Iris Borges
Sangue quente
Alongamento rápido
Sigo meus passos
Sinto vida
Amarre o deserto
No jardim
O campo preenchido
Entre a carne e a emoção
Sinto pulsar o coração
E a vida passa
Quando caminho
Timidamente
Em curvas e linhas retas
Penso em suas palavras
Então paro
Depois de acordar
Maçã
Suculenta
O Fruto do pecado
De tempos
Adão e Eva
Fruto dos contos
De fadas
O sabor na cor
Vermelha
Lua cheia
Luz da noite
Abre-se a carne
No pensamento
Puro prazer
Onde sexos penetram
Em sexos
Interminável desejo
Que solta pela boca
No grito solitário
Após evaporação dos sentidos
Ressurgem
E se espalham
Lindamente
As nuvens
Brancas
De muito longe
Capazes de pararem
Por uns instantes
E assim
Fico olhando
O azul do céu
Descansando no sofá
Olho para o céu
Será que vai chover?
Nuvens do céu
Para onde vai
Assim tão carregadas
Nuvens do céu
Dá para ir até
A terra seca
Todos estão à espera
Olhando para o céu
Olho teus olhos
Tantos olhos
Todos os olhos
Olhos que olham
E todos olham
Os meus olhos
Nos olhos que
Não olham
Olhos
Que todos olham
Olham teus olhos
Olhos nos olhos
Hoje me contemplei no espelho
Penso em delicadas poesias
Sempre quase na mesma hora
Contemplei minha
Própria ausência
E o espelho sorriu pra mim
Pensamento longe
Que mundo mágico
cheio de fantasias
alegria sem preconceito
Quantos sonhos realizados
fadas e bruxas
príncipes encantados
onde estão
montaria fardado
cavalo alado
que coisa linda
encantado pede sua mão
Então chega a idade
a idade da lógica
perdemos a razão
que mundo cão
vivendo na pressão
sob tensão
E sentimentos vão
coração na mão
onde ninguém
é de ninguém
que cenário
ainda bem
São contos de fada
nesse mundo real
que pena nada são
Quero a fantasia
um bilhete emoção
flores no portão
Qual é o seu sapo