Hiast Liz
Devo me livrar de você.
Definitivamente, porque você não está aqui? A esperança alimentada é somente tortura prolongada ao coração. Estou desatando esse nó, procuro meu eu apenas; não em bares, bebidas e cigarros, mas dentro de todas as cadeias de não possibilidades que me levem a ti. Custear o sentimento com a vida, foi disso que me fiz até agora e quando não existe mais forças em um homem carregado de amarguras, ele parte. Nessa história, triste fim. Não houve realmente história aqui. Utopias não alimentam nem saciam nada! Devora-me vida, a dentro o vazio, a fora... restou-me somente o blues.
19.11.16
1h59
Pode não parecer mas fico feliz em ser capaz de respeitar seu espaço. Não existiu uma só noite da qual dormimos juntas que não desejei-te por inteiro... Me limitei e pus a pensar que seria naquele instante pensamento passageiro. Mas não houve um só dia que pude te ver ou te abraçar que não senti falta de me despojar nas suas costeletas; eu me limitei e me contentei com todas as despedidas não feitas. Mas novamente me pego pensando porque te escrevo ainda... Tenho uma pausa, respiro e consigo entender o porque. Parei pra reler e rever postagens antigas, escritas, tento até hoje, seriamente entender o contexto dessa história. Mas não vou falar pelo ontem(que já passou), nem pelo amanhã(ele virá de qualquer modo), posso apenas te confessar sobre hoje? Eu morro de saudade de ti. Eu sei que isso não é novidade, continuarei enquanto necessário respeitando seu espaço. Mas hoje? eu precisaria dormir sentindo o cheiro do seu cabelo, precisaria me encaixar nas tuas pernas enquanto organizo seus fios para te fazer cafuné, eu precisaria do seu ouvido enquanto deslizo com a boca vindo das costeletas, de seu corpo para passear com as mãos livremente, precisaria de sua respiração correspondente... Hoje, precisaria me afogar em sua respiração, tragar-te em meus pulmões, afobar meu corpo em teus lábios e te beijar profundamente e novamente os nossos beijos pausados. Mas hoje, eu sou somente o hoje... E eu não precisaria, porque hoje, eu te preciso.
Sangrando segrego o elo nos versos
há em cada ‘a’ uma busca infinita.
em cada finda, uma ferida.
honram-se os bêbados, palhaços e trapezistas
mas não honra-me a solidão tal qual que sempre
foi minha companheira e grita:
este amor além de bêbado é palhaço equilibrista.
nem ouse compara-lo ao valor do agasalho,
num inverno petrificado eu corpo congelaria.
nem se satisfaça como em aguas,
nos verões amargurados eu corpo derreteria.
e somente quando em eclipse eu corpo existiria.
ao amanhecer do dia eu corpo morreria.
e a este excretado
findado foi; vinte e três e vinte e três da noite.
Alma desnuda,
o Sol se faz cinza
a luz encharca a pineal
serenou, engulo o gelo
derretido sou, nesse amargo tênue.
fizera-se na minha hipófise
armazenando o gasoso.
calcificada, falecida alma.
me injeta adrenalina
mais oxitocina
sugiro não ter metástase
nem vermes, nem males
nem derivados amargos
estando livre o espaço
límpido e purificado
em todo meu hipotálamo.
Carta ao falecido
Nesse corredor jaz uma história; sobre ela contos tristes, mais morta do que viva. Mais a dor, que a alegria, tal que foi assassinada antes mesmo de nascer, que por ti foi abortada antes mesmo de parir.
Tal que foi menosprezada em fraqueza misquinha e calculada, tal que despiu teu egoísmo, em face cuspida de avareza.
História que me fez afundar no mar enquanto eu queria nadar, história que apagou meu Sol, assassinou meu sono. História que me desconstruiu e me destruiu.
Diante dessa tempestade que invade…
Espero que o amargo acabe
Que o sono volte a ser prioridade
Espero que a escuridão cesse e que eu enxergue novamente o brilho do Sol.
Espero que as lágrimas sequem no soprar do vento e que meu baleado sentimento seja transcrito e usado da forma mais bonita.
Que os anos passem, que o amanhã seja mais meu.
Espero que essa dor que defunta fez-se eu, defunta faça tu, cemitério ambulante de vida! Espero o mar debruçar no ritmo da correnteza, espero voltar a observar o silêncio, conversar com o vento enquanto em minha pele soprar.
Espero encontrar-me novamente em corredores sinceros, espero gente que saiba do princípio ao fim regar o elo.
Espero gente de verdade, que saiba o valor da palavra e também do silêncio, quando invade.
Espero o brilho no olho e mais ainda o olhar sincero.
Espero gente que ame e se entregue sem prender sentimentos alheios, gente que segue sendo sincero.
Espero corredores verdadeiros, não mais os disfarçados.
Espero reciprocidade e gente que não faça como o Ainda é cedo do Renato.
Espero vida que valha a existência, vida que vive sem o medo de se entregar, vida que respira vida, não apenas este ar.
Me Guie
Caminhar pelo chão do prazer,
Sentir o corpo ferver à mercê de ti,
Meu respirar suga toda a essência astuta
Nos detalhes expressos e nas curvas
O desejo singelo e ousado me usa,
Tamanho querer tende a tecer astúcia.
Noite não põe trégua, noite me abusa!
Por entre as curvas; noite me lambuza.
Noite sacia este sujeito que de ti se veste
Noite, despida estão as minhas preces
Das horas que apressadas passam
Da excelentíssima, noite, sou capacho
Na ardência sublime deste teu ser
Quem dera eu em teu líquido amanhecer.
27.12.2016 ~ 23:45
A cor do homem que;
se mistura com a cor do dia
e se mistura com a cor da noite,
que se dissolve junto da aurora
e se desmancha ao entardecer,
e se derrama com o passar das horas
e se desfaz quando o vento bater.
Condolência ao meu sentir
Dentre tudo o que há neste ser
estupefato de pensamentos
agoniza a inevitável ausência
Quem de mim sobreviveu
Qual do meu eu, ainda é meu
Esqueceu-me a essência, desalenta
Em vida que nem de longe se vê
Soou como eco num passado disperso
a denegrida imagem de um ''não ser''
Engajado e afogado sob um estranho rastro
que outrora fora deixado num agasalho
Onde eu dia, freneticamente passo
Onde eu hora, injustamente me acabo
Onde eu minuto, desabo.
Me desfaço em segundos
Me disfarço, onde eu dia,
obrigatoriamente renasço.
Quando eu te ver novamente
Quando eu te ver novamente,
posso ficar segurando sua face
e olhar nos seus olhos por alguns minutos?
posso te abraçar um abraço demorado
até os corpos ficarem suados?
quando nossos corpos se reconhecerem
posso pousar sua cabeça em meu ombro
e sentir as peculiaridades do teu cheiro?
posso fingir que o tempo nunca passou
e que a vida pousou onde tu
fizestes de mim travesseiro?…
23.02.2017
Odutacsal
O peito enche, o respirar é fundo,
Tem por hora mais de tu no meu mundo
Que vivências de outrora poderiam captar,
Enquanto não há presença, assola um desejar.
Vaga ausência veio visitar, dia após dia
Dentro dessa casa, tua lembrança faz lar,
Num episódio simplório tropeço e peço
A todos os deuses para me livrar.
Inútil depois de saber que há marcas
Que nem o tempo consegue apagar,
Deixa sob tapetes, disfarçando sob o olhar.
Garganta rasga enquanto a tarde cai
O tempo passa, algo ali me distrai
Sopro eólico na pele, reencontro minha paz.
Maltratado
Veja bem meu bem
Você não tem culpa dos outros corações
Desamorizados e alados que por mim passaram
Os que me ganhando de antemão
Quebraram lentamente a ternura primeira desse meu coração
Foram malvados ainda que fartos de desilusão
Veja bem meu bem
Você não merece minha ingratidão
Essas feridas imaturas me deixam madura e duram
Maltratando minha ocasião
Espaços interditados que foram direcionados ao pivô da sensação
Veja bem meu bem
Você não tem culpa dessa confusão
Cobertas ao chão
Desde a sua descoberta
A cruz não saiu da terra
Onde já vem abençoando
Onde todos seguem trabalhando
Rica e diversificada a história
Tem que ser contada
Quem conhece a raiz
Por ti fica mais apaixonado
Cobertas jogadas ao chão
Amor, trabalho e dedicação
São valores que a Rua Grande
Não abre de mão
Nem as gameleiras de lá
Sairão, são pilares da natureza
Que os descendentes herdarão
Eu moro na terra da sulanca
Eu ando nas ruas santas
"Dum" povo feroz e valente
De gente que acolhe gente.
Esgueirar-se
A cabeça meio na lua sonhando alto sem fazer piadas,
olhar distante do aqui com o coração cheio do agora,
refazendo um novo eu, não esquecendo todos os velhos,
quem se faz presente é como um presente,
quem se faz da falta é o silêncio da saudade.
Um mar de lembranças e vida, um mar de perspectivas.
Frente ao futuro que no hoje se adoça, cheio do aqui e do agora.
No inexistente laço com o amanhã
Chegar sempre em novos lugares, estágios e reparos. O que há com a ideia de não entender o que se é fase?
''Aborrecentes'' aborrecendo, vivendo o emponderamento do momento, lá vem novas fases, novos lugares, novos amores.
Novos e mais novos. Estágios da vida, estar á vida aos 15, 16, 17 anos... Não, aos 15; e bem derrepente aos 25 e isso continuamente
logo passa, entretanto breve mesmo passará a lentidão despercebida e embutida nos segundos rústicos do dia a dia.
Nos estágios de vivência em instantes e puro êxtase, nunca se é o fim do mundo e essa é uma realidade não dita,
nunca percebida e que maltrata quem mal degusta o poder do agora. Feitos de boemia, o tudo continua acontecendo o ser continua mentalmente crescendo, tu que se foi, tu que se chega, tu que se vai e tu que não volta mais, todos sois eu, catando uma lembrança aqui, colhendo um pensamento ali, sois todos eles. Que dirá do amanhã, agora? Que fará do agora, no amanhã?
Peso pensamental? realidade vivida? exercício de um sonho ou quem sabe
padecer em lembranças desvairadas de uma vida não dita, nunca percebida e que tarde maltrata quem pouco degusta o inexistente laço com o amanhã.
Das luzes
Foco no que claro fica
Na imensidão amiga,
Raios solares
Que brilham
Trepidantes ditam:
Olhem as luzes que de dentro para fora gritam.
Contemporâneo envaidecido sou.
É que tem tanta coisa que eu engulo
que até mesmo as sinapses choram,
pedindo que tudo apenas passe
e essa vida seja minha amiga.
De toda estrada, a história torta sigo.
há sempre curvas do envaidecer
que seja ego ou a ‘responsa’ de
buscar caminhos mornos e ser.
Sem dias de aconchego tudo que se sente
é muito quente ou muito frio.
percorro o caminho em extremidades desumanas.
Qual a canção que arrebentou minha alma?
Aonde sossega essa mente, amiga?
e o potente latejar do peito.
quem escondeu toda a ternura diga,
em que curva findou o verso.
O dialeto da esquina é curto
é o –obrigado- é o - volte sempre-
em dias rotineiros sofro
o empedramento da essência tênue.
A realidade é muito mais crua
não cura muito buscar-se ser,
por meio dessa ‘modernia’ louca
contemporâneo envaidecido sou.
Pela janela do quarto,
Sossego intacto do gato
Me rouba a cena e os fatos
Que no desassossego inventado,
Não há de ser encontrado
A essência inata dos atos.
Seca e cortante, é como as foices do sentir me sondam,
Não há mal no amar, não há mal no viver.
É preciso ter força para se sobressair
mas é preciso sanidade para não se perder.
Quem disse que aquelas pernas irão me enganar mais uma vez?
Meditando o sossego da existência
é a única utopia que ando alimentando.
Ora, vês! quem diria, logo esse mar de sensibilidade que fui.
Ora, vês! eu diria, sou por mim o sentimento mais inconstante, amanhã direi que de nada disso sabia.
Pensamento cão
Tudo nunca foi o acaso.
Tudo está explicado.
Todo preenchimento vago.
Todo oposto ou fato.
Tudo está conectado.
Tudo, num instante calado.
Dentro desse estado
chamado solidão,
ataca ao homem seu próprio cão
criado e treinado para dissertação,
do meio, do medo, do ato, inato.
Calma,
sossega a alma,
tudo, tudo, tudo
se passa em vão
se não for o homem
e seu próprio cão.
Mói morcego
Todo mundo mói
O amor, a ausência,
A saudade, a presença,
Mói o que foi,
Mói o que será,
Mói o que seria.
Todo mundo mói, todo moer dói,
Todo muído é um mundo vivido,
Tem até moer pros perdidos
que àquilo deixou de viver.
Todo moer é morcego
ataca ao quarto ou ao peito,
que seja nas longas noites
que seja nos belos dias,
o morcego só não pousa
naquelas almas vazias.
O exercício de moer é o viver e aprender,
Moer é preciso para espantar o inimigo
Dentre todos ele é o mais perigoso,
tal qual que dorme e acorda contigo.
Moer é deitar a culpa na cama,
É suspirar a saudade em lembrança
É repensar o ato concebido
E também o discurso não dito,
É entender que triste de quem não mói
nesse mundo tão feroz, será ele maldito.
Moer é ir ao fundo do poço,
É segurar as rédeas e não surtar,
É dedicar-se ao que não dá para explicar,
É o exercício de sanar, e o ‘agora’ explorar.
Um mar de epiléticos
Você bem que podia morar do outro lado
Da calçada, da rua ou do bairro,
Para que sempre que eu quisesse te ver
Pudesse piscar os olhos e olho no olho estaria eu diante do teu ser.
Poderia até dançar esse jazz, quem sabe da noite fazer cartaz para avisar a saudade que ela não mais vai vencer... Mesmo diante disso eu confesso que a vontade é mar de epiléticos nadando com força nesse viver, sentir tua saudade, até que é boa, por isso te faço essa garoa de palavras que samba entre eu e você.
Saudade "sem-horas".
Esse suspiro, aperta, maltrata,
Me faz de uma enorme piada.
Meus nervos todos, defasa.
No meu mundo, tortura ingrata.
Trazendo o despeito do dia
Deixando tristeza e alegria,
A mente que não sente, sofria,
Potencialmente ela sorria e ia.
Viver o sentir é gesto corajoso
Ninguém diz que a piada é feia,
Saudade é bicho tenebroso,
Mas nesse universo duvidoso
Qualquer alma que ama anseia,
Desse bicho que também é afetuoso.
Todos os meus pensamentos parecem estar enraizados naqueles instantes, é como um melodia triste que não tem fim. Então me pergunto para onde tudo isso irá me levar? A dor no peito, o riso na lembrança, as noites de insônia e os dias sem explicação, depois do fim é como ligar um piloto automático, até que o corpo crie fôlego e saia das profundezas dos sentimentos -ainda não cheguei nessa parte- e só assim, fora do mar, volta-se a respirar. Me pega pelos braços as lembranças nos momentos mais inimagináveis do meu dia-a-dia. Nada tem um fim real porque já foi, já foi e não se toca, não se muda, enquanto todos os sentidos do corpo falam, o coração emudece; não tem mais autonomia, não há mais possibilidades, como todo fim. Não sei aonde estarei ao buscar meu eu, a luta diária me faz perceber que eu não sei exatamente o porque de estar aqui, mas com peito apertado consigo sentir que não haveria lugar melhor para estar além da infeliz oportunidade de viver no mundo psicológico, o material é pura diversão, tudo está a sua volta, eu sou completa. Entretanto a escolha pelo mundo psicológico, a cruel escolha pelo sentir, te joga diante dos seus demônios e te deixa sem argumentos. O que pode ser feito? eu quem designei cada um desses demônios psicológicos, agora é hora de começar rege-los.
Fala
Numa janela cheia de janelas
Há quem toma um café olhando para elas,
Há quem não resista, então entra e sai por cada uma delas,
Há quem entra e fica na que julgou ser a mais bela.
(...)
Janelas, janelas, janelas
Há as que se se abrem,
Há as que se fecham,
Há as que emperram,
Há as que se quebram.
A vida é ela,
Uma janela cheia de janelas.
Qualquer que seja a escolha,
A vida é ela,
Tu é quem faz dela.
Janelas, janelas, janelas
Por ela vejo o sol nascer
Por ela vejo o sol se pôr
Janelas... Janelas... Janelas
Por ela passou meu amor
Por ela vejo a minha dor.
Assisto a esse espetáculo
E entendo que nada acabou
Preciso abrir a janela
E contemplar de novo a cor
Janelas, janelas, janelas
Lá vem de novo o amor.
A7M
a vida te trouxe
Bm7
e não dá pra entender
C#m7 Em7
foi tão sutil te conhecer
AM7
e andar pelas calçadas
Bm7
de almas dadas
C#m7 Bm7
sem medo de perder
A7M
falando sobre tudo
C#m7
sol ou chuva
Bm7
luz ou escuro
Em7
teu riso em meu caminho
A7M
faz feito o luar
Bm7 C#m7
enquanto houver vida
Bm7 C#m7
quero te carregar
A7M.
pelas calçadas
Bm7
de almas dadas
C#m7
sem medo de perder
Bm7
sem medo de errar
A7M
nós vamos andar
Bm7
pelas calçadas
C#m7
de almas dadas
A7M
falando sobre tudo
Bm7
até sem dizendo nada
C#m7. Bm7
o amor é pra quem tem almas laçadas