Henry Keys
Segurança Em Primeiro Lugar
Não se pode deitar de novo
Com quem te assustou da primeira vez.
Imagina se eu durmo, e aí você me ama?
Não, menino, que perigo.
Coisa feia.
Imagina eu durmo e aí eu te amo de volta.
Não, jamais me colocaria em tamanho risco, jamais.
Meus pais me criaram direito,
Eu tenho medo até do vento.
Imagina um poema ruim, de amor ainda, se rima então...
Credo.
Eu, hein, Deus me livre.
Fazer poema rimado,
Coisa de idiota, sabia?
De depravado.
Então vou esperar um pouco,
Só o suficiente pra eu voltar na minha cadeira de otário.
Até lá eu durmo de olho aberto,
Eu ligo a câmera.
Só me deito contigo numa cama com segurança na porta,
Com alarme, com sino, com sensor.
Imagina eu invento de te mostrar pros meus amigos
E aí eu te tiro desse lugar bonito
Que a minha imaginação te colocou.
Eu, hein, ainda não tô doido, não tô.
Se depender de mim, minha mãe jamais vai saber teu nome.
Segurança em primeiro lugar,
Principalmente de pseudo-amante
Que a gente só sabe fingir que ama.
Não nasci ontem,
Não nasci.
Eu já fui muito atacado por amor, calado, de noite.
É um perigo,
É um caminho sem volta.
Eu me recuso a agir com tamanho estupidez.
Não, não, não.
Não é que eu sou neurótico também, nem nada,
Só que...
Nunca se pode deitar de novo
Com quem te assustou da primeira vez.
Crônica dos Desiludidos
Os desiludidos do amor
Estão desfechando ilusões no peito
Do meu quarto, escondido, ouço a paixões
Os amados torcem-se de gozo
Oh, quanta matéria para os jornais
Desiludidos mas apaixonados
Escrevam cartas de amor
Tomaram todas as emoções
Para o remorso dos amados
Pum pum pum adeus, emocionado
Eu vou, tu ficas, mas nós veremos
Seja no claro céu ou turvo inferno
Os jornalistas estão fazendo a matéria
Dos desiludidos que se mataram
Que grande emoções eles tinham
Poemas, sob o seu diário e cartas de amor cheia de dor
E uma história cheia de intensidade
Agora, vamos para o jornal local
Levar as matérias dos desiludidos
Lidas com emoções e sentimentos
(Histórias de primeira e de segunda classe)