Hugo Cavalcante
Por que quando se dá um espaço em nosso coração e a pessoa magoa, estamos deixando de lado outra pessoa que valorizariam mais o espaço quem você deu.
Não sei o motivo realmente de ela se afastar, eramos tão amigos, ligava todos os dias e falava todos os dias que a amava, fui atras dela, não com a esperança de ter em meus braços, mas sim para nosso amor de amigo crescer e ficarmos juntos um perto do outro até a morte. Mas, de tantas promessas que nos prometemos, eu estou cumprindo a minha de nunca deixa-la de amar, e esta sempre ao lado dela, por mas que ela não esteja ao meu lado, eu a amo a cada dia mais.
E eu aqui nesse quarto, entre quatro paredes, com frio e saudades, me sentindo sozinho solitário e esquecido. Estou cansado dessas rotinas de área onde não muda quase nada, eu só queria ter uma máquina do tempo, para voltar no tempo onde o tempo tinha você. Lágrimas rolam no meu rosto, querendo saber onde está e com quem está, o futuro é dolorido pra mim, por que ele faz com que a gente se afaste a cada dia.
Amamos, mas amamos com medo. Medo de ser deixado de lado, de ver quem você ama com outra pessoa, de querer escutar as palavras que você próprio planejou escutar na sua cabeça e ela acaba dizendo palavras que te fere. Por não ter quem te esquente quando o inverno chegar, por ser sozinho no mundo e escutar certas coisas doloridas da família e não poder debater por respeito e acaba chorando sozinho por engoli palavras que passam na garganta por querer desabafar e não tem ninguém pra te ouvir. É prometer pra si mesmo que nunca mais vai chorar por ela e quando escuta aquela música se desmancha de lágrimas. É pedir a Deus que chegue logo o tempo de tudo acabar, mesmo sabendo que o tempo é aquele que está passando nesse momento onde não está fazendo nenhuma diferença.
Não sei se tenho amigos, um dia desses eu andei observando a lua e percebi que estou sozinho, que as amizades que eu tinha já se foi. Tive e tenho meus piores e melhores momentos e eu queria ter alguém pra poder compartilhar e de chamar de meu melhor amigo, pois quando eu mais necessito de alguém não tem ninguém por mim, me sinto como se tivesse descartado do resto de amigos que eu tenho porque quando elas encontram pessoas mais interessantes me deixam de lado e só voltam quando a pessoa mais “interessante” se enjoou delas, e elas voltam por que sabem que eu sou fiel a elas, mesmo elas não merecendo, elas voltam quando necessitam de algum tipo de ajuda, ou simplesmente de um ombro amigo pra chorar por que sempre estarei aqui por cada uma das pessoas que eu chamo de amigo. Talvez o sentimento amizade já esteja tão deturpado quanto o amor. As pessoas só são amigas na hora que interessa, na hora do sorriso e da festa, agora, nas horas que eu mais preciso que é na hora da tristeza e da dificuldade, todos somem, sem contar as vezes que somem e dizem que fizeram isso por que eu não chamei atenção e num falei a elas, agora, cá entre nós, eu me magoo mais com a pessoa sumindo do que me pedindo ajuda… pois é, e a pior parte é que se algum deles lerem meu desabafo, falarão que estou fazendo drama, só que drama ou não, a triste realidade é que já não sei mais diferenciar quem são meus amigos e quem só diz ser amigo da boca pra fora… se uma pessoa consegue mentir no eu te amo, ela mente na amizade e mente em todo o resto.
As pessoas mudam não pra se sentir bem, elas mudam pra mostrar que superou tudo aquilo que lhe causou dor.
Sou pequeno, seja lá de tamanho ou de ingenuidade. Sou pequeno de forma absoluta. Pequeno de tão frágil. Pequeno por acreditar naquilo que não devia. Pequeno diante de uma chuva forte. Pequeno por sentir medo de ser pego de surpresa. Pequeno por cair em armadilhas armadas por eu mesmo. Mas também sou grande. Sou grande quando tenho que matar pra comer. Sou grande quando me perguntam se estou bem e eu respondo um “sim” mesmo não estando. Sou grande e pequeno. Habitável e nem tanto. Sou uma contradição dos pés a cabeça.
Não pense que eu desistir de você ou parei de lutar. Desculpe, eu só desisto daquilo que não me interessa mais.
Se não fossem minhas memórias não seria eu. Se não fossem os danos, os medos, as covardias, as paranoias, as idiotices, não seria eu. Se não fossem os atos de coragem, as gentilezas, as franquezas, a paciência, todo carisma que tenho não seria eu. Se não fossem os amigos, os colegas, a família, os figurantes, não seria eu. Se não fossem os lugares, as viagens, os sonhos, os pesadelos, os amores, as paixões, não seria eu. Se não fossem as estações, os anos, os dramas, não seria eu. Resumindo: Sou feito de pedaços de histórias, de momentos, de sentimentos, de memórias, e por mais que eu me arrependa de algumas coisas, e queira reviver infinitamente outras, se não fossem todas essas bugigangas juntas, não seria eu, seria apenas uma outra qualquer, ou um “eu” incompleto.
Não se preocupe comigo. Não vou tomar nenhuma atitude drástica, a não ser continuar a amar. Tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Quero que aconteça tudo bem bonito pra ela. Eu sei que ela diz que tenho uma fé enorme em qualquer coisa que não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, ela também me deseja uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza. Não tem jeito, eu perdi no meio da estrada e nunca tive mapa algum, ninguém dá carona e a noite já vem chegando. Quero ela de volta, como faço pra chegar ao começo? Alguém tem um mapa?
Mas eu morro de medo de não ser suficiente. Medo de nunca conseguir ser completo, de ser sempre esse copo meio vazio, esse livro mal terminado. Medo de ser feliz só pela metade, de ter um amor pela metade, uma vida pela metade. De eu não conseguir ser suficiente pra nada, e nada conseguir ser suficiente pra mim. Medo da vida. De viver. Ou pior, de nunca conseguir viver. De ser apenas um corpo, no piloto automático, fazendo o que se é obrigado a fazer, só sobrevivendo, nunca vivendo. Medo de esperar muito de tudo, e acabar me decepcionando. Medo de tudo esperar muito de mim, e eu acabar por decepcionar. Medo de deixar de ser quem sou, pra ser o que querem que eu seja. Medo de deixar de ser o que quero ser, pra ser o que eles acham que eu sou. E morro de medo de deixar de sentir. De deixar de ver com meus próprios olhos, de pensar com minha própria cabeça, de amar por mim mesmo, de ser feliz por conta própria. É medo. Medo, medo, medo. E repito, quem sabe, de tanto falar, aos poucos, ele se esvazia, e me liberta. E eu escapo dessa gaiola, e aprendo a criar asas e voar.
Há um buraco dentro de mim, e dentro dele há um vazio que nem psicólogos podem resolve-lo, quem realmente poderia me salvar se foi. A saudade, a dor não pode ocupar o meu vazio. A saudade já tomou conta de mim e a dor só me faz sangrar. Meu vazio faz clamar o teu nome e faz-me pedir socorro. O que sobras de mim sem ti? Meu coração já é vazio e o que tem de preenchido são rastros teus.
Talvez o banheiro de minha casa seja meu esconderijo secreto onde posso chorar sem que ninguém me incomode, talvez seja meu quarto no meio da madrugada onde posso escrever em meu caderno todas as dores e felicidades que vivi em meu dia-a-dia ou talvez seja na janela onde posso admirar a lua. Talvez toda essa tristeza um dia se amenize com o passar do tempo e a dor da perda se cicatrize. Talvez algum dia eu possa saber o que se é sorrir com vontade e dar gargalhadas sem se quer ouvir uma piada ou talvez, eu construa a minha própria felicidade. Talvez amanhã seja tarde demais para viver o que eu deveria ter vivido hoje ou tarde demais para demonstrar o quanto amo as pessoas que permanecem em minha vida mesmo depois de tantos anos. Talvez a felicidade esteja querendo entrar em minha casa e eu não esteja percebendo ou talvez a angustia e o medo de não conseguir um futuro esteja em minha moradia até eu aprender o que se é viver de verdade. Talvez eu vença a batalha ou talvez eu a perca, talvez eu me afunde na minha própria solidão ou talvez eu consiga dar a volta por cima. Talvez, esse é o problema, o tal “talvez”.
Olho para o relógio e lembro dos momentos que eu ficava esperando a hora de poder ligar pra você. Naquela época era tudo tão bom, não tinha o que tem hoje, lembranças que machucam. Já sabendo que nunca iria ter em meus braços, era bom escutar cada palavra sua pelo telefone, cada suspiro e cada demonstrações de carinho, principalmente dos ‘’eu te amos’ antes de desligar o telefone. E eu queria tanto que àquela hora passasse para àquela hora de ligar pra você chegasse e escutasse você. Parecia que me acalmava, e dormia tranquilo todas as noites. Gostava quando você me pedia pra me ligar e dizia que eu tinha esquecido de você por não ter ligado no dia anterior, lembro do dia que você foi para uma festa e assim que chegou em casa, você me mandou uma mensagem dizendo que tinha chegado às 2:53 da manhã, como se quisesse me dar satisfações. Cada momento me dói, dói não ter aquele passado que me fazia feliz, não entendo nem eu mesmo por ficar remoendo certos momentos que não pode voltar. Ou aquela pessoa que dizia me amar por todo o sempre se desfez. Juro, prometo, ou seja lá qual palavra certa que faça ser eternamente: Eu amo ainda, amo, não diminuiu nem um pouquinho, mesmo tacado por palavras que me fizeram acreditar que não era ela que estava falando. Mas amo, amo e nunca vou deixar esse amor fugir de mim, e ela sabe disso por que prometi pra ela. Que amaria para sempre.
Tenho medo do que pode vim, todos me olham com os olhos arregalados como se eu fosse um monstro. Todos se afastam, crianças, adolescentes, e até idoso como se tivesse umedecendo a língua para dizer a palavra de pena. Poxa, eu sei que ao meu lado tem a solidão, mas não é pra tudo isso. As pessoas se afastam por que não querem ter nenhum comprometimento comigo, estou de saco cheio de as pessoas treinar palavras só pra não me machucar. Me sinto como se eu fosse tratado como porcelana, e eu não queria ser tratado assim.
Fui atrás de muitas coisas na minha vida, e em nome disso perdi a razão agindo de maneiras erradas. E não sinto inferior assumindo essas coisas. Estou orgulhoso de mim, porque o reconhecimento dos nossos erros é o primeiro passo, digamos que o principal. É o princípio ativo. Ainda sou humano, ainda possuo medos, inseguranças e incertezas, mas estou com uma fé maior do que qualquer detalhe desses. Estou ciente de todo meu esforço para alcançar meus objetivos e concretizar meus maiores sonhos. E estou ciente também de que, às vezes, não depende só de nós. Espero que cada dia que passe, leve com ela uma pequena parcela dessa fase ruim. E se Deus existe mesmo, que ele escreva a minha história de forma que deve ser. Sabe, aquele lance… Escrever certos em linhas aparentemente tortas.
Sempre ouvi aquelas pessoas falar de deixar quem a gente ama livre. Fiquei pensando, e é a pura verdade. Mas hoje percebi que eu agia dessa forma. Eu prendia, Exigia demais. Cobrava demais. Ás vezes a vida é ingrata com nos e acaba dando uma surra para a gente aprender certas lições. Comigo não foi diferente. Em um momento, eu estava completamente perdido, mas depois que refleti a respeito disso, me senti em paz. Senti tranquilidade. Aquela sensação de que finalmente estou amadurecendo e cada vez construindo um caráter melhor. Não é que não doa… Ainda dói, ainda há mágoas, mas sinto que estou evoluindo, caminhando com um passo de cada vez. Não adianta colocar cerca, barreiras e sufocar. O que tiver de ser meu, vai ser.