Graça Leal
Ser uma pessoa melhor pode até ser o desejo de muitos, mas poucas pessoas, verdadeira e efetivamente, fazem por onde sê-lo. Daí a razão de tantos passarem a vida sendo o que sempre foram, e tendo o que sempre tiveram.
O omisso ao nascer se acomoda tão confortavelmente na mudez que chega a lhe ser cansativo e aborreecedor o exercitar da sua voz no decorrer da vida, porém, este, quando lhe convém, levanta-se e berra achando que o mundo é uma ouvido de plantão pronto para considerar seus ruídos um argumento de relevância universal.
Só os lunáticos são capazes de ter certeza que a vida é a perfeita maravilha. Além deles é possível que alguns terráqueos, em abstinência da razão, tenha o mesmo pensamento.
Muitas vezes o alvo que desejamos atingir nas pessoas com o objetivo de cuidar e ajudar a expandir não é o coração e sim o intelecto, porém este só os espertos alcançam e usufruem, quase nunca as pessoas de bem e de boa intensão.
Escolhas e ações indevidas são como tijolos na construção das nossas próprias dores, assim como acertadas constroem as nossas satisfações interiores. Não é atribuição de Deus livrar-nos dos nossos sofrimentos, como também não cabe a Ele boicotar as nossas alegrias; precisamos viver tudo isso, quanto recursos para a nossa consagração e/ou transformação, quando somos içados para tal. Todas as consequencias, boas ou ruins, giram em torno de nós mesmo e do quanto de responsabilidade e comprometimento estão envolvidos e investidos no processo de aprendizado e aprimoramento da base da nossa existência, bem como da forma como aplicamos o saber adquirido neste processo quando verdadeiramente alcançado. Logo o nosso bem estar ou o nosso mal estar na existência estão diretamente ligados aos nossos méritos, que estão igualmente relacionados às nossas ações presentes, consciente ou inconsciente, ou às nossas ações pretéritas, porém estas, neste tempo, distantes da memória, e todo este processo é uma oportunidade que temos para alcançarmos o inevitável conhecimento tão aguardado pelo universo neste nosso estágio terreno.
Crio as minhas próprias frases não só por inspiração, mas também para exercitar meu pensamento de maneira a terceirizar o mínimo possível a minha existência e as minhas referências. Afinal sou um indivíduo e como tal entendo que não devo limitar-me à coletividade.
Não existe relação perfeita em nenhum ambiente da sociedade, o que existe é sintonia nas propostas das partes para a relação seja ela afetiva, familiar, material, social, profissional e etc que conduz a união a um patamar de aceitação e convivência com o outro de uma forma mais pacífica e leve, especialmente aos olhos externos. Porém para isso, não se iluda, dentro desta relação harmoniosa há muita renúncia, em contrapartida há mais conformismo menos malígno.
Não aceitarmos as mudanças de conceitos, posturas e comportamentos os quais somam de forma positiva na proposta de vida daqueles que convivem conosco é achar que estes tem obrigação eterna de nos fazer companhia na nossa permanente irredutibilidade.
Procuremos controlar o nosso ímpeto de exibir indiscriminada e publicamente tudo aquilo que nos toma de felicidade infindável, mas que, por natureza, não dá nenhuma garantia de que será eterno, pois ao término da falsa certeza de que a felicidade se perpetuará poderá haver um desconforto interior associado à sensação de termos sido um idiota diante da plateia.
Quando fazemos algo que consideramos sermos merecedores de um elogio e o mesmo não vem duas importantes razões podem ter levado as pessoas conhecedoras do fato, e que nos rodeiam, a não fazê-lo: ou o que fizemos no fundo é uma Merda, ou notoriamente uma Maravilha.
Há momentos que as pessoas precisam mesmo é de um choque de realidade e não de colo. Se colo fosse solução, referência de apoio ou estímulo essencial para se levantar cresceríamos imunes a todos tipos e formas de dores, pois quando crianças colo foi o que mais tivemos.
Contrariar e ser contraditório é uma excelente maneira de sermos seletivos, de conhecer quem nos rodeia e de nos certificarmos se o discurso de aceitação do diferente e dos não afins condiz com o comportamento e com as ações dos propagandistas do bem.
A minha fase de ser ombro e colo já passou, tô gostando mais de ser mãos e pernas. Arregaça as mangas e siga. Vamos nessa ou tchau.
As dores existem, mas não precisamos potencializa-las transformando tudo num DRAMA. O amadurecimento e o preparo para a vida começam no bom senso emocional, o que não tem nada a ver com o sentir propriamente dito.
Muitas vezes o ser humano tem dificuldades para reconhecer seus erros da mesma forma que tem dificuldades para reconhecer os acertos dos outros.
Político não tem que fazer promessas, tem que fazer o que está faltando ser feito, porém eles vivem de promessas porque o povo não vive sem ilusão.
Quem viveu a ditadura conhece exatamente a importância da LIBERDADE
Quem só conhece a democracia desconhece significativamente a importância do LIMITE
Ser dependente, seja do que for, ou de quem for, é viver tendo que se submeter à humilhações, manupulações, aceitações e desprezo dentro de um contexto de ausência total ou parcial de dignidade para consigo mesmo, porém somos, como um todo, uma sociedade, de alguma forma, dependente e por esta razão nos incomodamos pouco ou quase nada com esta condição, porque não nos sentimos diferentes ou rejeitados como deveríamos sendo tratados como medíocres, consequentemente, somos pouco estimulados à encontrar o caminho da liberdade definitiva, e a acomodação no conceito do menor esforço é bem providencial.
A medida que ficamos mais velhos a nossa visão vai ficando comprometida, em contrapartida a nossa capacidade de observação e de percepção se amplia e passamos a enxergar o que os olhos, no seu potencial máximo de atividade, não são capazes de ver.