Ismar Viana
A multiplicidade de oportunidades - quando perdidas ou mal aproveitadas - pode ser tão angustiante como a ausência delas.
Não há como mensurar capacidade de resistência diante de zona de conforto. São nos momentos de tensão que percebemos se somos ou não fortes.
Quando o afã de punir entra na esfera da arbitrariedade, o que seria justo e legal passa a ser injusto e ilegal. Por mais nobre que seja a intenção, o desequilíbrio na ação deslegitima o ato, fortalecendo a cifra do descrédito nas instituições a quem foi outorgada a missão de agir em prol do interesse comum. Quando o representante da coletividade externa interesse no conflito, sinaliza o retrocesso ao ciclo da “vingança pública”.
A impunidade representa um potencial incentivo à reiteração da prática criminosa. Silenciar, ancorando-se na falsa ideia de que não nos atinge, é o caminho mais egoísta a ser trilhado.
Por mais distante que seja o destino, a boa companhia faz do percurso um prazeroso momento de lazer.
Diversão e alegria são coisas distintas. Isso porque você pode se divertir estando triste, assim como pode estar alegre sem necessitar de diversão. Não sei ao certo o real conceito de felicidade, mas sei que um dos caminhos para chegar até ela é fazer o que gosta ao lado de pessoas que ama.
Talvez o que nos falte seja a percepção de que a importância do posto deve ser aferida a partir da utilidade da função para o Estado, e não a partir da posição do cargo na estrutura estatal hierarquizada.
Nos dias de hoje, aquele que não perceber que o poder é mero exercício de competência, não podendo dele abusar, suportará as amargas consequências pela falta de lúcida e lógica percepção.
Quem não é a nosso favor não é necessariamente contra nós. Por isso, a melhor forma de demonstrar a nossa imparcialidade é expondo os motivos pelos quais defendemos determinado ponto de vista.
Em torno de uma demanda, cada um se julga detentor do melhor direito, da melhor razão. Eis aí a necessidade de um terceiro verdadeiramente imparcial para solucionar a quizila.
O dinheiro que sobra para a manutenção de privilégios é o que falta para garantir a oferta de serviços essenciais.
Somos donos do nosso destino. Por isso, transformem seus sonhos em metas, para que eles não sejam sempre sonhos. Quanto ao alcance delas, tenham em mente que dependerá do esforço empreendido por vocês.
São as circunstâncias da vida que nos permitem concluir que é preferível acreditar nas pessoas a viver tentando antever as intenções delas em relação a nós.
Quem escolheu ser agente público deve acolher a ideia de que fez da vida um passeio público. Saber o que faz, onde faz e quanto recebe por isso é o mínimo de satisfação que deve a quem paga por isso.
Sendo as instituições republicanas integradas por homens que vivem em sociedade, a ética que parametriza as relações interpessoais reflete diretamente na ética que pauta as relações institucionais. A indissociabilidade desse vínculo tem causado prejuízos imensuráveis a um povo, por afetar diretamente a tão almejada pacificação social.
Para além de revelar que a vida não é um jogo de improvisar, o correr das horas dita que é a intensidade com que cada passagem dela é vivida que vai definir se os momentos serão ou não eternizados em nossas lembranças.
Em tempos de transparência de atos públicos, está cada vez mais fácil de identificar o agente público que se autointitula defensor do Estado de Direito, mas age funcionalmente como se ainda estivesse sob a égide do Estado Policial.
A estátua na praça, por si só, não é sinalizador de relevantes serviços prestados, podendo, não raras vezes, ser instrumento utilizado para induzir a fabricação de benfeitores.
O "modus operandi" de projetos ilegítimos de manutenção de poder, que se materializa na máxima “uma mão lava a outra”, pavimenta caminho para os desvios de recursos públicos, irriga o sentimento de impunidade e mina a finalidade preventiva dos sistemas de responsabilização.