Gerson Spencer Monteiro
A loucura do sábio é buscar-te na razão
A razão do louco é encontrar-te no saber
Cego o sabio que diz, morto está!!
Morto o louco, leve, que não sabe
Afasta de mim a loucura e a sabedoria!!!!
Quero mais ser cego e salvo eternamente
Que eternamente sábio e pútrido.
Temo a vida e não a morte
Se na cova o descanso
E na vida eterno pranto
Temo a lida e não a sorte
Musa ou maldita, destes versos
Nem a morte, coisa alguma hei de ver
Se teu querer a sorte me trouxer
Viverei do teu ser e amor eternos
Vela, veleja oh navegante
Não temas o mar nem coisa vil
Embala o vento com estorias mil
Nos mais revoltos, nem hesitante
Vela, veleja oh navegante
Parte na sina da descoberta
Espera-te fortuna ou sorte incerta
Alem do monte, a jusante
Vela, veleja meu amigo
Que no suor e árduo labor
Fermenta o pão com mais sabor
Vela, veleja com valor
Lembra-te dos teus no desabrigo
No coração, leva-os contigo.
Amor traiçoeiro
Enganos descarados, enganos enganados
Na cobra traiçoeira, envolto sereno
Abraça-me o amor, e o suave veneno
Morro na alma e o corpo usados
Que fado para um desventurado?
Louco o bastardo que em ti se deleitar
E na tolice, ingénuo se entregar!
Louco, lunático... morre mal-amado
Nas escamas e a peçonha
Fantasias de incenso e alabastro
Temo a morte ou a vergonha?
...