Ianca Lira
Eu te esperarei; como a terra espera pela doce chuva,
Como as estrelas esperam pela noite escura;
Feito madrugada à procura do amanhecer;
Em cada raio de sol; no cheiro de terra molhada.
No vento sentirei tua presença; silenciosa e acolhedora;
Amarei o cheiro dos teus cabelos, e da tua pele macia;
Amarei cada canto de ti; cada átomo teu.
Sentirei a brisa que te envolve; amar-te-ei profundamente;
Enlaçarei minha mão à tua; doce e urgentemente;
À procura do teu amor aflito, beijar-te-ei.
Amar-te-ei.
Meu doce amor,
Tu és o canto da cotovia que me acorda sob a luz inocente da manhã;
Tu és a canção que tocou meu coração, que penetrou minha alma abatida;
És a estrela mais bela que cintila nas noites sem lua;
És o mar, límpido e sombrio, numa noite de amores vazios;
Tu és a brisa numa tarde de outono;
Tu és a lareira que me aquece nas noites de um inverno chuvoso;
És um vento forte; uma emoção que persiste; uma hipóxia de amor;
És a voz que acalma, que pacifica. És o amanhecer da alvorada o sereno da manhã.
És a lua que ilumina o meu céu; tu és o meu amado, o meu abrigo.
Está tão silencioso que posso até ouvir o tic-tac do relógio.
Cada segundo passando numa velocidade extraordinária;
E ...eu... bem... Eu amo você! Tanto que dói.
É noite, amor. Tenho necessidade de transpor meus versos tristes;
Que faço confusamente nas altas horas de uma distante noite;
Dói em mim, pensar em ti noutros braços;
Sinto grande dor; intensa e forte...
Lágrimas pesadas rolam na face da noite;
Afogo-me a pensar no teu amor; que tu dizes meu;
Preciso que me proves que pertence a mim;
A escuridão da noite me acolhe; e só faz-me pensar em ti.
Tua presença ilumina os pântanos tépidos de meu ser;
Cada célula do meu corpo procura a ti; cada parte.
Teu sorriso é um doce encanto nos dias frios; tua voz, melodia.
Teus olhos cor de noite são fonte de mistérios; fortes e ingênuos.
A curva do teu rosto é delicadamente perfeita; macia e celeste.
Tuas mãos são ondas que agitam os mares calmos;
A pele negra; repleta de constelações e planetas desconhecidos...
Tenho tanto o que falar de ti, amor...
Tu não sabes a angústia de te amar ocultamente...
Tu não sabes o quanto me dói não estar ao teu lado..
Meus olhos me entregam; basta tu os observar.
Meus modos sem jeito; tremendo por ti.
Amar-te-ei enquanto em mim habitar a vida.
Amar-te-ei agora e eternamente.
Ausência
Dou-te minha ausência; para tu guardares.
Para tu docemente ouvir o som dos meus passos aflitos,
Perdidos em constelações distantes; em tempos remotos.
Tu lembrará das flores; do cheiro que delas exala.
Tu verás teu jardim em pleno vigor; repleto de cores,
E ainda sim, sentirás a doce ausência.
Partirei ao anoitecer, para habitar entre as estrelas;
A cada noite, visitar-te-ei com uma leve brisa;
Deixarei minha ausência contigo; entre tuas flores,
Do vento sairá um frescor frio e suave; tu lembrarás,
Tu verás a névoa no crepúsculo da manhã; leve e branca;
Pairando sob tuas flores bonitas; minha doce ausência.
Suaves e delicadas ausências ecoarão da noite,
Ouvirás a graciosidade do vento entre as folhas secas; dóceis e frágeis;
Gostas de orvalho surgirão na face da noite,
Desabrochando nos vales sombrios da pele pálida;
Contornando as montanhas íngremes;
Enquanto a doce ausência; intensa e profunda,
Ecoa nos bosques primaveris da noite vazia.
À meu doce amor,
Tu vieste a minha procura hoje;
Encontrou-me meio perdida em pensamentos,
Absorta em minhas convicções melancólicas;
Senti teus olhos negros em meus olhos aflitos,
Pude ouvir os gritos inocentes do meu ser a tremer,
Contive-me. Aos poucos, enfiei meus olhos em ti.
Observei-te como nunca havia antes;
Amei cada parte de ti ocultamente.
Mas tu me fixava aquele olhar; Oh, que olhar!
Meus nervos se contraiam, afogados na doce sensação,
Minha voz falhava enquanto dirigia vagas palavras;
E tu sempre atento a mim, fazendo-me ruborizar.
A boca era maravilhosamente bem torneada,
Caia-lhe bem na face morena; possuía um perfeito e lindo queixo;
A pele lhe conferia um aspecto mais maduro; o que muito me agradava;
Os olhos tão bem desenhados, expressivamente negros;
A cascata de seu negro cabelo surgia sob a face macia,
Tinha cheiro de sabonete de lavanda; e eu amava aquele cheiro.
Mansamente teus olhos procuravam os meus;
E as tuas mãos, as minhas. Desesperadamente.
Senti o amor fluir entre nós; algo completamente doce,
Meu coração, bem perto do teu; amando-te, tenha certeza.
Pude sentir o mesmo, tu amava-me realmente;
Mergulhei no teu cheiro de lavanda, jurando não deixar-te decididamente.
Sempre acreditei que havia um certo mistério em teus olhos castanhos. Parece que planetas colidem entre si produzindo uma explosão de luzes fazendo cada parte de mim contrair-se maravilhada. Quando olho para os teus olhos viajo por galáxias distantes e flutuo docemente sob as mais belas estrelas, e meu corpo ansiosamente clama para mergulhar na imensidão dos olhos teus. Esse universo, distante e misterioso, é capaz de dominar-me os sentidos levando-me à teus braços e desesperadamente a tua doce boca, e ali pertenço a ti loucamente. Quando os teus braços me envolvem sinto como se cada parte de mim transbordasse fazendo meu ser querer-te mais perto a cada milésimo de segundo. Milhões de sensações explodem dentro de mim quando encontro teu belo par de olhos castanhos a olhar-me com ternura. Estou certa de que você é a minha galáxia favorita.