Iris Borges

No meu silêncio
Mergulho dentro de mim
Desço até o íntimo
Do meu ser
Esvazio o que está cheio
Para encontrar a minha perola

Sem a lua
Meus sonhos
São salpicados
De estrelas

Continuei meu caminho
Atravesso uma larga calçada
O mar!

Oi
Olhou
Foi

Areia e Vento
Alguns Quilômetros
Caminhei...
Então tirei
As sandálias
E senti os
Pés refrescarem
Na água salgada
Do mar...

Mulher
É coração
Hora detona

No tronco
Um buraco
"De OLHO"

Em transe
Momentâneo
Pensamentos lúcidos

Coloridas são fotos no presente
Pretas e brancas verdadeiras
Amareladas lembranças no passado

Acordes pendurados
Vejo pássaros
Formando letras

Deserto
Imóvel
Infinito...
Mar

À tarde
Sou camelo
E corcovas

Deserto
Mar
Petrificado

Jogar ou olhar
Desviando o olhar
Olhando o mar

Corpo de lado
Rosto avermelhado
Olhando seus olhos

Preciosidades
Em flor
Desabrocham na
primavera !

Sol brilha
E agora
Só melancolia

No campo
Vejo ovelhas
Atravessando o caminho

Pronto
Por fazer
Nada a fazer

Colorido cardume
Aquarela enfeitando
Fundo do Mar

Tecendo palavras
Surgiu naturalmente
O Poema

Nuvem repousa
Delicado coração
Olhar amortecido
Amor em gotas
Caem na terra

Fantástico é no
Domingo
Vou-me
Despedindo
Já, já!

Eu gostaria de poder fazer um belo poema
e as palavras não podem expressar o que eu sinto

Deus
Mundo
Direção
Contrária
Neste mundo
De
Deus