Hudson Henrique

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⁠Aceito que a minha jornada é o pleno desencontro com o que desejo.
E todos os desencontros que nunca me acharam;
deixaram uma marca que o tempo não sara.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Espero meu transtorno submergir
como um oceano nervoso em meus punhos.
Pego a caneta e me enfio em absurdos.

É tão desinteressante ser além do esperado,
mas essa magia não me deixa esvair.

Então o farol vem até mim; e eu digo adeus.

⁠O tempo cicatriza
mas não faz esquecer.

O tempo passa
mas não faz voltar.

O tempo é um maldito
e um anjo salvador.

Quando ele te mata;
ele te salva.

⁠Jogam minhas cinzas no mar.
Não dá tempo nem de acenar.
Não volto nunca mais. Digo sim, digo não.
Entro em extinção. Sem nada nas mãos, com peso nas costas.
Sempre vou lembrar de você enquanto eu respirar.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Só deixou o gosto da saída, o bater da porta,
e o ranger dos dentes em minhas costas.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Hoje fumei cigarros enquanto olhava a noite.
E caixas de fósforo eram acesas
na eternidade de suas lembranças.
As cinzas ficaram ao chão,
até a chuva lavar seus olhos de farol calmo.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Nós nascemos pra ficar juntos.
Mas você não cresceu pra aceitar isso.

Inserida por HudsonHenrique

⁠ - Sobre aqueles relógios de pulso -


O tempo cicatriza,
mas não faz esquecer.

O tempo passa,
mas não faz voltar.

O tempo é um maldito,
é um anjo salvador.

Quando ele te mata; te salva.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Um estômago no soco.

A felicidade é um momento.
E o problema das pessoas
é tentar eternizar esse segundo.
Esperando que seja eterno, mas não enquanto dure,
mas enquanto seja lúcido.

A felicidade dura um fragmento estúpido em uma pauta,
e as lembranças ficam cobrando algo que já passou.

Não marque a felicidade como uma ferida na pele.
Pois, sempre haverá um machucado novo pra te lembrar
que você nunca vai ficar bem.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Pessoas estão sempre confusas sobre quem elas são.

Inserida por HudsonHenrique

⁠A moça de Curitiba se curva perante a noite,
que não cala, que não fala nada.

Brilha debaixo das estrelas,
sopra soberana entrelinhas.

Sinto você voltar
como um trem chegando em casa.
Me molha o sereno tardio,
gela meus ombros de pedra.

Vampiros saem pra ver a lua,
e eu não me importo mais.

Inserida por HudsonHenrique

- GPS -

Você me mostrou um mundo.
Mas só me deu o mapa.

E mais nada.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Pode-se chamar de "vida" tudo aquilo que vive e que vai embora; principalmente aquilo que vai embora.

Pois, é preciso de muita coragem pra ir.
Mas é necessário muita covardia ao voltar pra arma que lhe atira.

Inserida por HudsonHenrique

⁠O som da tua voz a pólvoras de distância.
Me guarde no seu bolso como um doce
que comeria depois.

Faça mantras com meu exímio e me reze antes de dormir.

Tudo o que eu fiz pra você era o que eu sentia.
E teu cheiro não irá me confundir novamente pra essa armadilha.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Mas eu também não sou perfeito,
e tornei as coisas um pouco piores do que eram.

Inserida por HudsonHenrique

Não consigo entender a possibilidade de sermos apenas instantes.

Inserida por HudsonHenrique

Sempre tive a ideia de que um anjo é todo trajado de branco, digo isso em sua total formalidade na vestimenta. Branco. Apenas.

Hoje me condecoro um anjo. Irei dormir com a alma leve como uma ceda.

Me sinto um pedaço de rolha nas entrelinhas da imensidão pluvial; que bate em minhas ondas e me faz entrar água nas orelhas, sentindo aquele riso inocente e frágil da minha criança quando pequena.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Aquele garoto que não sabia de muita coisa, mas ainda enxergava tanta bondade nos outros.
Um garoto, que agora, sente saudade do seu avô, das pescarias em um rio manso. Que não dava peixe, e nem mesmo dava tranco.

Mas fomos aqueles momentos, e isso é irreversível em meus pensamentos.

Não consigo entender a possibilidade de sermos apenas instantes.

Inserida por HudsonHenrique

Em todo mundo, sem exceção, há uma linha tênue entre o ódio e a explicação.
Ódio: de entender.
Explicação: pra todas as versões de si mesmo que lutou pra ficar bem, e hoje você respira, e é um bom começo.

Uma pena que as condolências; que rítmicas, dançam em uma coreografia ridícula de pena, junto ao meu peito problemático que hoje bate como um marca passo.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Estou inteiro e jovem o suficiente pra dizer que eu sinto muito ter-te perdido desse mundo. Porém, crucificado em tanto vinho amargo e sem rótulo que me deixaram, junto às adegas de carvalho roto, deixado pros ratos em um esgoto. Às sobras.
Minhas mãos tocam o infinito que há dentro das memórias intactas, e ainda quentes, da perturbação. E hoje sou um pouco mais frequente em olhar pra frente, tentando não ser só essa solidão que me devasta, que me devora, que me tira os pedaços de carne e couro quando me visita e me assola.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Que trinfa e range os dentes, faminta, me olhando a par das mandíbulas ferozes, que me atroz um grito soberbo, e perante um grito, gemido, que me tenha calado. Junto ao pé do holofote cenográfico, sou um ator.

E hoje choro lágrimas de confete, assim como a maquiagem no riso do palhaço, assim como a graxa que faz lustrar e rodopiar os asfaltos.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Hoje estou vivo, porém aflito, de que nada mais poderá me ferir; a não ser eu mesmo. Mas não temo. Já fui meu herói algumas vezes.

Hoje sou a cruz diante da aversão ilusória em uma metáfora de magnitude ambulante, que me alarma, porém não me avisa quando parar.

Eu te amo, e sei como te desarmar.

Inserida por HudsonHenrique

⁠O passado é meu local de encontro, onde há dois amantes em um solo sem dono.
Não há fronteiras para o meu pudor.
Sou um navegante encontrando teu porto; pra me alocar, entrar no cais e me derramar o transbordo que carrego,
que é bem maior que todo o mar.

Sou estrangeiro em seus traços.
Porém, fui extraditado pelos inúmeros pecados.
Me levaram pra casa à força.
Nunca mais pertenci ao seu abraço,
que foi embora de vento em popa.

Inserida por HudsonHenrique

⁠Mas você irá me encontrar em todas as malditas cartas
que escrevi sob uma demanda de álcool exagerada,
e subvertido em uma paixão,
que mais tarde virou ódio e conturbação.
Datilografadas algo que eu nunca tive,
algo que você
nunca deixou acontecer.

⁠O inferno sempre pegou fogo;
eu só ainda não tinha chegado lá pra ver.

Inserida por HudsonHenrique