Henry David Thoreau
Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro.
Vale a pena despender dias juvenis e horas preciosas para se aprender algumas palavras de uma língua antiga, que se erguem da trivialidade das ruas para se transformarem em perpétuas sugestões e provocações.
Pois o que são os clássicos senão o registro dos mais nobres pensamentos do homem?
Somos uma raça de acanhados homens-pássaros e em nossos voos intelectuais, elevamo-nos pouco mais alto do que as colunas dos jornais diários.
Os livros são o tesouro precioso do mundo e a digna herança das gerações e nações.
Os homens, em sua maioria, aprenderam a ler para satisfazer a uma mesquinha conveniência, assim como aprenderam a calcular a fim de organizarem sua contabilidade e não serem enganados no comércio, mas sabem pouco ou nada a respeito da leitura como um nobre exercício intelectual.
Nem todos os livros são tão tediosos quanto seus leitores.
Ao invés de nobres, tenhamos nobres aldeias de homens. Se for necessário, deixemos de lado aquela ponte sobre o rio, façamos uma pequena volta e lancemos ao menos um arco sobre o abismo escuro da ignorância que nos cerca.
A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça.
Eu clamo não já por governo nenhum, mas imediatamente por um governo melhor.
Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito.
Mesmo votar em favor do direito não é fazer coisa alguma por ele.
Um povo, tanto quanto um indivíduo, deve fazer justiça, custe o que custar.
O erro mais óbvio e geral, para sustentar-se, exige a virtude mais desinteressada.
Como pode um homem satisfazer-se com apenas ter uma opinião e deleitar-se com ela?