Hiast Liz
a mulher na história
é a peça mais bonita
na Grécia, em Roma
nas fotografias e líricas
hei de sempre se destacar
pelo locomover ou pelo respirar
intrínsecos detalhes á observar
para abrir os olhos e nela enxergar
foi quando seu cheiro soprou
os lírios do jardim chamado solidão
que em meus olhos pairou novamente a mansidão.
enchendo de emoção esse duro coração, não há nada mais profundo para expressar essa gratidão
além dessa canção.
no nosso paladar
manjericão
samambaia
hortelã
cidreira
alecrim
coentro
toda cor e toda pele injere
mesmo tempero mesmo mastigar
todo humano no mesmo mundo
todo mundo no mesmo lugar
Na porta da minha casa
Os lares retratam a alma
Nos cômodos da nossa casa
Seu riso fará morada
Não importa por onde irás,
Sei que dentro do retrato não sairás,
A distância não é quilométrica
Acessar a memória é instantâno,
Realço a parte que eu sou a morada
Numa lembrança desgraçada,
Parece que faz pirraça
Mas é tudo que me acalma.
Sem pretextos para sofrer
Abri a porta e rua á fora
Seguirei levando você.
Eu sei você precisa conversar
com alguém
que não seja eu
Então vai
Parece que não te entendo mais
Não me julgue meu amor
Não sei o que fazer
Não consigo ver você sentindo dor
Então vai
Lá fora há um belo dia
E quando retornar pra casa
Não esqueça jamais
Eu te amo demais
Meu amor
Não sei o que fazer
Eu não consigo ver você sentindo dor
Meu amor não sei o que fazer
Qual foi a curva que eu perdi você?
Quero te dizer por mais distante que eu esteja nunca sai daqui
Meu amor não sei o que fazer
Não sei te dizer o você precisa ouvir
Meu amor não sei o que fazer
Eu não consigo ver você partir
Então vai...
Não vai...
Então vai.
Você já foi uma mala
Eu sigo levando tudo,
Na mala cabe um absurdo
Não entendo porquê
Tudo o que preciso para sobreviver
É de mim mas não funciona assim.
Na mala cabe tudo, tudo o que faz viver
Tudo que faz doer,
saudades, lembranças e andanças
Na mala cabe tudo
Curvas, caminhos, distâncias,
Presença, ausência, arrogância
Na mala cabe tudo, não sei como levar
Mas nessa mala ninguém pode tocar
Essa mala sou eu
Tudo, tudo, tudo
Tudo o que me tem
Tudo, tudo, tudo
Tudo, meu bem
Nessa mala cabe tudo, cabe você e cabe eu
Cabe meus pais, minha familia
Cabe tudo, tudo, tudo
Cabe o que foi, cabe o que será
Cabe tudo de mim cabe, cabe de você
Cabe o que foi, cabe o que será
Não posso deixar você levar
Essa mala sou eu.
vejo a vida caindo por la
adianta tentar mudar?
selva de pedras vem devorar
toda leveza que o mundo nos dá
quando sento na varanda
e o vento vem visitar
lembro que o mal repele
a paciência que eu devia andar
mas tudo calmo então fica claro
a mansidão dentro do olhar
fugir pra alcançar
parar para continuar
veja dentro de si
o paradoxo transversal
a juventude transviada
no eterno singular
o mundo só precisa se respeitar
não censure a vida alheia
ferir seu semelhante
não vai adiantar
2x
no mundo há tanta fome
para se matar
então por que julgar o homem
sendo tu também errante
qual é o teu lugar
dentro do singular?
fugir pra alcançar
parar para continuar
veja dentro de si
o paradoxo transversal
a juventude transviada
no eterno singular
o mundo precisa se respeitar
não censure a vida alheia
ferir seu semelhante
não vai adiantar
2x
no mundo há tanta fome
para se matar
então por que julgar o homem
sendo tu também errante
qual é o teu lugar
dentro do singular?
Am Dm G ( C G/B )
Am Dm G
Am Dm
Olhar oceânico
Menina dos olhos d’água
Prefiro sonhar acordada,
Enquanto revejo teu jeito
Desenho em mente o brilho
De ver esse teu sorriso
Sorrindo por coisa e tal,
Menina dos olhos d’água
Quando contemplas a beleza nata
Do mundo que nos permeia,
Me levas a um precipício
Que fica à beira desse teu riso,
Nas curvas que o rodeia.
Menina dos olhos d’água
No mar dos seus dois sois
Flutuo enquanto vivência,
Padeço pois, quando te vejo
Me afogo sonhando acordada,
Teus olhos, oceanos perpassam.
Oceania
Tanta coisa solta, por assim dizer
Que dentro de versos curtos não vai caber,
Rasga em meu íntimo sensação de labirinto
É perder-se para se viver, e ao final se/te ter.
Coisa quase religiosa, profundo para um só viver
Poderia eu sacudir o mundo para então te dizer
Que é dentro dos momentos lúbricos que meu eu
Assusta-se ao entender: a palavra que sai da boca
Escorrega no raciocínio, louca, parente do THC,
Chega até as entrelinhas do entendimento mútuo,
Causa uma inimaginável sensação de inescrúpulo
Ao correr pelas vias de tão profundo mor prazer,
Estraçalha por inteiro o que há de mais verdadeiro
Imerso nas cousas intocáveis que há em um ser.
Looping finito
Parecia maldição, o que mais tinha nas curvas dessa estrada e nas entrelinhas? Tudo eu já previa, já sabia. Que saco! Não consigo parar de sentir. É redundante e faz todo sentido. Escolhas me trouxeram aqui. A brisa fresca do mesmo parque no mesmo horário, o café com o mesmo gosto amargo, o peso no emocional por ter feito tanto estrago. Não sinto mais como sentia, e tudo que cai sobre o peito é profundo, mas se mergulho, logo percebo, é bem raso; (quebrou a cara) subo engasgada, foi tudo muito limitado. Dentro desses dias, parece que tudo é alegria ao mesmo tempo que, não existe definição. A chama que arde no corpo inteiro diz quão contraditório seria definir o que não se sente. E não sentir é tão triste. Pareço estar perdida, devaneios da minha vida! Há sempre a mesma menina, as curvas, do riso. Há algo de muito verdadeiro nessa imensa mentira. Desci no beco, colho uma rosa! Subi contente para te entregar, sorriso aberto, você cheira profundamente a dama da noite. Por derradeiro nada de fato aconteceu, estou somente numa lembrança, a página que acabei de abrir no livro, e ali, com a rosa morta por entre as páginas urgiu uma fragrância: o cheiro do dia ecoou, nada mais fazia sentido. Meu corpo, agora trêmulo, não sente mais nada, parece desesperador, mas ao mesmo tempo, é calmo. Não sei o que sinto, porque não sinto nada! E se a morte fosse isso? O looping num pensamento finito. O último do último respirar, do último espasmo psíquico de consciência. O último dos últimos sendo sempre infinito dentro da sua finitude de pensar. Quantas vezes você morreria?
Eu vou
Eu vou andar por ruas vazias cantando
As melodias dos sentimentos em vão,
Eu vou me refazer todo dia, para canta mais melodias de tudo que é ilusão.
Eu vou flutuar na alegria de te ver todo dia numa nova invenção,
Eu vou acreditar no amanhã e vou fazer minha prece para ter fé nessa história
Que escorre pela minha mão.
Tem algo de dentro que grita, espernia, faz birra. Chama atenção para a parte atingida, tudo contorce, tudo contrai.
A parte que atrai, do lado de trás, é a panorâmica de uma vida vivida, da mágoa já difundida.
Espreita! É o estado de alerta mais infantil que se pode ter. E é o que se tem.
A dor é uma criança mimada.
É que a minha ideia do agora está enraizada na eternidade, o que direi a frente, eu, das curvas repentinas que invadem a estrada?
Há traços, há olhares, motivos pelos quais a decisão tomanda anteriormente, se esvai. E de tudo que está pré moldado, o mais audacioso é a existência superior da maleabilidade, serei eu tudo aquilo que não sou, dentro de uma ideia enraizada na eternidade.
Para viver um amor sem sentir dor
é preciso no mínimo sete cabeças,
A primeira sustenta a vida inteira
A segunda o ego e a vaidade.
A terceira tu pede ajuda ao padre
Que divino pecado carnal!
É na quarta que tu te satisfaz,
Com a chegada do bem sentimental,
Mas na quinta a segunda te destrói
E na sexta a saudade te atormenta
É na sétima que tudo se apaga no estrago aos anos da beleza. Some todo o convívio e a destreza, sai da linha da vida o que se fez. E no vago que sobra ta guardado o eterno e tão grande da vez.
Para viver um amor sem sentir dor, e viver uma vida em plenitude, é preciso amar a solitude das lembranças que na mente ficou. E para viver um amor sem sentir dor, nem as sete cabeças escapou.
A cor
Que se expressa
E se dispersa
Que se difunde
E se confunde
E o vento funde
Como em prece
A essa pressa.
Que cor é essa?
Que se mistura
E se aluda
Que se interpreta
E se entrega
Que se encontra
E se espreita
Como num vértice.
E qual a prece?
Não se apressa!
Você é uma saudade
Coisa que não se vê,
Coisa que não se sente,
Você é só uma saudade
Que no coração invade.
Coisa que não se finge,
Coisa que não se vive,
Você é como uma saudade
Nesse coração laringe.
Pulsa feito quem grita,
No peito a lembranca garrida,
Descarada, latente, amiga.
Não posso intervir. Você?
Há tempos fez-se de um sumir.
Saudade é a única saída.
Em instantes de embriaguez
Me entrego, olhando em teus olhos sinceros,
Percorro todo o pluriverso de uma só vez.
Egoísmo seria querer-te só pra mim,
que louco esse esforço de viver e não ter fim,
preciso te dizer, toda vez que olho
nesses amáveis olhos, sou egoísta sim.
O foco da infelicidade humana, é a utopia de mudar tudo aquilo que está fora do seu alcance. Ouço tiros, de onde vem?
Parece que de alguém, para alguém. Quem? Os pedaços das nossas histórias são baleados. Como quem forja a própria morte, eu que atiro, em quem? De alguém para alguém? Quem fez do convívio uma hemorragia interna, deveria ser um completo ninguém. Mas quem, que de alguém para alguém, saiu ileso?
Ouço ruídos, parece que os ratos conversam!
A linha do tempo
Na linha do tempo a vivência é infinita.
Minha linha do tempo, tem todas as minhas vidas.
Escolho por onde irei, mas nunca aonde hei de estar, a vida do sub-sono vivo acordada, é como mais uma linha das nossas tantas estradas.
Refletindo e caminhando em ruas que parecem desertos, penso que todo o resto nunca há de existir. No mundo desejável do sonho, eu reencontrei a ti.
Que parte de mim não te larga? Meus olhos fechados na estrada, vivem muito mais? Que parte de mim não te traga? Qual parte da vida te traz?
Cegueira
Hoje eu não pude olhar para o sol
Brilhava demais, eu lembro.
Hoje, eu só quis ficar em casa
Da janela sentia, o vento passava.
Meu olhos não ardiam mais,
Fechados, inquietos, dispersos, abertos.
Hoje eu não sei mais para onde olhar
Se não para dentro.
Hoje o sol brilhava demais
O vento passava trazendo a paz
Risadas sortidas, buzinas malditas.
Hoje eu não sei mais para onde olhar
Se não para dentro.
Não dá para confiar em tudo que se sente
Não se se sente com o corpo nem se sente com a mente.
Então com o que é que se sente?
Se sente com a falta,
Se sente com a fala,
Se sente com a alma,
Ou se sente com a calma?
Não dá para saber o que se passa.
Sentir tudo e sentir muito,
Não haveria muito sentido,
Sentir como se fosse bandido.
Correr e escorregar no medo,
Um medo deserto, num mundo perverso
Sem cheiro, sem gosto e sem cor, um medo sutil, da palavra amor.
Ah se tu soubesse!
Da festa que meu interior faz
Ao viver cada chegada.
Das rimas que estão no peito
Em poesia quando te vejo,
Do afago ao ver teu jeito
No acalento desse teu riso,
Do amanhecer que é teu brilho,
E da brandura que é teu toque,
Se tu soubesse um pouco
Da paz que tua presença traz,
Tu chegarias mil vezes mais,
Como quem chega devagarzinho,
Sem pressa para ir embora,
Esquecerias até, da existência das horas.
Das coisas que não te disse:
Como te amo? Não sei.
Não sei bem verbalizar.
A verdade é que viver
É muito mais bonito.
Jamais direi o contrário
Do amor que há em meu peito,
Te vejo e logo confirmo,
Olhar em teus olhos
É como respirar sorrisos,
Revivo tua presença, teu toque, teu afago
Respiro tua existência, mesmo quando tudo traduz-se nesse vago,
Ainda assim, jamais direi o contrário do amor que há em meu peito,
Sendo tudo poesia, a ausência amarga e fria, me leva a perceber, tem algo de angelical, para além do material, no amor que sinto por você.
Lacrimejos
Tenho um olho que chora,
Sensível demais no lacrimejar
Desde pequena, minha mãe disse
Que esse olho se põe a chorar.
Tenho um oceano dentro dele
Barulho, uma onda, o sopro do mar
Tem mais do que eu poderia descrever
Tem mais do que eu poderia declamar
Tem devaneio e tem lapso
Tem um brilho apaixonado
Tem esperança ao pôr-se o sol
Trago lembranças e outras,
Quem mais poderia entender
O olho que chora mais do que vê.