Gabriel Myslinsky

Não é um ou outro, nem passos solitários, nem olhares sem outros olhos para se ver. Não é mais uma boca sem a outra para degustar, nem a cama sem o abraço do travesseiro. Tudo se torna dois, tudo se torna amor. Como um mergulho que funde a pele e a água, transformando os peixes no próprio lago.

Acumulados por aquilo que já não nos pertence mais, como haverá espaço para novas conquistas?

Só se nega aquilo que ainda não se é capaz de aceitar e quem aceita de verdade não se reputa ao que vem do exterior.

Não me importo de apanhar das pessoas, o que incomoda, coração, é você batendo.

Há momentos em que a gente acorda de um pesadelo...
Se arrepende, fecha os olhos e tenta voltar para ele porque a realidade parece pior.

Expectativas são desejos de perfeição, mas nada é perfeito nessa vida. O segredo é encarar a situação como um todo e aproveitar os melhores momentos, pois o todo não é só seu e os momentos, sim, estes são os que valem a pena.

Não sou exemplo de nada e não sirvo de exemplo a ninguém.

Faz sentido conquistar alguma coisa se depois que conseguimos jogamos isso na gaveta, junto a tudo o que não nos serve mais? Que sentido faz uma conquista se gostamos daquilo que não temos e vivemos em função disso?

O que eu tenho não me interessa, é o inalcançável que me fascina!

Como fugir se o que me persegue está dentro da minha cabeça?

Nada deve fugir ao questionamento da razão, pois há verdades e mentiras misturadas em tudo aquilo que nos induzem a acreditar.

Fuja mesmo! O mundo é redondo! Quanto mais rápido correr de mim, mais rápido me encontrará de novo...

E se um dia eu acordar, não como se acorda em todas as manhãs, mas acordar de verdade... e descobrir que tudo o que eu vivi não passou de um sonho? E se a realidade não for bem aquilo que eu acredito? Ou eu não acredito em nada? Tenho fé? Como saber? E como ter certeza de ter vivido aquelas vidas que eu não me lembro? Será que estou nos pensamentos daqueles que estão nos meus? Será que não estou resistindo demais, reprimindo demais? E se o amor realmente existir? E se...

Cinquenta por cento das pessoas são normais, quarenta e nove fingem que são - o resto sou eu.

Quem sofre na mão de um acaba acreditando que todos os outros são iguais.

Cresci tanto que na procura da perfeição acabei me amiudando, me tornando menor, tirando o título de ser humano e desmerecendo tudo aquilo que conquistei com meu suor.

Talvez eu seja o cara errado no meio de uma história certa. Mas é certo seguir métodos para ser feliz, ou melhor, seguir à risca o considerado conveniente para se viver bem?

Dor humana, dor que vem justamente da tentativa de não a sentir... mas quem vai saber?

Eu vi no estrago o que o abrir dos olhos me causou, toda a vida de ontem.