Hiago Rodrigues Reis de Queirós
A cada dia sinto minha poesia maior do que eu sou. A cada dia sinto que estou morrendo... e verso por isso.
Vejo essa maginífica beleza nas impressões maiores e menores deste mundo, e vendo, maravilhado, quero morrer, pois dele não me vejo como parte. Sou um ser morto que não se explica por estar vivo
Os animais apenas sobrevivem, porque não pensam no seu existir. Os humanos vivem, porque pensam em como existir. Já os escritores... nós sub-vivemos, porque apenas escrevemos o como e o porque de se existir.
Não faço parte deste mundo, onde o ideal é que é o aceito, e o Ser que não tem um ideal é o que mais se aceita como é, mas que é o mais inaceitável dos seres.
O melhor escritor escreve de tudo e sobre todos. Eu, só, escrevo somente sobre a tristeza da solidão... de todos por tudo.
Ser frasista depois do meu pai: Nelson Rodrigues, é ter de pensar no que vai-se dizer, e depois se já não foi dito.
Dizem que eu sou narcisista, e eu digo que além de mim, venero esta gentalha que se preocupa com o que os outros são ou deixam de ser.
Eu gosto de dizer para não ser compreendido porque me dizer não entendido é melhor do que me dizer um alguém que não tem nada a dizer, mas mesmo assim diz. Essa gente me assusta.
Meus romances são para quando eu vivo, pois assim posso responder às críticas... já meus poemas, estes são para quendo eu morto, pois só falam bem de defuntos, e afinal: os santos do povo existem apenas na porcelana das igrejas, ou no bronze das praças e não andando pelas ruas, girando uma caneta entre os dedos.
Meu coração é uma bexiga de carne podre, que bate, pulsa pela repulsa dos homens frente à sua própria humanidade.
Todos os corações são iguais e diferentes... este é o problema que traz a solução para a nossa vida.