hora de parar e avaliar: o que está no fundo da disputa? É vaidade, é medo de ser humilhado, é um capricho? Aquele que cede, não perde autoridade - muito pelo contrário. Quem cede está criando uma possibilidade de ação para o outro. A autoridade surge quando a caridade entra em ação. Não se trata de ceder por medo. Cede-se por amor.
Por que não articular em vez de desagregar? Por que não podemos começar a construir em nossa cabeça, coração e espírito este ímpeto articulador, que busca agregar? A mentalidade desagregadora cria fracos e pusilânimes; a inversa, que tudo busca articular, personalidades fortes e sólidas, que se sentem seguras no mundo e não se deixam apavorar por tudo na vida.
“Ah, mas aí eu vou me sentir usado". Vem cá: para que se faz um sabonete? Para ser gasto, até o fim. Essa é a vida do homem. Nós somos vela de queimar no altar para iluminar a vida dos outros. Temos de nos desfazer na água quente para perfumar os demais. Somos todos sabonete e vela. Para que conservar essa vidinha medíocre? Só servimos para alguma coisa se formos úteis.
Quando só planejamos, estamos confortavelmente encastelados em nossa própria cabeça. Planejar é maximamente confortável. E fazer um carinhozinho no próprio ego e nas próprias idéias, em vez de levá-las ao campo de batalha e pô-las à prova da realidade. O que acontece quando você tira o planejamento da cabeça e o coloca na realidade do mundo? Necessariamente, expõe-se a incômodos e riscos.
Não aposte no medo, nas dificuldades. Estes só farão com que você queira construir um murinho ao seu redor. Só que muro serve para ser derrubado. Se você constrói um muro na sua casa, é porque existe alguém mais forte que ali pode entrar. Todas as cidades que construíram muros foram destruídas, porque uma hora o inimigo fica mais forte. Entregar-se ao medo e construir um muro só faz estimular o outro a ficar mais forte que você.