Giovani Arantes
Notas sobre o incêndio do museu nacional:
Pela descompostura humana, mais uma parcela da preciosa cultura, despede-se para sempre de todos nós.
Mãe:
Ah, se eu pudesse, você jamais viraria saudade
Nunca conheceria os maus sintomas que carrega a idade.
Gols não feitos
Aprendemos assistindo a copa do mundo de 2018, que por trás de fenômenos e rótulos, existe um ser humano comum, feito eu e você. Que por vezes, também perde-se, erra e chora. E tudo bem.
Uma sala de aula vazia, é apenas um cômodo cercado por paredes frias, mas, quando esse mesmo espaço é preenchido por alunos, a mágica da vida acontece ali.
Todo sangue é vermelho. Somos abrigados pelo mesmo céu azul. O mundo não precisa das suas piadas, necessita é do seu respeito.
As mães não morrem. Os verdadeiros amores não morrem. O véu cruel da despedida não é maior que o brilho doce que circunda a vida.
Muzambinho:
Terra de gente que vive sorrindo
Cidade tão pequenas
Mas com almas tão serenas.
Lugar de gente de bem,
Quem conhece, vai além...
Salatiel, pedacinho do céu ?
Difícil descrever no papel
quem por lá passou
alguma coisa para sempre mudou.
Quem não se lembra
das histórias contadas
Debruçadas nos degraus
Daquele imensa escada
Efêmero
É tudo o que a gente acha que não passa
Mas que de repente passa
(Para sempre)
Há quem em meio aos cadernos
fez por lá, um amigo eterno
há quem guarde com cuidado nas lembranças do coração
um professor que lhe confiou a atenção, lhe estendeu a mão...
Há quem sinta saudades da tia do lanche
Há quem lamente-se para sempre
Por ter deixado para trás a preciosa chance
Há quem deixe escapar um sorriso
Uma foto no jornal
Um jogar fenomenal
Uma rainha
De azul ou vermelho
Confere os últimos detalhes no bastidor espelhado
Não importa a idade
Nas entrelinhas da história
Habita uma vontade
Regressar um pouquinho a idade
Só pra matar pra sempre a saudade.
Cada vez que um coração muzambinhense para, outros vinte mil disparam gritando saudade. É que em cidade pequena as distâncias são curtas e o amor singelamente mais perto.
Com o mundo do avesso
Muitas almas boas estão expostas.
Não se assuste se enxergar um pouquinho de Deus em alguém.
O Brasil hoje é um pêndulo brusco que oscila entre o luto e a luta. E a consciência humana coletiva é o ponto de equilíbrio para a vida vencer.
Quando a morte vence, ninguém ganha.
Nunca o lema “Carpe Diem” fez tanto sentido. Aproveite o dia, sonhe intensamente com a beleza do amanhã, mas, sobre tudo: proteja-se agora.