Isabella Blanco
Ah, a paixão! O climax da agonia da fenix; o momentaneo Eros eterno; o transtorno obsessivo compulsivo; a dopamina e a endorfina; o primeiro suspiro ou o padecimento de uma alma.
Perdi as contas de quantas vezes morri com minhas paixões. Quantas vezes morri sem volta... e voltei.
Os que não se apaixonam profundamente, não são insensíveis. São apenas destituídos de imaginação para tanto.
Sinto com eternidade tudo aquilo que sei que é momentâneo. E às vezes sinto apenas momentaneamente tudo aquilo que tem possibilidade de ser eterno.
Detesto permanecer igual por muito tempo. Abomino a constância. E isto me torna uma metamorfose ambulante. Detesto tanto que quando o fato de viver em mutação se torna uma mesmice, acabo aderindo a constância... só para fugir do invariável.
(...) Te voglio bene!
Ela proclamou com seus olhos de pupilas liquidas.
Não significa 'te quero bem'? Então porque me deixas?
Deixe-me ir e então permanecerei. Dê-me a liberdade e então me prenderei. Não se intitule dono e então me terás.
Tu me inspiras em teus enigmas.
É a incógnita! A esfinge!
E assim, te torno começo e fim.
Sem saber onde começou e se vai terminar.
Não espere meu tudo, nem meu nada. Se fores prudente, nem tente desvendar um pouco de cada. O que sou... pode abismar se não fores insensato o bastante.
O que mais poderia ser? Os extremos. Os gemeos mais desiguais. A contradição mais caótica. A ordem mais sistemática. O extasê mais impetuoso. O desapontamento irreversível. Sou a monotonia inconstante.
Não se engane com o sorriso angelical ou seus olhos embebidos de meiguice. Não se iluda com a postura frágil e voz melodiosa. As mulheres não são seres tão mansos quando parecem.
Não sei bem o que quero, nem, exatamente como quero, mas sei que quero muito, com toda a intensidade do meu querer.
Ah, coração!
Tu que tens tantos tons.
Porque tu vives mudando de cor?
É um camaleão...
As vezes se colore de amor.
Mas é só de vez enquando.
Tu és um giro breve, igual a uma brisa sinuosa. Então descrevo-me em uma pose cautelosa. Já que o que parece mais inofensivo, no fim, as vezes, domina.
Tornou-se um pedaço inteiro de mim. Não saberia viver sem a poesia. Talvez até poderia existir, mas não viver.