Gislene Camargos
À "MEIA SOMBRA"
A luz é sombra também...
sombra que se ilumina
apesar do medo
apesar do desconhecido
apesar do medo de ser luz
CHUVA CARINHO
A chuva afaga a casa
que se abre janela porta
coração rebentação suave
murmúrio enchente rio
dilúvio lava delírio
carinho princípio
fio a fio caminho
você inunda presença
afago distância
Cheiro molhado
enche de saudade
nossos corações
balões voadores
tocam canções
distância melancolia
(Re)encontro alegria!
principia via rodovia...
AMBROSIA E POESIA
Na cozinha ambrosia
aroma doce canela cravo
Na janela roseira cheira
cheiro saudade
exala jabuticabeira roseira
Mãe estrela doceira
confere se a filha
chegou de suas andanças
pelos quintais e pela vida
percebe calmaria serena
Pela casa poesia
filha protegida e benzida
o “calvário” findou
lágrimas emocionadas
o Rosário contas benditas
(Re)brilha nos olhos mãe filha
Inventário oráculo cumprido!
Amém!
EM FANTASIA
A fantasia induz sonho...
sonho dormente nas dobras luz
reluz cor brilho estrela
a memória corre solta
em imaginação coração
Tua voz ainda canta
ouvidos silêncio encanto
saudade invade macia suave
suavidade avassaladora
terremoto às avessas
somos vestes um do outro
vestidos de luz à meia luz...
inventamos um ao outro
em voz sussurro silêncio
grito silencioso
se faz e nos (re)faz
FARÓIS E ANZÓIS
Teus olhos são faróis...
Teus olhos são anzóis...
me fisgam para dentro
de você e de mim!
semente verde esperança
verdes profundos suaves
fortes destemidos
adentram meu corpo
Pousam e repousam no meu coração...
nossas almas em sorrisos
abraçadas sabem
que é hora de seguir estrada juntinhas
a estrada é feita sonho utopia
batizada na pia sagrada
Abençoados no céu aqui na terra...
Agora e sempre!
Amém!
OLHOS "EM FLOR"
Dos meus olhos nasce
pé de estrelas!
As estrelas ainda “em flor”
anunciam “doçura”!
flor ternura
Jabuticaba florida
(Re)floresce no meu peito
jardim pomar estrelar
meu olhar sorri adocicado
minha boca sente a tua
o meu pé de estrelas estremece
alcança e beija o arco íris
descanso minha íris
no nosso céu
tuas mãos cheinhas
de jabuticabas e rosas
roçam minha pele
somos anjos
altar cama
corpos enlace
subimos ao céu...
(RES)GUARDADOS...
(Res)guardo e aguardo o “agrado”
que vem do nosso “sem fim”...
Você, meu querubim, assim...
feito de carinho e amor sem fim... afim...
“Afins”, somos... “enfins” sós...
nós nos “tocamos” na timidez e nudez
de uma noite (re)inventada...
alimentada pela energia que vinha do
encontro de cada um dos nossos átomos...
elos feitos de histórias...
histórias bem e mal contadas...
Histórias “quentinhas”
recém saídas do “forno” desenhado
elos nossos corações e almas
no encontro de nossos corpos...
Uma “fornada” de delícias e gostosuras...
somos “crianças gulosas”...
travessas e avessas...
mesmo com medo nos viramos
do avesso em carinho no ninho...
Havia um ninho
bem no meio
do nosso caminho...
o teu corpo
e
o meu corpo
em carinho
nos (des)caminhos
que estamos a esboçar...
Esboço feito “à mãos”...
esboço “de coração”...
nossas almas de mão e coração dad@s...
A PRIMEIRA VEZ...
A imensidão das tuas mãos
coube no meu coração...
na minha alma e no meu corpo...
um corpo feito de alma...
o coração?
Somos canibalistas ...
na lista, o teu coração na minha mão...
a minha mão? No teu corpo...
Um escopo...
quem sabe um corpo?
Outra vez...
EM TRAVESSIA...
Com licença poética, posso subverter
e ser o que inventar...
ter todas as palavras para delirar...
E nesses delírios poéticos,
o céu é o deslimite... um jardim
de lírios e estrelas...
A vida vira metáfora
pelas palavras afora...
anoitece e amanhece
a qualquer delírio...
Os delírios são rios de palavras
ensandecidas
tecidas em rendas de
sentimentos e
atravessamentos...
NASCENTE
O sol nascente vai “desvirginando”
lentamente a manhã com seu
fulgor e cor alaranjada...
Vai adentrando as frestas da cortina
que se entrega à sua luz
timidamente...
Sou “abduzida” pela cor e luz vibrante...
(des)nuda de tudo... me (des)nudo...
E, muda...
me visto do nascer do sol...
Assim, estarei “amanhecendo”...
sempre... um eterno amanhecer...
Ser “nascer”...
uma recém-nascida...
ROSAS E JABUTICABAS EM FLOR ...
Nem contra... nem a favor...
só amor... louvor
voo em cor..
A cor do amor é multicor...
é sem dor...
um condor em voo...
águia buscando “aguia”
no palheiro
do teus sonhos...
Sonhos de jabuticaba em flor...
sonho de rosa desabrochando...
sonhos e palavras sem pele...
em carne e coração “vivo”...
QUENTURA E TERNURA...
Minha poesia é laço a abraçar-te...
é elo a ligar o nosso ar... ar quente...
Refrigério em nosso “rio”...
o ar condicionado é alado...
é mar “mareado”...
Ao lado do outro lado...
só com o ar ligado...
Palmas voltou a ser Palmas...
na “quentura” e na literatura...
Quem atura?
Temperatura nas alturas...
PÔR DO SOL MÁGICO
O pôr do sol me põe em mim...
de novo... me (re)compõe...
a praia da Graciosa é meu lugar mágico...
onde me encontro “em estado de poesia”...
Despida de cansaço e angústia...
me visto de pôr do sol outra vez...
o pôr do sol me sintoniza e «entroniza»
o sagrado outra vez... ali me rendo
ao enredo do sol
em magia e estripulia...
Ali alinha o teu e o meu caminho...
pra onde tenha pôr do sol
é pra lá que vamos...
Vamos tecer e ser...
e esquecer o não
ter...Seremos...
(RE)EDIÇÃO
A vida é o interdito...
o dito... o não dito...
A vida é o (ben)dito...
o (mal)dito...
A vida é o silenciado...
sem cadeado nos sentimentos...
A vida é (sen)tidos...
sempre entretidos à nossa procura...
A vida é com sentido...
é (con)sentida... com ida e volta...
à sua volta os sentidos
brincam e se escondem...
(Re)aparecem... em ditos outros...
em sentidos outros...
A vida é sem “ditados”...
a vida é (re)editada...
Edição em (re)invenção...
ELISA...
Na imensidão dos teus olhos,
navego em todos os mares...
sou “poesia a vela”...
No teu riso, todos os “rios”...
sou toda risos... sem riscos...
Em teus bracinhos, todos os abraços e laços...
em tuas pernas, todos os meus passos...
Na sua doçura, toda a literatura se aninha...
Na tua ingenuidade, não temos idade...
Na tua inocência, toda essência...
magia... poesia...
No teu incessante faz de conta,
todas as contas e elos a desenhar e amar...
No teu coraçãozinho,
somos todos
“coração”... em oração...
Elisa, és céu
no chão das nossas vidas....
Teu pai Gregório ri no teu riso
e vive e revive no teu universo
cheio de versos...
(DES)MANDO
Ando a (des)inventar “moda”...
(re)construindo itinerários...
tecendo ilhas em outros rios...
ando “teclando”
poesia e não reclamando...
A mando da utopia...
em (des)mando...
sigo amando...
CORACAO, MEU CAPITAO...
O meu silêncio tem voz...
tem ouvidos de vidros...
um silêncio e um dilema...
um lema para Iemanjá...
o mar já sabe...
ajoelhada e espelhada em suas águas
gritei todos os meus silêncios...
que viraram barquinhos
e estão a flutuar
nas profundezas
do meu coração “mareado”...
Mar e coração...
Coração no mar...
coração navegante, meu capitão!
AVANTE VAMOS...
Engasgada... palavras sufocadas...
será que um tapinha nas costas resolve?
Palavras embaraçadas nas vidraças...
sem a graça da lua na praia ou na praça...
“Empacadas” na “sem graceza”
(des)metaforizante...
Por favor, um frisante...
pé ante pé... invento um novo
vento lento e dançante...
Poetizante .. .
avante vamos!
SEM ESBOÇO...
Escrevendo a vida...
“nas entrelinhas”...
sem linhas... só estrelinhas...
À mão livre... coração livre...
corpo livre... alma livre...
só nos livros... livre...
Sem margem... marginalizada...
sem esboço...
no calabouço?
Máscara a ferro e fogo?
Que nada... uma máscara
cheia de riso e poesia ...
DE CHOCOLATE...
Somos feitos de vinho...
de chocolate
e de morangos...
Ainda bem...
Meu bem... ressuscitados... atados...
enlaçados... na graciosa... graciosamente...
A vida se refaz...
bem faz...
o bem fazemos...
Somos benfazejos... somos anjos...
anjos em andores outros... sem dores....
Cheinhos de cores e “amores”...
Somos “anjos voadores” nos ares e mares...
anjos terrenos... com asas rasantes...
antes das asas... correntes...
Por entre dentes... reluzentes...
asas aprendentes... Surpreendentes...
QUEBRANTO NAS NUVENS...
“Virei o vento”...
não entendo...
“com quebranto”...
sem pranto... de pronto...
No ponto de por à prova
um novo molde...
uma ode ao meu maravilhoso...
um devir assombroso...
Gratidão ainda sem certidão...
mas com aptidão...
perdão... o sonho acordado... sonho risonho...
pintado de pôr do sol... com ou sem nuvens...
Eu sei que tu vens...
VIDA COM OU SEM FHASH?
A vida é “em flagrante”...
ninguém garante nada...
pé ante pé... na fé...
A vida é “fhash”... repentino...
não espera pela melhor “pose”...
sem posse sobre alguém ou algo...
A vida é “caprichosa”... sinuosa...
cheinha de lapsos e esquecimentos...
apagamentos e silenciamentos...
Num momento e num passe de mágica
já é outro enredo... outros personagens...
outra ficção...
A vida, vez ou outra,
permite o “sem limite”...
o “deslimite”...Imite...
VIDA AMADA...
Apagar...
Como se possível fosse deletar
o dito...
o vivido e o sonhado...
tão amado...
Cadê o teclado?
Onde está a agenda?
(Des)agendar... (des)falar...
amar, apesar de tudo isso...
vida maravilhosa, apesar disso...
disso tudo... eu não disse nada...
Amada... vida idolatrada...
ELISA EM ENCANTOS...
Elisa é céu...
é “designo” de Deus...
um signo de amor...
Elisa é encanto...
um canto um tanto melodia...
dia e noite... dia após dia sua
magia e poesia vai nos enredando...
Enredo de candura e doçura...
uma ternura em cada dobrinha de sorriso...
Elisa é “filhotinha” de anjo...
ficção...
inventando e tecendo faz de conta...
Elisa nos faz e refaz em amor e meiguice...
amorice...
"APAIXONADO COM VOCE" ...
E AGORA, O QUE FACO?
Alguns mineiros não se apaixonam por você
E sim com você...
Ficam “doidinhos” com você
não por você...
Sem saber o que responder,
tentarei poetizar e profetizar...
rezar... orar... ornamentar
com “seu amor” o altar...
Altar de oferenda... de renda e emenda...
Uma ementa... experimentar alguém estar
apaixonado com você e não por você...
“doidinho” com você e não por você...
Quem resiste a essa “mineirice amorosa”?
não resisti... assim como você
Estou apaixonada com você e
“doidinha” com você também...
Apaixonada “com essa” construção também
que “trem lindo”!!!! ó “trem bão”!
Amor mineiro é outra coisa...
Uma preciosidade...
uma “maravilhosidade”...