Graciliano Ramos

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A insônia vem quando você menos espera.

⁠Salvo raríssimas exceções, os modernistas brasileiros eram uns cabotinos. Enquanto outros procuravam estudar alguma coisa, ver, sentir, eles importavam [Filippo Tommaso] Marinetti.

⁠Os modernistas brasileiros, confundindo o ambiente literário do país com a Academia, traçaram linhas divisórias rígidas (mas arbitrárias) entre o bom e o mau. E querendo destruir tudo que ficara para trás, condenaram, por ignorância ou safadeza, muita coisa que merecia ser salva.

⁠Camarada Luís da Silva, antes da revolução você elogiava os políticos safados do interior, os prefeitos ladrões. Onde está o dinheiro que essa gente lhe deu?

(em Angústia, 1936)

⁠Na véspera o diretor me tinha dito:
— Necessitamos um governo forte, seu Luís, um governo que estique a corda. Esse povo anda de rédea solta. Um governo duro.
E eu havia concordado, naturalmente:
— É o que eu digo, doutor. Um governo duro. E que reconheça os valores.
Considerava-me um valor, valor miúdo, uma espécie de níquel social, mas enfimvalor.

(em Angústia, 1936)

Inserida por LFMB

⁠A primeira coisa que nos diz uma obra de arte é que o mundo da liberdade é possível, e isso nos dá força para lutar contra o mundo da opressão.

Não há nada mais precário que a justiça.

Graciliano Ramos
Memórias do cárcere. São Paulo: Círculo do livro, 1987.

⁠Quem é do chão não se trepa.

Graciliano Ramos
Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2013.

⁠A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.