Gabriela Satori
A felicidade em um relacionamento depende da falta de paixão, pois a paixão possui uma entorpecente inquietude, que por sua vez é fatal para qualquer sentimento que remeta a paz de espírito.
Um amor romântico, para durar, precisa ser superficial, pois um amor visceral é engolido pela própria intensidade.
Alguém que é sempre coerente, no mínimo é um chato, e no máximo se delicia na coerência em ser incoerente.
Quando a atrativa beleza do mistério é desfeita, um enorme tédio nos impulsiona para as sombras do desconhecido.
O ciúme envenena a alma, cega a inteligência e não é sinônimo de amor, ele é a insegurança e a vaidade, exercendo seu egoísmo sobre o conceito ilusório de afeto.
O casamento é o assassinato do amor. A monotonia é extremamente irritante. A ausência de mistério mata lentamente o romance.
As pessoas no geral superestimam a fidelidade, como se a exclusividade fosse um dever e um direito, e não uma faculdade como de fato ela é.
A fidelidade é uma convenção ilusória, pois a fidelidade contraria a natureza humana. Do contrário, assim como os lobos, nós nos apaixonaríamos apenas uma vez na vida e não múltiplas e simultâneas vezes como nos mostra a complexa realidade.
Só é real, a fidelidade que ocorre de forma natural. Aquele tipo de fidelidade involuntária em que se está tão apaixonado, que os olhos, os ouvidos, os pensamentos ficam todos abruptamente focados em um único ser no universo.
A palavra é a arma mais poderosa. Persuasão hipnótica, mensagens subliminares, a sutil influência, pois eu digo, não se anule, não permita que façam você pensar que pensa o que na verdade, não foi você quem pensou. Explore a retórica, a poesia, a filosofia e a arte dialética.
Segundo Sócrates, existem quatro tipos de loucura: a profética, a ritualística, a amorosa e a poética. A única regra é o desregramento! A insânia é fundamental para a inteligência, para a arte, para a ciência... A loucura é o preço que se paga pela genialidade, já a ignorância, é o presente dado pela mediocridade.
Delírios... Prazer, sofrimento, inervações e alterações funcionais. Acredite: a paixão é patológica e sintomática, é uma alucinação causada por hormônios em estado anormal.
Para uns, sublime virtude, para outros, vício asfixiante que sacrifica as ovelhas no altar do ódio. A recompensa celestial em troca do tesouro tropical. Até quando sufocarão o amor?!
Nenhuma experiência é tão interessante quanto a de se apaixonar, a experiência de ser usado, pela droga mais fascinante já conhecida.