Gladston Mamede
"Toda a vida aponta para a morte. Toda a existência dirige-se para o fim. É preciso saber que termina. Tudo vai passar. Tudo vai acabar. É preciso merecer a vida, realidade improvável e fascinante, mas breve, por mais longa que seja."
(Inferno Verde. Editora Longarina. 2019)
"Pobre daquele que se mede pelas aparências dos outros. Será sempre um fracassado, um menor, um carente. E há quem adoeça com isso. Sim, uma insanidade."
(BAH! - crônicas ligeiras (ou não) de tempos e temas diversos. Editora Longarina, 2019)
"Isso faz diferença em tudo na vida: fazer as coisas com a intenção correta, com carinho, ou seja, prestando-lhe o cuidado necessário, colocando a energia certa. "
(Gladston Mamede, "Eu matei JK", Editora Longarina)
"Uma coisa é a vida olhada de trás, o futuro à frente com aquele jeito horrível de incerteza. Coisa bem diferente é a vida olhada da frente, o passado aberto e conhecido, fazendo a gente avaliar o que fez e no que deu."
(Gladston Mamede, "Eu matei JK",
Editora Longarina)
"A vida tem dessas coisas. É um jogo que a gente joga sem perceber que está jogando. As coisas vão acontecendo encadeadas, caminhando numa determinada direção, aqui, ali, acolá e adiante. A gente não percebe. Mas os encontros estão definidos e os cenários vão se desenhando dum jeito que até parece que alguém está planejando tudo. Apesar de agir, é como se a gente não estive fazendo, como se as coisas estivessem sendo feitas por meio da gente, mas apesar da gente. "
(Gladston Mamede. "Eu matei JK". Editora Longarina)
"Acho que todo homem tem dúvidas. Somos uma dúvida ambulante e, por isso, somos diferentes dos demais seres vivos. Ser racional é ser que duvida."
("Eu Matei JK". Editora Pandectas)
"Remoer o que já se passou é adubar o terreno do 'se', sufocando-se numa floresta de possibilidades; não mais que possibilidades."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Para mim, 'se' só vale para o futuro: balizas para decidir. 'Se pretérito' é ilusão, devaneio. Coisa de gente que não tem o que fazer."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Não importa se é peão ou cavalo, se é ás de paus ou rainha de espadas, a gente é apenas peça de tabuleiro ou carta de baralho."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Não é só por beleza que a gente se encanta com alguém. A querença tem motivos os mais variados e não só a beleza."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Era como coceira de bicho-de-pé ou machucado leve que a gente cutuca só para ver se está doendo. E descobre, satisfeito, que ainda dói."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Pena que os túmulos mintam ou, no mínimo, omitam. Se contassem a verdade, permitiriam que os mortos fossem professores dos vivos: 'Aqui jaz uma besta que pagou com a vida para aprender a não ser otário'."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"A modéstia é a virtude dos homens médios; nós, homens superiores, não precisamos de modéstia."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Há poucas coisas que limitam mais o voo das pessoas que a distância a que chega seu olhar."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Há lesões que são assim, só fazem sofrer muito tempo depois, quando o corpo enfraquece e já não há força para dizer que não dói."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Há um divórcio entre a ideia e a realidade que já dura alguns milênios. E o número de variantes do pensamento é sempre menor - inferiormente menor - que o de variantes da vida."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Cada um de nós, mesmo você que clama a inocência de estar apenas lendo este livro, é um assassino. Pode não ter matado ainda. Pode não vir a matar jamais. Mas é um assassino."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Talvez não seja a razão, mas a crueldade, o elemento que distinga o ser humano dos outros animais."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Quem disse que a lógica é obstáculo para o que pensa o povo? Pode ser a coisa mais estúpida da face da terra. Mas se todos acreditam, é verdade."
("Eu matei JK". Editora Pandectas)
"A vida é o que vivemos. Pronto. Não é o que poderíamos ter vivido."
(Gladston Mamede. "Eu matei JK". Editora Pandectas)
"Não foi assim, foi assado. O presente se apropria do passado e faz dele o que bem quer. Mas não é vida, é pensamento. A vida, então, não liga: não dá bola, nem pala. Segue sendo o que é, apesar do que dizem."
(Gladston Mamede. Inferno Verde. Editora Longarina. 2019)
"Poucas coisas são tão destrutivas quanto a renovação da promessa frustrada."
(Gladston Mamede. Pique-esconde: tanto vivo ou morto faz. Editora Longarina)
"O medo é arrogante: ele nos submete aos gritos, exigindo obediência cega que não se explica ou justifica, mas é selvagem e preconceituosa: as coisas são o que o medo diz serem, apesar de não haver qualquer elemento concreto ou lógico para tanto."
(Gladston Mamede. Pique-esconde: tanto vivo ou morto faz. Editora Longarina)