Giusepe Bertoli

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⁠Eu começo hoje sem ao certo saber onde decorrer minhas lamúrias, preciso de apenas 1 minuto sem pensar em nada que me faça não dormir, me sinto estranho e impotente, e para min sempre é problemático o fato de eu não conseguir controlar o mundo.
O mais estranho, porem, é o fato de eu ter o entendimento de que as pessoas são responsáveis pelas próprias decisões, mesmo tendo essa noção ainda tem a sensação de que poderia ajudar em algo, mas minha pouca empatia ou sei lá o que eu tenho de errado me impede disso, acho que meu medo de ser inconveniente.
Penso eu que ser um eco na mente de alguém, é o mesmo que colocar uma maldição nesse alguém, enfim, é algo que eu não quero que aconteça.

⁠Dentro desse meu coração sombrio, levo-lhe com desvelo, o amor mais puro e singelo.

⁠Lascívia e luxúria me tomam do Divino
A impureza impregnada em minha alma
Resigna toda minha santidade
E reflete sobre meus amores ímpios

⁠A paz e o manto negro da noite
A calma luz pálida da lua
Um gosto adocicado me vem a boca
Será esse o sabor do teu beijo?

⁠Não julgo mais o amor da carne, ora essa porque isso haveria de ser vil? Se hipocritamente o amor idealizado se deturpa na nossa própria percepção e visão do nosso querer, que diferença há em profanar a carne, se nossas mentes mesmo profana o ser que idealizamos amar.

⁠Amor é angustia, é sentar num chão gelado e molhado, cansado de tanto chorar
Amor é lamuria, é vilipendiar criaturas, cheias de palavras, mas incapazes de pensar
Amor é tortura, é agulha na unha, faca na carne, é imolar e se automutilar
Amor é desventura, é labirinto farpado, é a sangria que eu me propus a estancar

⁠Pernicioso, tal qual fluido etílico, o sumo de sua boca tornara-se meu vício.
Deliciosa seiva adamada, seu beijo verdadeiramente remetia-se ao vinho tinto.
Para meu ássiduo instinto de um alcoólatra, um gole mais do licor daquela moça era como o toque mistico do absinto.
Beligerantemente, nossa relação era quase como de presa e caça, outrora a amásia, que em postura acometida de uma louca, tentara me domar à força, outrora este que vos fala, cego de ciúmes e posse, bradava a luz dos postes, gritos ébrios de amor.
Éramos tão distoantes, mas, ao mesmo tempo, tão parecidos. Nossas angústias tinham as mesmas formas nas nossas mentes opostas, nossas tristezas desaguavam no mesmo rio de sentimento distorcido e, ao seguirmos juntos nessa rota, mesmo perturbados, não estamos mais sozinhos.

Inserida por GiusepeBertoli