IsabelMoraisRibeiro
Há noites que são imensas como um eterno inverno
feitas de montanhas mudas e ventos cortantes.
Noites de sonho ou realidade carregadas de volúpia
vestiu-me de amor e despiu-me de saudade.
Desapareceu escurecendo os sonhos
que trazem lembranças, nas asas velozes.
Há noites que tornaram-se pequenas torturas
lutam de esperanças entre nuvens, aurora vencida.
O canto do pássaro à janela, cansado do silêncio já vencido...
sentimentos apalpados ao toque dos sonhos adormecidos.
Aquecido pelas notas musicais, nos ponteiros do relógio,
bebo o doce o amargo da agonia para esquecer.
A sombra dos teus olhos, tento esquecer a realidade...
Cega de lembranças, adormeço e sonho noites melhores.
Longe, longe..
Muito longe..
Vai a saudade..
De um tempo
Longe, longe....
Muito longe
Deserto frio...
Na mente
Longe, longe
Muito longe
Deixa sede
Frio fome ...
Muito longe..!!
Somos loucamente apaixonados...
Um pelo outro... cúmplices em muita coisa...
Mas há dias que a tempestade cá...
Em casa parece... um furacão...
Afinal, somos diferentes em muitas coisas...
Com opiniões muito nossas...
Somos fogo e água e muitas vezes chocados de frente...
Somos arrastados pela tempestade de ideias tão...
Diferentes e no final tão iguais...
Tão depressa começa... como acaba... em silêncio.
Feito com um olhar simples e sincero...
doce e apaixonado, sem rancores... feito de risos.
O amor que nos une é mais forte que um furação...
Uma tempestade em alto mar... feita de respeito!
Perdi-me nas sombras....
Molhei-me na chuva.
Desci ao inferno....
Senti os seus horrores.....
Sombras perdidas na chuva.
Onde abri feridas e rasguei as dores...
Olho a janela ...
As gotas batem nos vidros....
Sinto-me exposta aos temores...
Perdi os sentidos e todos os amores...
Corrói-me com o ácido no corpo..
Porque ousei e desejei cheirar as flores...
Jardim solto da minha alma...
Desci ao inferno, senti os horrores..
Perdei-me nas sombras, molhei-me na chuva..!!!
Eu conheço o som do vento que me acompanha
Sim amor, reconheço os teus olhos fixos eternos em mim.
Reconheço os silêncios das noites mal dormidas
faz um eco nos meus pensamentos, acalma os sonhos.
Lava minha alma, memórias expostas
de um passado presente e de um futuro distante.
Sinto-me leve outra vez como areia lavada
da espuma branca do mar, beijada pelo som do vento.
Os teus olhos fixos em mim transparentes,
que ardem entrelaçados num só, feitos em desejos.
Engolidos pelo tempo gritos sufocados, segredam palavras...
Sensações envolvem e despertam o amor que há mim..!!!
As rosas....
Nas minhas mãos são...como as saudades de amor
Cartas escritas no desejo do teu corpo aveludado
como as leves pétalas de rosas, seda e cetim...
Feitas em poemas...que repousam ternamente..
Entre as nuvens e afagos da minha dor, do meu amor
Perdidas e esquecidas entre as fragas da vida onde
Os olhos cheios de mar, voz que murmura ao meu ouvido.
Ternamente escrita no teu olhar,acorrentada na minha pele.
Cala a mágoa quando falo de amor, inventa-me e invento-te...
Mãos vazias no silêncio, onde esconde a minha dor, desamor
Palavras que gritam nas noites frias e silenciosas como uma rosa...
Do tempo do amanhecer....escritos no meu coração.
Onde gritam todos os silêncios num doce olhar, sem te prender
Calor da tua voz...a ternura do teu olhar...um instante de paixão.
A tua mão presa na minha mão...o meu corpo ardente no teu...
As rosas....nas minhas mãos são...como as saudades de ti meu amor...!!!
O meu sonho adormeceu profundamente ...
Sonho bordado em noites de volúpia ...
Cheios de suspiros feitos de gemidos …
Enquanto sonhava ...com a tempestade que me cobria
Ouvia os lamentos e a melodia do vento furioso...
Sentia os teus lábios que quando estão juntos aos meus
São duas metades que se encontram...fundem-se de ternura...
Beijo teus olhos, mergulho na pele suave e perfumada...
Ouço na pele, teu acariciar....entre os nossos lençóis
Respiro teu gosto tão doce de amar, como as águas salgadas do mar...!!
Não gosto de estar só...
Nesta solidão eu me encontro!
A minha alma...minha vida..
Talvez o tempo cure a dor que sinto….
Sinto-me só na multidão.....
Como um passarinho....
Preso numa gaiola dourada...
A cada minuto que passa percebo...
Que perco uma parte de mim....
E que nunca mais vou reencontrá-la..!!
No silêncio desta noite...
Quando o amor bateu-me à porta
Não respondi.....
Fingi-me de morta....seca sem vida
Senti... as palavras a querem fugir
Para o papel rasgado ao vento
Espinhos trocados na alma.....
Delírios de um sonho, feitos em desilusão
Confusão de tantas dores....
Entre os amores...
Lágrimas sentidas....tardes floridas
Emoções guardadas das minhas emoções
Pedaços de mim, voam para ti....
No quadro que pintamos da forma que gostamos....
Lágrimas sentidas......tardes floridas...
Por do sol.....como inspiração....
suspiro forte...desejo intenso....
Emoção irreal ....transformada em ilusão
Preciso de ti na minha loucura ....
Quando fico...sem chão.....
Quando a solidão chama-me pelo nome..
A lucidez escapa-me...no silêncio desta noite...
Quando o amor bateu-me à porta..
não respondi......fingi-me de morta....
No final não resisti a dor da solidão.!!!
Meu amor tu ensinaste-me a fazer a nossa casa ..
feita de respeito e amor....
com beijos, abraços sentidos..
A nossa casa é como um livro aberto....
aberto à razão ao amor e à paixão.....
Casa forte como um abraço teu..
para aquecer-me no teu corpo...
sentir a sensibilidade das tuas mãos...
de entrelaçar contigo a minha alma...
Para que a minha vida possa ser completa...
preciso do teu coração, da tua alma
que elas sejam a parte que falta no meu...
dos teus pensamentos,
sentimentos e dos teus medos, para que
juntos possamos vencer todos os obstáculos...
preciso de tudo em ti..
É exactamente o que falta em mim...
Afinal amor...
A casa fomos nós dois que a fizemos com alicerces fortes.
Meu amor tu ensinaste-me a fazer a nossa casa ..
feita de respeito e amor....
com beijos, abraços sentidos..!!!!.
São mortos escondidos os lobos e as raposas...
Entre as giestas, sobreiros, estevas e estevinhas
Uivam os lobos cheios de fome..alcateias..
Perdidas nas grutas das serras e montes..
Andam os caçadores entre as fragas, giestas no monte...
A caça dos javalis que fazem a delicia dos caçadores....
Mata-se a fome bebe-se o vinho, dorme-se a sesta...
Uivam os lobos pelas serra e montes deste nosso Portugal..!!!
Hoje ao passear pela praia..
Encontrei uma rosa branca....
Olhei para ela, senti uma dor...
Estremeci, senti um arrepio na espinha...
As ondas do mar embalavam-me para a areia....
Como se falasse entre as ondas e a areia..!!!
Ajuda-me a reconstruir os estilhaços....
do corpo ferido.....
A recolher da minha alma os pedaços
cada tristeza.....cada caminho sem chão
Sejam só cicatrizes, de tanta desilusão.
Escrevo numa folha de papel a minha dor....
rasgo aos pedacinhos atiro ao vento.....
para que o vento leve a minha dor para longe...
insensatez......sentimento....angustia
sombra pela intensidade....da solidão.....
de seu vazio onde, as lágrimas correm como um rio!
A magia chegou esta noite ao circo
Despertado pelas estrelas onde tudo é mágico
Logo um lenço vira um laço, na cartola está o coelho
O circo todo fica em magia, o palhaço chora..
Águas claras que contam segredos
Enquanto correm ligeiras.....
Percorrem no silêncio como um deserto,
Espinha dorsal feita de murmúrios,
Vertigens, caravanas, numa noite escura
Anda uma fábrica de sonhos ambulante perdida...
Com a magia solta escondida de todos aqueles ..
Que fazem rir os outros.... o circo e a sua magia..!!!
O silêncio é imenso, onde cabem e ressoam
Todas as palavras, redondas e macias
Palavras que iluminam a boca de amor e doçura,
Outras com espinhos, dentro do silêncio..
São palavras iluminadas....
No final...arrumo nas minhas estantes,
As minhas cartas antigas,
Roídas pelo tempo, arrumo com a lua e vento...
Para enfrentar o sol e a tempestade, com uma bússola
Um desejo sobressaltado de um coração em sobressalto
Onde o silêncio é imenso, onde cabem e ressoam..
As palavras escritas no papel da mente atiradas ao vento.!!!
Somos feitos de barro, argila
carne sofrida, podre no tempo
podre de espírito, no corpo e alma
lapidamos as memórias guardadas
Gritamos ao ser da nossa própria dor
seres mutilados deixados ao abandono....
inconscientes animais ou não
na luta de tudo, que não queremos ou queremos...
só porque alguém tem e nós não temos.
Gemidos soltos, deixados no deserto
onde o lobo bebe a água....
da nascente pura límpida e fresca,
o homem não reconhece.....a mãe natureza
carne podre lapidada, sete palmos de barro ou terra..!!
Sou um anjo decadente ..
Vivo ao relento, um fantasma...
Uma sombra que resiste ao tempo
O piano e o violino embalam ..
As minhas tristes agonias...
Esplêndidos amores, frios jazigos..
Carrego a minha solidão
Alimentando os corvos e os lobos..
Velas e rosas para sonhar contigo.
Nas minhas façanhas, vejo anjos a chorar
Lágrimas caem na terra húmida e fria,
Sobre as rosas mortas, num caminho sem voltas.
Noite sombria, suave melancolia.
Cobrem as minhas asas e o meu corpo ferido
Meu anjo querido, meu anjo caído....
Feitos de fantasia que conhecem a magia.!!!
Colha as rosas do seu jardim...mágico
Poemas da alma..sem espinhos...
Colha as flores e plante amores....
É preciso muita coragem e humildade..
Muita força de vontade...
Para abandonarmos as coisas que nos são supérfluas...
Apegamo-nos demais a coisas.
Abandone tudo aquilo que não faz sentido,
e que nos faz mal.... amizades e hábitos.
Mantenha somente as rosas do jardim mágico ...
o necessário para alimentar a sua alma, alegria e amor.!!!
Sobre a minha cama estão....
Alguns livros de poesia
Abri um livro qualquer....
Mas desta vez não o li....
Senti alguns vazios e ...
Esqueci-me da voz do silêncio.....
Sou uma mulher madura ...
Que aceita as rugas e os cabelos brancos.....
Afinal daqui a pouco....
Estarei com 48 anos, e logo 50.....
Se hoje eu gosto de dançar na rua ...
Se brinco com os meus sentimentos...
Afago as palavras que me protegem.....
E também as que me ferem, vá lá !
Afinal de contas vale tudo....
Para ser feliz e depois vou fazer 48 anos
Sinto-me de maneira plena....completa..
Marido e filhos a quem amo loucamente...
Sendo assim, nunca estou sozinha.
E sou feita de uma multidão que......
Costuma negar : a solidão ou a felicidade...
Abri um livro qualquer, mas desta vez li-o ...
Interrompeu o meu sonho...pedindo mais um poema...!!!
Já tive febre ....de amor
Que arderam de todas as cores
Rasguei o meu xaile de seda...
Senti o coração em flor...
A saudade tem um rosto.....um nome..
Um cheiro.....um gosto....
O cuidado das palavras....
Da ausência que incomoda....
E da vontade que não passa.!!
Às vezes dou por mim a ver um vazio....
Um vazio de nada, sem futuro ou passado....
Vazio...talvez perdido ou esquecido...
Esquecido no tempo do vazio..
O tempo chora...ao vento...
Lágrimas de chuva.....secas...contidas!
O vento fez da tempestade um tempo...
Às vezes dou por mim a olhar para o vazio......
Cega, surda, sem futuro ou passado.....
Das gotas da chuva desta minha tempestade..!!!
Mais uma lágrima que cai no chão
Grito rouco do eco que não sai
Uma ilusão sentida e desamparada
Dor e ferida que nunca mais sara...
Destroçada....enganada.....perdida
Alma deserta que coração aperta...
No túnel perdi a ilusão da minha emoção
Lobo à espreita...deu-se como satisfeito
Ao engolir meu coração...rasgado em pedaços..
Banhado no sangue da nossa desilusão ..!!!
Hoje só quero um lugar para descansar.....
Para sarar as feridas, da alma, do corpo....
Longe da tristeza e da solidão .....
Carrego a espada e escudo em silencio
Queria que um anjo...um anjo me levantasse...
Para sentir o mundo com o coração
Entreguei a minha alma, o meu corpo....
Numa cruzada , para ganhar .
Lutei , sonhei , amei com toda paixão
Mas a solidão cerca-me e envolve-me
Eu nunca a desejei, e ela consome-me
Hoje só quero um lugar para descansar.....
Para sarar as feridas, da alma, do corpo....
Longe da tristeza e da solidão!!!
Recolho os pedaços de mim...
Que larguei ao vento....
Na tempestade da minha dor...
Sobressaltadas pelos sentimentos....
Rasgou tudo e todos neste meu caminho....
De pedras soltas em pedaços...
As noites gritam comigo frenéticas e cruéis....
Nas ruas desertas da minha memória...
Dormem os meus pensamentos como sinos....
Que tocam palavras perfumadas descritas modificadas...
Recolho os pedaços largados ao vento...
Pedaços de papel...escrito em poemas!!
Perder o sono em noites sem fim....
Onde está este amor.... que nem sei o nome...
Que mexe com minha alma .....esta vontade de amar!
Viver à luz das velas na penumbra da espera...
Saudade sentida....lembranças de pranto....
Dentro de nós como um rio de lágrimas a chorar...
Mais forte que a morte, à espera de uma saída...
Com teu sorriso muitas vezes sonhei e desejei....
Fantasias alucinadas das noites de amor,
Vivi num passado um presente nos teu braços..
Não foram só sonhos...nem loucuras...foi verdadeiro.!!!