Impulsiva - Jéssica Moreira
- Menino ou menina?
- Não importa desde que seja com você.
- Só se ele tiver seus olhos, e seu sorriso.
- Mas que tenha seu coração.
- Então terá o seu também, porque o meu é seu.
Agora irracionalmente, tento imaginá-lo aqui na minha cama. Ela sempre foi grande assim? Um tipo de ilusão de óptica, ou uma tentativa inútil de iludir o coração. Coisas de bobo apaixonado; coisas de quem morre de saudade todos os dias e continua respirando.
Aprendi com ela que a vida não é feita só de farra, álcool e de loucuras. Aprendi que passar duas horas no cinema pode ser, e com ela é, mais prazeroso do que uma noite em uma balada. Me ensinou como é bom acordar e pensar em alguém especial. Como é bom lembrar dela em simples momentos, como na hora do almoço ao colocar uma batata palha no prato, por saber que é uma das coisas que ela mais adora. Aprendi também que mesmo quando a mulher te conta tudo que já fez na vida, não adianta... você morre de ciúmes mas continua gostando. Prefere esquecer o passado do que perder o presente com ela. Andei de ônibus, andei a pé, acordei cedo, deixei de sair com "amigos", prestei atenção na aula. Fiz questão de aprender só pra ensinar... Coisas que não imaginava. Sempre a quis como mais que uma amiga. Mas sei que mesmo como amiga significou muito mais que muitas namoradas. Nunca disse isso, e mesmo querendo mais, adoro a ter do jeito que somos. Eu a amo.
Hoje, eu ainda não encontrei alguém que me marcasse como você, mas sobrevivo bem assim. Na verdade, foi você mesmo quem fez o parto, e me colocou de volta a vida.
Bom mesmo é quando sua amiga pergunta “e o seu ex?” e você com o lapso de memória mais sincero e delicioso responde: “que ex?”
E se você é daquelas que tem crises de riso envolvendo situações em que não se pode rir de maneira alguma... Tamo junto!
- Tô fazendo a linha do filme "Eu odeio o dia dos namorados": não saio com alguém mais do que cinco vezes e esse já é o nosso quarto encontro...
- E daí que esse já é o quarto? A gente finge que o primeiro nunca aconteceu e não chegaremos ao quinto nunca.
Para o dicionário, lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa; para Clarice, o sentimento mais urgente que existe. Pra mim? Eu nunca senti tanta como nos últimos dias. Nunca encarei a saudade como um ponto negativo, porque além de demonstrar que algo bom tinha acontecido, aprendi que tem jeito pra tudo nessa vida – exceto a morte. O jeito é simples. Tem saudade? É porque valeu à pena, insista. Uma ligação resolve, uma mensagem resolve, um abraço se possível nem se fala... O problema, portanto, não é a saudade em si, mas sim a sensação da perda. O não ter, doi. O não poder, machuca. E ainda tem o tal do orgulho que as vezes não deixa assumir e recuperar o que poderia não ter acabado. A saudade com o tempo também traz esquecimento, graças a nossa poderosa memória seletiva. Não nos esquecemos daquilo que nos faz bem, não nos esquecemos do que ainda temos. Esquecer é questão de querer. Tem que abandonar, sentir-se livre, ocupar a mente e receber o prazer novamente. Na verdade, esquecer tem sido minha melhor forma de prazer nos últimos tempos.
Muitas vezes o fim de um relacionamento não vem pra te fazer chorar até dormir, mas sim acordar pra vida.
E nessa bagunça de relacionamentos instantâneos, que vem, vão, e na verdade nunca foram - relacionamento - é necessário alguém que realmente saiba como as coisas funcionam aqui dentro.
É amor quando você começa a apagar todas mensagens da caixa de entrada, e deixa as bonitinhas que o gato te mandou por dó.
Estudos comprovam que 'onde você tá?' é dito mais vezes do que 'você tá bem?' nas ligações de celular.
A lua hoje tá tão linda que dá até vontade de ter alguém pra olhar abraçadinhos, me apaixonar e... Não, só olhar mesmo!