Hermes Fernandes
Um diplomata defende os interesses de quem o credenciou. Se somos embaixadores de Cristo, como afirma a Escritura, devemos defender os interesses do Seu Reino, que se resume numa palavra: JUSTIÇA.
Se creio na doutrina da eleição? Claro que sim! Não poderia crer diferente, haja vista sua fundamentação bíblica desde Gênesis a Apocalipse. Resumo minha crença numa frase: Deus escolheu a alguns para o bem de todos. Assim como escolheu a Abraão para que nele fossem benditas TODAS as famílias da terra.
O que fizeram com a mensagem de Jesus? Perverteram-na. Tornaram-na num discurso ideológico para justificar o sistema.
Quem te fere a face direita, te faz olhar na direção do teu passado. Ao oferecer-lhe a outra face, você a volta na direção do futuro.
A espiritualidade segundo Jesus tem em Deus sua nascente, e na humanidade como um todo o oceano no qual deságua. A religiosidade é mais como um lago, cujas águas não encontram passagem para além dele mesmo e por isso, estão destinadas a evaporar-se.
Quando constrangidos pelo amor, somos motivados a agir (algo que vem de dentro pra fora). Mas quando coagidos, somos pressionados a agir (algo que vem de fora), mesmo que contra a nossa vontade.
Considero o pior tipo de legalismo aquele que se traveste de roupagem contemporânea, descolado, moderno, mas que, no fundo, mantem, ainda que sorrateiramente, os mesmos mecanismos de controle.
Eis o que confere sentido à existência humana: Um ideal pelo qual se disponha a morrer. Um amor para o qual se disponha a viver.
Nos primeiros séculos da fé cristã, fomos caçados como feras. Depois, fomos enjaulados pelo catolicismo. E, finalmente, livres daquela jaula, temos sido adestrados pelo protestantismo e domesticados pelo evangelicalismo moderno.
Transformaram a cristandade em cristolândia, a igreja no castelo de Cinderela e Cristo num Pateta, cuja mensagem inofensiva não deve ser levada a sério.
Não reduzamos a ressurreição de Cristo a um dogma. Antes, enxerguemos nela o ponta-pé inicial da insurreição da vida contra tudo o que sabota a existência.
Só um Deus absolutamente soberano jamais teria seus planos ameaçados pela liberdade concedida aos humanos.
O amor determina a hora certa de se dizer certas verdades: deixemos pra falar de juízo durante a bonança e de misericórdia durante a tempestade.
O maior testemunho que podemos dar do amor de Deus durante uma tragédia é o silêncio regado de lágrimas.
A falta de compaixão denuncia o estado miserável em que se encontra nossa alma. Como podemos anunciar uma salvação da qual carecemos desesperadamente?